Conta o volume, com dados documentais concretos, o que foi a perseguição perpetrada contra quantos, a maior parte das vezes sob o mero pretexto de serem comunistas, foram presos, mesmo tendo ativamente participado na Revolução de Abril. O lado negro do pós-revolução aqui posto a nu, consubstanciado no confronto entre os que «procuravam acentuar as vertentes democráticas da cultura naval e os defensores da continuação do autoritarismo militar».
Merece a obra uma leitura muito atenta, mormente porque nela se transcrevem textos não especificadamente datados, mas onde se usa o presente do indicativo. É o caso da referência ao «Grupo dos 80», identificado como «grupo de pressão político-partidário, organizado, que vem exercendo de facto poder na Armada durante os mandatos dos Almirantes Augusto Souto Silva Cruz e António Egídio de Sousa Leitão» (pág. 91), cuja acção, especifica-se, «se tem desenvolvido nos seguintes campos: orientação e condicionamento das decisões da Administração; ocupação, actualmente quase total, dos principais cargos da Armada, incluindo os de ligação à NATO; combate radical, desde sempre, à Constituição em vigor; perseguição aos militares democratas da Armada».
Acrescenta-se: «Foi particularmente notado o à-vontade com que, no seio da Armada, propagandearam a candidatura do General Soares Carneiro e, ‘na certeza’ da sua vitória, deixaram entender que após esta se seguiria a grande eliminação dos oficiais, sargentos e praças constitucionalistas e democratas. Em contrapartida, fomentaram abertamente acções de hostilidade em relação ao General Ramalho Eanes, o qual ainda hoje e apesar de eleito é combatido por este grupo».
Por isso, conclui-se nessa mesma página 91, que «trazer à luz do dia» o dossiê dos abusos de poder documentados tem manifesta oportunidade, por justificar as razões do «crescente descontentamento que reina no seio da Armada».
24 novembro, 2025
O 25 DE NOVEMBRO E COISAS DE QUE "NINGUÉM" FALA
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Há ovo que contém a serpente e ela ainda está viva.
ResponderEliminarE tua metáfora
Eliminarestá bem ajustada!
É mem´isso!
A perceção e a narração de um acontecimento ou de uma situação são subjectivas e influenciadas pela perspetiva individual, experiências e crenças de quem narra.
ResponderEliminarTens razão
Eliminarquando se trata
de mera percepção
Mas a minha consciência
é aos factos que fica presa
Quando o avião aqui chegou
ResponderEliminarQuando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos que cantei
Foram frutos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou
Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou
E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser
Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
Desculpa, Rogério, não resisti!!
És uma querida
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