24 novembro, 2025

O 25 DE NOVEMBRO E COISAS DE QUE "NINGUÉM" FALA


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Conta o volume, com dados documentais concretos, o que foi a perseguição perpetrada contra quantos, a maior parte das vezes sob o mero pretexto de serem comunistas, foram presos, mesmo tendo ativamente participado na Revolução de Abril. O lado negro do pós-revolução aqui posto a nu, consubstanciado no confronto entre os  que «procuravam acentuar as vertentes democráticas da cultura naval e os defensores da continuação do autoritarismo militar».

Merece a obra uma leitura muito atenta, mormente porque nela se transcrevem textos não especificadamente datados, mas onde se usa o presente do indicativo. É o caso da referência ao «Grupo dos 80», identificado como «grupo de pressão político-partidário, organizado, que vem exercendo de facto poder na Armada durante os mandatos dos Almirantes Augusto Souto Silva Cruz e António Egídio de Sousa Leitão» (pág. 91), cuja acção, especifica-se, «se tem desenvolvido nos seguintes campos: orientação e condicionamento das decisões da Administração; ocupação, actualmente quase total, dos principais cargos da Armada, incluindo os de ligação à NATO; combate radical, desde sempre, à Constituição em vigor; perseguição aos militares democratas da Armada».

Acrescenta-se: «Foi particularmente notado o à-vontade com que, no seio da Armada, propagandearam a candidatura do General Soares Carneiro e, ‘na certeza’ da sua vitória, deixaram entender que após esta se seguiria a grande eliminação dos oficiais, sargentos e praças constitucionalistas e democratas. Em contrapartida, fomentaram abertamente acções de hostilidade em relação ao General Ramalho Eanes, o qual ainda hoje e apesar de eleito é combatido por este grupo».

Por isso, conclui-se nessa mesma página 91, que «trazer à luz do dia» o dossiê dos abusos de poder documentados tem manifesta oportunidade, por justificar as razões do «crescente descontentamento que reina no seio da Armada».


6 comentários:

  1. Há ovo que contém a serpente e ela ainda está viva.

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  2. A perceção e a narração de um acontecimento ou de uma situação são subjectivas e influenciadas pela perspetiva individual, experiências e crenças de quem narra.

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    Respostas
    1. Tens razão
      quando se trata
      de mera percepção
      Mas a minha consciência
      é aos factos que fica presa

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  3. Quando o avião aqui chegou
    Quando o mês de maio começou
    Eu olhei para ti
    Então entendi
    Foi um sonho mau que já passou
    Foi um mau bocado que acabou

    Tinha esta viola numa mão
    Uma flor vermelha na outra mão
    Tinha um grande amor
    Marcado pela dor
    E quando a fronteira me abraçou
    Foi esta bagagem que encontrou

    Eu vim de longe
    De muito longe
    O que eu andei pra aqui chegar
    Eu vou pra longe
    Pra muito longe
    Onde nos vamos encontrar
    Com o que temos pra nos dar

    E então olhei à minha volta
    Vi tanta esperança andar à solta
    Que não hesitei
    E os hinos que cantei
    Foram frutos do meu coração
    Feitos de alegria e de paixão

    Quando a nossa festa se estragou
    E o mês de Novembro se vingou
    Eu olhei pra ti
    E então entendi
    Foi um sonho lindo que acabou
    Houve aqui alguém que se enganou

    Tinha esta viola numa mão
    Coisas começadas noutra mão
    Tinha um grande amor
    Marcado pela dor
    E quando a espingarda se virou
    Foi pra esta força que apontou

    E então olhei à minha volta
    Vi tanta mentira andar à solta
    Que me perguntei
    Se os hinos que cantei
    Eram só promessas e ilusões
    Que nunca passaram de canções

    Eu vim de longe
    De muito longe
    O que eu andei pra aqui chegar
    Eu vou pra longe
    Pra muito longe
    Onde nos vamos encontrar
    Com o que temos pra nos dar

    Quando eu finalmente eu quis saber
    Se ainda vale a pena tanto crer
    Eu olhei para ti
    Então eu entendi
    É um lindo sonho para viver
    Quando toda a gente assim quiser

    Tenho esta viola numa mão
    Tenho a minha vida noutra mão
    Tenho um grande amor
    Marcado pela dor
    E sempre que Abril aqui passar
    Dou-lhe este farnel para o ajudar

    Eu vim de longe
    De muito longe
    O que eu andei pra aqui chegar
    Eu vou pra longe
    Pra muito longe
    Onde nos vamos encontrar
    Com o que temos pra nos dar

    E agora eu olho à minha volta
    Vejo tanta raiva andar a solta
    Que já não hesito
    Os hinos que repito
    São a parte que eu posso prever
    Do que a minha gente vai fazer

    Eu vim de longe
    De muito longe
    O que eu andei prá aqui chegar
    Eu vou pra longe
    Pra muito longe
    Onde nos vamos encontrar
    Com o que temos pra nos dar


    Desculpa, Rogério, não resisti!!

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