20 julho, 2025

SE VOLTO A SER CANDIATO? ORA... ADIVINHE LÁ!


 "O Mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os olham e não fazem nada!", podia lá eu limitar-me a olhar? Nem Einstein me perdoaria...

E depois conta muito onde tenho estado ao longo dos tempos, para fazer o que foi feito:

 

·  Junto da minha comunidade

o   No meu bairro, há mais de 50 anos

o   No meu bairro, para que a memória não se perca

o   No meu bairro, 50 anos depois

o   No "Alto da Barra" lançando um livro, perante uma sala cheia

o   Na paróquia, não há muito

·  Junto de crianças e professores

o   Com outro livro, que me fez percorrer 12 escolas

o   Com uma peça de teatro que ainda vai ter caminho a percorrer

·  Junto de jovens adultos e professores

o   Num Dia da Poesia (dos tantos celebrados)

o   Dando uma lição que não chegou ao fim

·  Junto a movimentos em luta

o   Organizando o Movimento Fundição de Oeiras

o   Trazendo para aqui a dinâmica de outros movimentos

·  Junto dos Micro, Pequenos e Médios Empresários

o   Em ações de rua (onde a luta continua)

o   Na Assembleia da República (onde também se luta)

Devo parar, depois de ter andado por tudo o que é lado?

19 julho, 2025

JÁ SARAMAGO MANIFESTAVA A INCERTEZA SE O PAÍS CONTINUARÁ A EXISTIR...


Não é por acaso que hoje em dia não se cita Saramago. E, quando Saramago é citado, alguém o faz travestido em Sophia. Fê-lo o Primeiro Ministro, não por incultura ou distração, mas por mera manipulação. Manipulação que se entende. Ora leia: 

"O Nobel da Literatura José Saramago defendeu hoje a necessidade de rectificar com urgência a situação dos "excluídos" na Europa, dando-lhes condições de vida dignas, para evitar, de futuro, novos confrontos como os de Paris.

 Saramago falava em Lisboa, no Teatro Nacional São Carlos, durante o lançamento de "As Intermitências da Morte", o seu novo romance.

O Prémio Nobel da Literatura de 1998 mostrou-se preocupado com a forma como o fenómeno da imigração ilegal está a ser gerido na Europa e lamentou que muitos imigrantes não possam "viver uma vida que valha a pena".

Para José Saramago, os protestos do Maio de 68 em Paris acabarão por parecer insignificantes face à gravidade que podem vir a atingir as manifestações dos que se sentem excluídos, dos que vivem à margem, sobretudo "nas periferias das grandes cidades".

Perante as cerca de 800 pessoas que se deslocaram ao São Carlos, o escritor revelou também a sua apreensão com o rumo de Portugal, dizendo não ter a certeza se o país - que vive um período de "cinzas" - continuará a existir dentro de meio século."

 

17 julho, 2025

FUI AOS JARDINS DO PARQUE ANJOS. SAÍ DE LÁ, NÃO SÓ REJUVENESCIDO, MAS TAMBÉM ESPERANÇADO...

Desta vez foi num outro lugar, assistir e participar. Participei aplaudindo e cantando. Cantando e aplaudindo o que ia ouvido. E o que ia ouvindo me ia deixando esperançado. 

E porque saí de lá rejuvenescido? Olhem só tanta juventude e tanto sorriso!...

Quem são? Se querem saber, ora espreitem...

Se também sou candidato? Falarei disso, um dia destes! Pode ser?
 

15 julho, 2025

FUI À VOZ DO OPERÁRIO. SAÍ DE LÁ, NÃO SÓ REJUVENESCIDO, MAS TAMBÉM ESPERANÇADO... II


Saí da esplanada, lá na Graça, e fui a passo de passeio em direção ao que ali me levara. Ao atravessar a rua, parou um tuk-tuk conduzido por uma simpática imigrante, que me deu prioridade. Depois passou outro, e outro e outro ainda. Se a Graça é uma das zonas de turistas mais frequentada, ela, a zona, também tem vida graças a milhares de gentes oriundas da imigração que preenchem lugares nessa promissora industria, onde cada porta é uma venda.

Chegado à Voz do Operário o coração bateu forte pela corrente que se prestara à entrada. Só encontrei lugar na galeria. Escolhi a primeira cadeira, ainda vaga, pois teria que sair a tempo de ir fazer o que tinha de ser feito. Ao meu lado, à direita de mim, gente idosa. À minha esquerda, sentados num degrau, um jovem casal, com discreto comportamento de namoro. Ela segurava um sorriso. Ele, dois cravos vermelhos. Provoquei-os e por resposta tive a oferta de um dos cravos. Em troca, dei-lhes 20 dos meus 80 anos e senti-me rejuvenescido, sentimento reforçado pela dominante predominância de tanta juventude, espalhada pela sala.

Na plateia, já bem cheia, ainda ia chegando gente. E vi, por ali, inesperadas pessoas que se iam juntando aos que estavam, designadamente "Capitães de Abril". Reconheci-os, mas não tinha presente o nome e socorri-me do jovem que me dera o cravo para o questionar. "Quem é?" e, da ponta-da-língua, lhe saiu o nome.

Postos os actos formais e o discurso de abertura, veio a esperada intervenção.

E não foram apenas as palavras ouvidas por parte de quem as disse, foi por todo o contexto, pelos aplausos e cânticos, pela transbordante confiança e pela presença de tanto jovem, que saí da Voz do Operário cheio de esperança e com a convicção: "Mudar o Mundo não nos custa muito, leva é tempo".




14 julho, 2025

FUI À VOZ DO OPERÁRIO. SAÍ DE LÁ, NÃO SÓ REJUVENESCIDO, MAS TAMBÉM ESPERANÇADO...

 


Fui cedo e escolhi o caminho. De entre tantos, só o escolhido iria mexer comigo. Optei por aquele que me faria passar por memórias de infância e juventude. 

De Oeiras ao Saldanha, nada a acrescentar. Tudo começou na subida da Rua Morais Soares, não resistindo a passar por aquela transversal, a mesma em que vivi e em que viveu Saramago. Depois desse atinado desvio, entrei na Praça Paiva Couceiro, olhando a esplanada do Café Chaimite. E lá estava, certamente renovada, a mesa de tantas, tantas tertúlias, tidas e bem vividas em tempos de juventude e tantas, tantas com a presença do Mário de Carvalho. Da Paiva Couceiro à Graça foi-me obrigatório seguir pela Avenida General Roçadas onde pude rever a bela fachada de uma das escolas da minha vida, aquela em tive orgulho das minhas mãos e fui actor  numa peça de teatro onde, além de a ter escrito, fui defenestrado, em ato muito aplaudido.

Feito este percurso, cheguei à Graça bem cedo e a tempo de beber um descafeinado. Sentei-me no largo, com a Igreja ao meu lado mas esta projectando a sobra que de mim fugia. Senti a mágoa de a Guidinha não se vir sentar comigo para que me sentisse Rogérito (ia a reclamar a Sttau Monteiro, mas contive-me a tempo).

Falando em tempo, estava na hora. E lá fui à Voz do Operário assistir a um ato extraordinário. Porque saí de lá, não só rejuvenescido, mas também esperançado? 

Depois conto, pois este texto já vai extenso.

13 julho, 2025

E, NUMA SESSÃO ASSIM, MEMÓRIAS TIDAS E VIVIDAS EM TERRAS DE ANGOLA, VIERAM ATÉ MIM...


Foi ontem, na Biblioteca Municipal de Cascais, que assisti emocionado a tão poética sessão. As fotos (que me foram enviadas pelo Carlos Ricardo) jamais poderiam traduzir desempenho e som assim...
... e as memórias, tidas e vividas por terras de Angola, vieram até mim...



12 julho, 2025

O MEU "TEATRINHO" VAI FICAR ENRIQUECIDO...


Por vezes nem preciso procurar, são as boas notícias que vêm ter comigo. Eu explico. De vez em quando vou ao WhatsApp, onde tenho muitos contactos, e lá, as novas mensagens se encontram assinaladas. Hoje, num grupo em que milito, estava assinalado este vídeo. A ela apenso vinha o seguinte texto:

"O filme egípcio "O Outro Pai", com apenas 2 minutos e 31 segundos de duração, ganhou o prêmio de melhor curta-metragem em um festival de cinema. O diretor tem 20 anos. O filme mostra como as pessoas se isolam na tecnologia e esquecem uma das melhores coisas da vida, a convivência humana com amor e fraternidade. Esse vídeo é sublime! Por favor, assista!!!!* Vídeo adorável. Ainda bem que o repetimos em todos os lugares. Vamos fazer o nosso melhor para não perder esse vínculo, fazer a sua parte todos os dias, em todos os espaços de nossas vidas (casa, trabalho, reuniões entre amigos, etc...)".

Já tomei a decisão de este filminho vir a encerrar as futuras representações da minha peça. Lembram-se que já vos falei dela?

11 julho, 2025

A ETERNA CRISE COM OS DENTES AFIADOS...


“Soneto exposto”
(ou uma certa ideia de memória do país)
O desengonçado trânsito cavernícola.
A eterna crise com os dentes afiados.
Um país de paisagens marítimas e vinícolas,
em que uns são filhos e outros enteados.
O recorte da serra na distância.
Os pardais semoventes sobre as praças.
Alguns homens sombrios com a ânsia
de não serem roídos pelas traças.
O redil organizado como um caos.
Uns quantos menos bons e outros muito maus.
Uma planície, uma cidade, um chaparral.
E em volta disto o mar, sempre indiferente
do que queira ou não queira a sua gente.
E fica no soneto exposto Portugal.
Amadeu Baptista
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Poema "roubado" ao Cid Simões


10 julho, 2025

SÓ MIA COUTO FOI CAPAZ DE ACRESCENTAR VALOR AO MEU POEMA! ORA OIÇA, VEJA E LEIA!


 O MEDO

(versão actualizada em 2020)
Rir? Sorrir?
Sorrir de um medo?
Desse medo
que resulta
do nosso próprio enredo?
Em criança, nesse tempo
o medo fazia parte do crescimento
Vencíamos o medo, íamos crescendo
Hoje, ao certo, não sei definir o medo
Só sei que gostaria
que o medo pudesse ser
qualquer coisa de tangível,
de apalpar, de cheirar e de se ver
E se o fosse, que fosse redondo,
que ao rolar o fizesse com estrondo
E que se tivesse cheiro,
que fosse o do sebo salazarento
E que ao tacto se sentisse a impressão
do fogo vivo das fogueiras da inquisição
Depois, o medo podia ser apontado
e, sei lá, esmagado ou até cortado

Ver-se-ia que o medo
Não tendo nada dentro
Se libertaria o Mundo
deste medo tão profundo
Rogério Pereira

09 julho, 2025

PROCURANDO FALAR DO QUE ULTIMAMENTE NÃO TENHO FALADO, INSPIRARAM-ME A FALAR DE SÓCRATES...

Imagem publicada no blog da EMATEJOCA AZUL

Ocorre-me falar de Sócrates depois de ter dado por um título - "O PROCESSO" - que encabeçava um texto escorreito e adequado aos tempos que correm. Li-o no blog da Teresa e lá deixei este comentário:

"Quando li o título, ocorreu-me Kafka e, de facto, todo o PROCESSO é labiríntico, intricado, obscuro .Quanto aos socráticos, serão menos os amigos e muitos mais os seguidores... Quanto à imagem, diria duas coisas "ele nada bem nestas águas" e..."quem nada, não se afoga"

Comenta-me ela:

"Certamente, estabeleci uma alusão entre o título e Kafka, destacando o carácter labiríntico e intricado do processo, o que remete de maneira bastante precisa ao estilo kafkiano de explorar a complexidade e a obscuridade. Quanto aos socráticos, a tua observação de que há mais seguidores do que amigos é bastante perspicaz, refletindo a influência duradoura e a disseminação das suas ideias ao longo do tempo. As imagens que tu evocas, de alguém que nada habilmente nas águas e a frase “quem nada, não se afoga”, são bastante elucidativas, sugerindo que a habilidade e a confiança na navegação podem evitar dificuldades e perigos."

E fiquei eu matutando: se "só sei que nada sei", no fim disto tudo, só ficarei sabendo que nada saberei e mais, prevejo que, da cicuta, estará este Sócrates bem afastado...

 

05 julho, 2025

O QUE DISSE O "REI" FOI, EXACTAMENTE , O QUE EU ESTAVA A PENSAR DIZER!

A SIC NOTÍCIAS deu assim a notícia!

Transcrevo do "REI" seu texto, inteiro:

"Se eu fosse comunista votaria no António Filipe - disseram-me. E eu disse: 

Se eu não fosse comunista e a minha racionalidade fosse isenta da pressão mediática e do preconceito, focar-me-ia na serenidade, na postura, na seriedade, na figura, no pensamento, no conhecimento do candidato e ver-me-ia obrigado a não ir em cantigas e a votar no António Filipe.

Se eu fosse anti-comunista e pussesse a minha honestidade intelectual acima da ideologia e do anti-comunismo primário, no fim de analisar seriamente as personalidades, os objetivos e os interesses do triste elenco de candidatos, mesmo contrariado, seria levado a admitir que o melhor de todos é o António Filipe que, por acaso, é comunista.
É nestas alturas que podemos avaliar a conversa fiada da unidade das esquerdas, da consciência política dos eleitores de bem, do discernimento popular e da valorização dos homens grandes.
E não vale a pena virem com a conversa da Coreia, do PCP já era ou do "votava nele mas ele não ganha", não adianta olhar para o lado, estais perante o melhor candidato: António Filipe."

02 julho, 2025

UM SONHO, TONTO (QUE CONVERTI EM CONTO)


 NO SONHO, FOI UM CAMINHÃO ASSIM QUE NOS ENTROU PELO JARDIM...

Há sonhos e sonhos. Há sonhos que nos comandam a vida, mas os há, também tontos (e estes são tantos...).

A noite passada tive um sonho tonto, que resolvi converter em conto. Foi assim:
Sonhei que estava de férias com a família, em terra desconhecida e tinha por morada uma vivenda e um jardim, com duas árvores, uma grande e outra, nem tanto. Estava eu, a Teresa (era ela, sem o ser) e as filhas (eram elas, sem o serem) ouvido a rádio local, passando música lá da aldeia, e nós, cada um fazendo a sua coisa. Às tantas, uma simpática voz fez anúncio na rádio, em forma de convite: "Já veio tomar o seu fresquinho chá, na rua? Venha à nossa esplanada!"

Parámos todos o que estávamos fazendo e uma filha diz, sedenta: "Chá na Rua? Ó pai, eu quero!" e logo a ela se juntou um coro insistindo no pedido. Vou ligar, talvez nos tragam aqui. E não sei como cheguei a um número (nos sonhos, tudo é fácil) e lá liguei pedindo que nos levassem quatro "chás na rua" à moradia.

Passados uns instantes (nos sonhos, tudo é rápido) um enorme camião entrava jardim dentro, em manobras delicadas, derrubando um pilar da entrada e a árvore pequena. Mal tinham parado, do caminhão saltam uns quantos serventes, diligentes e rápidos, abrindo as portas traseiras e tirando do seu interior primeiro uma, depois a segunda e quando iam tirar a terceira charrua:
  • Eu (gritando): Parem, parem! Que é lá isso? 
  • Motorista (em tom calmo): Mas... foi o senhor que nos encomendou esta entrega de charruas...
Percebendo a situação fiz um discurso convincente e a equipa reagiu sorrindo voltando a repor o equipamento agrícola no enorme camião. Acordei durante a manobra de retorno e voltei a um tranquilo sono.
Durante a manhã esta tonteira não me saía da cabeça e resolvi fazer o que acabei de dar por feito e já contado, a meu jeito. Consultando a Minha Alma sobre tal acontecido e o porquê de um sonho assim. Responde-me ela, no tom em que sempre me fala: 

Mas... que melhor maneira querias tu de sonhar com a tua falecida?


30 junho, 2025

40 ANOS EM LUTA!... SE FUI HOMENAGEADO? CLARO!

 

ESTA FOI A PLACA RECEBIDA
QUE GUARDAREI PARA O RESTO DA VIDA!

DEPOIS DA CONFERÊNCIA, DAS CERIMÓNIAS OFICIAIS E DE OUVIR TOCAR QUEM TÃO BEM TOCA, SEGUIU-SE A CELEBRAÇÃO DO ANIVERSÁRIO COM TÃO FELIZES REENCONTROS...

28 junho, 2025

REDAÇÕES DO ROGÉRITO, EM TEMA ANTIGO (mas atualizadíssimo)

Tema da redacção há onze anos atrás: "As minhas vizinhas"

Não há no mundo vizinhas como as minhas mas a que eu gosto mais é mesmo da dona Esmeralda embora não desgoste nada da outra que mora no quarto andar porque a dona Esmeralda quando fala a outra sabe escutar e sempre que elas falam até me fazem pensar que é uma coisa necessária e estava a cair em desuso assim como está a cair em desuso as pessoas fazerem as coisas de acordo com aquilo que pensam porque como já disse pensar é cada vez mais uma chatice. 
Mas a parte da conversa que mais interessa é sobre a senhora Lagarde que veio por aí “à Lagardère” a sacar a sacar a sacar e a mandar a malta trabalhar e que agora a tal Lagarde vem dizer tão tarde o que um tal partido vem dizendo há tanto tempo que nem dessa data me lembro e fico chateado com isso mas para que esta redacção tenha um fim feliz estou contente porque nem a senhora Lagarde nem a Luís são minhas vizinhas porque se fossem teria de mudar de bairro e se por tanto azar as tivesse que ouvir falar teria até que emigrar. 
                                                                  Rogérito


Cristhine Lagarde segundo a redacção do Rogérito 
quando lhe falaram em reestruturação da dívida
terá respondido com um gesto pouco bonito
(foto retirada daqui)

23 junho, 2025

E SE A MANHÃ DE DOMINGO FOI INTENSA, VEJA AGORA O QUE FOI A TARDE


 O que foi dito e decidido em tal encontro, por agora
 ainda não vos digo... nem vos conto!
Saí dali a tempo de conseguir estar onde tanto queria...




22 junho, 2025

HOJE, UMA MANHÃ INTENSA E MEMORÁVEL...

Fui convidado para estar, e estive. Comecei por visitar demoradamente a arte de Serrão Faria, ora vejam...


... de seguida vieram as crianças...
(para quê palavras?)



21 junho, 2025

COMO SE TRANSFORMOU O HAMAS NA ORGANIZAÇÃO QUE HOJE SE DIZ SER? E QUEM CONTRIBUIU PARA TAL? - II

Porque o anterior post continha afirmações que, como alguém chamaria a atenção, não corresponderia à realidade, fui investigar e achei mais contributos, acho que apreciados no seu conjunto teremos os dados necessários para a tese final.

De tal investigação (que pode ser consultada aqui) selecionei este testemunho:

“Hamas, para meu grande pesar, é a criação de Israel”, diz o Cohen, um judeu nascido na Tunísia que trabalhou em Gaza por mais de duas décadas. Responsável pelos assuntos religiosos na região até 1994, Cohen viu o movimento islâmico tomar forma, deixar de lado os rivais palestinos seculares e depois se transformar no que é hoje o Hamas, um grupo militante que jura a destruição de Israel.

Em vez de tentar conter os islâmicos de Gaza desde o início, diz o Cohen, Israel os tolerou por anos e, em alguns casos, encorajou-os como um contrapeso aos nacionalistas seculares da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e sua facção dominante, a Fatah de Yasser Arafat.
LUTA DE UMA VIDA Líder da OLP, Yasser Arafat era reconhecido como o grande líder do povo palestino e, por isso, era o alvo preferido de Israel 

 

19 junho, 2025

COMO SE TRANSFORMOU O HAMAS NA ORGANIZAÇÃO QUE HOJE SE DIZ SER? E QUEM CONTRIBUIU PARA TAL?


Um dos principais atores do conflito no Oriente Médio é o Hamas, grupo que liderou o ataque contra Israel no dia 7 de outubro, sendo considerado uma organização terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão e nações europeias. Para entender a guerra atual na Palestina, é preciso conhecer as origens e história dessa organização. 

O Hamas, palavra que significa “Movimento de Resistência Islâmica”, foi fundado em 1987 após o início da primeira Intifada, que foi uma ampla revolta palestina contra a ocupação israelense em seus territórios. O grupo foi criado a partir da Irmandade Mulçumana que, até então, fazia um trabalho de assistência social na Palestina.

A partir dos anos 2000, Hamas passou a disputar eleições e, em 2006, conquistou a maioria no legislativo (76 das 132 cadeiras), em um pleito considerado limpo por observadores internacionais. Porém, Israel, Estados Unidos e potências europeias não aceitaram o resultado e a disputa entre Fatah e Hamas separou o território palestino, com Fatah controlando parte da Cisjordânia e Hamas ficando com toda Faixa de Gaza. Desde então, Gaza vive um bloqueio imposto por Israel, que monitora a entrada e saída de pessoas e mercadorias. 

Para entender melhor a história desse grupo islâmico, a Agência Brasil entrevistou dois especialistas no assunto, eis alguns extratos: 

Agência Brasil: Qual o atual objetivo do Hamas? Há espaço para negociação?   

José Arbex: Ao contrário do que dizem, o Hamas quis, ao longos dos anos, entrar num processo de negociação. Quem não quer é israel. A própria OLP, por exemplo, era chamada de terrorista antes do acordo de Oslo e isso não impediu Israel de negociar.  

Rashmi Singh: Hamas sempre mostrou capacidade para negociação. Temos que separar o que é narrativa e o que é comportamento. Apesar de sempre ter existido essa narrativa de não aceitar Israel, na prática eles sempre mostraram capacidade de diálogo, diferente da Jihad Islâmica, que é bem mais radical e não tem capacidade de negociar.  

Foram muitas vezes que eles sugeriram parar de usar violência, desde que Israel aceitasse determinadas condições, mas essas condições nunca foram aceitas, como o retorno dos palestinos para suas terras. Temos que entender que Israel não aceita a solução dos dois estados.  

Nós perdemos a oportunidade de moderar o Hamas quando ele ganhou as eleições em 2006 e o resultado foi rejeitado. Foi um grave erro nessa época.  

Agência Brasil: O que aconteceu depois da vitória do Hamas em 2006? 

José Arbex: Aconteceu que Israel e os EUA não reconheceram as eleições, considerada limpa por observadores internacionais. Como não aceitaram o resultado, iniciou-se uma disputa que deu ao Hamas o controle da Faixa de Gaza, com a Cisjordânia ficando com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) [entidade que administra parte da Cisjordânia e, até 2006, administrava Gaza].  

Mas essa foi uma crise provocada por Israel e Estados Unidos. Afinal, Benjamin Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] achava bom o crescimento do Hamas porque isso dividia os palestinos.   

Por isso, Israel fechou os olhos para o fato de o Hamas receber verbas e dinheiro do Catar e de outras fontes sunitas. Durante todo esse período, Israel permitiu que Hamas recebesse fundos, mantendo a política terrível chamada de ceifadeira. Essa política deixava o Hamas crescer e se armar. Depois de crescer um pouco, Israel vai lá e dá uma “podada” na grama. Isso explica os ataques à Gaza de tempos em tempos.  

Rashmi Singh: O Hamas herdou uma situação de guerra e de muita violência. Havia também muita corrupção na Autoridade Nacional Palestina. O sentimento da população, depois de dez anos de Oslo, era de que a ANP não tinha capacidade de garantir a paz ou os dois estados.  

Porém, Israel, Estados Unidos e União Europeia não aceitaram o resultado da eleição democrática. Esses países começaram a apoiar a ANP para dividir o movimento palestino. Mahmoud Abbas, que perdeu as eleições, viu a chance de continuar no poder e também não aceitou a vitória do Hamas.  

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16 junho, 2025

A LÍDIA JORGE TEM TODA A RAZÃO, SÓ FALHA NA DIMENSÃO


 Foi uma importante e oportuna intervenção, mas... Minha Alma Celta,  Meu Coração Luso e Meu Sangue Mouro, gritam em coro:
"10% é pouco! Quantos séculos estivem por cá os mouros?
Responde esta "costela alentejana": Cinco! E anos, não foram poucos! 

14 junho, 2025

ACREDITEM, OU NÃO, SANTO ANTÓNIO FOI CAMPEÃO (em 2012)


A desgarrada mais bela que me foi dada 


  ENTÃO, MEU DESAFIO, FOI ASSIM
Ora dá cá uma quadra
Que eu te dou um manjerico
Terás tua alma perfumada
E eu ficarei bem mais rico 
FOI ASSIM, DESGARRADA 
E eu ficarei bem mais rica
E melhor acompanhada
Seremos dois passarinhos
Em conversa adocicada
Da Fê Blue-bird

Uma quadra lhe vou dar
Gostava que a achasse bonita
Seu manjerico me perfuma
Fique com o perfume da Janita.
Da Janita

Ao Rogério deixo uma quadra
e vou levar um manjerico
não levo mais nada
mas deixo um beijito!
Da Manuela

Os líricos, ai os líricos
Não quero amor imenso
Não quero imensa paixão
Quero apenas um manjericão!
Da ematejoca

Meu amigo Rogério
Quero dois manjericos
Do seu lindo e vasto império
Sem imaginar namoricos.
Da Catarina

Uma quadra é muito pouco
Para um poeta tão querido
Mas se o pedido são quatro versos
Deixo-os e levo o manjerico.
Da Gisa

Era uma vez um santinho
Que gostava de pregar.
Não lhe deram cavaquinho…
Contra a maré, foi remar.
Do Rui Pascoal

Santo António sem saber 
era muito pobrezinho
Desde sempre ouviu pedir
Para si um tostãozinho

Sem nunca ver o fruto
De peditório tão antigo
Santo António está de luto
e a bem dizer... Perdido!
Da Lídia Borges (2)

Uma quadra enquadrada
num espaço que é janela
por feia e mal engendrada
acaba por ficar bela
Da Manuela Araújo

O manjerico levo, então
Vou daqui mais perfumada
A caminho do S. João
E de mais uma noitada
Da Filoxera

A minha negação para rimas
Abstém-me de participar
Desculpa lá Rogérito
Os manjericos não levar
Da Tite

Rogerito, meu amigo,
Até me pões a rimar!
Cheguei tarde e já tenho
Manjerico p'ra levar...
Da Carol
... E VENHA DE LÁ MAIS UMA QUADRA,
AGORA COM OUTRO  MOTE

Cantigas de portugueses
São como barcos no mar —
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.
___________________________________________________________________Fernando Pessoa