01 novembro, 2025

MAIS UM "SERÃO EM FAMÍLIA" PONDO A MEMÓRIA EM DIA

A iniciativa parte da Paróquia (Escuteiros) e envolve a gente idosa da Medrosa (o meu bairro). Na última sexta-feira de cada mês reune-se quem puder aparecer. À gente idosa juntam-se familiares, vizinhos, amigos e muitos, muitos jovens

Ontem, aconteceu mais um serão. Se estive lá? Podia lá eu faltar. A dada altura celebrou-se o aniversário de um não-ausente e a memória levou-nos a tempos idos...  e foram passados em revista o muito que deu condições de vida e alma à comunidade. Como houve imprecisão das datas, prometi-lhes passar-lhes um vídeo. Este: 


29 outubro, 2025

27 outubro, 2025

O "ORNAMENTO GERAL DO ESTADO", O SNS E O ESTADO AO QU´ISTO CHEGOU! (o testemunho da Maria João)

A nossa Maria João na sala de espera de um Centro de Saúde

Na Assembleia da República foi, hoje, longa a discussão do que eu chamo "Ornamento Geral do Estado"... não acompanhei dela nem um momento. Andei com a nossa poeta de um lado para o outro. Ora no Centro de Saúde, ora na Farmácia, ora num Centro Hospitalar privado. Já tínhamos assim andado, no passado sábado. O diagnóstico do seu estado de saúde é mais que grave e ilustra bem o estado do nosso SNS.

Nesse lufa-lufa, enquanto juntos, não me faltavam palavras de alento e de conforto. Enquanto separados não faltavam chamadas, mensagens ou emails trocados. 

O detalhe é mais abrangente e grave, mas a partilha destas mensagens dão já um ar da sua (des)graça. Ora vejam:
Para: ULSLO | Lisboa Ocidental Oeiras | USF Conde de Oeiras <usf.coeiras@ulslo.min-saude.pt>
Assunto: ENDOSCOPIA ALTA
À atenção da Dra. Xxxx Vvvv- urgente
Boa tarde, Dra. Xxxx
Acabo de chegar da Clínica Cirúrgica Dr. Joaquim Chaves - Carcavelos, onde fui marcar a endoscopia alta. Fá-la-ei a sangue frio, uma vez que o Estado não comparticipa a sedação e eu não posso dispor dos setenta e cinco euros que ela me custaria. Mas o que importa agora é que todos os exames invasivos impõem regras aos doentes hipocoagulados e eu, tendo o procedimento marcado para a próxima quarta-feira às 19 h, pararei ainda hoje as tomas de Varfine que substituirei por Enoxaparina 6000 injectável. Ainda tenho duas caixas que me sobraram das múltiplas cirurgias dentárias, mas vou precisar de mais umas três ou quatro porque a prática foi-me ensinando que, embora possa retomar o Varfine após o procedimento, o meu INR leva sempre uns largos dias até voltar ao seu normal e eu poder deixar de tomar a Enoxa e o Varfine, em simultâneo.  Venho, portanto, chateá-la mais uma vez para lhe pedir as receitas de Lovenox 6000 (60mg)/0,6ml.
Um beijinho da mais chata das suas utentes

Maria João
________________ outro

Aos funcionários administrativos da USF Conde de Oeiras - muito urgente
Boa tarde

No próximo dia 29 terei de fazer uma endoscopia alta que exige que pare ainda hoje as tomas de Varfarina sódica e que as substitua por Enoxparina injectável. Estando a Dra. Xxxx Vvvv  ausente e o não cumprimento da substituição da Varfarina por Enoxaparina pode custar-me a vida, peço-vos encarecidamente que reencaminhem o meu email para qualquer médico que me possa passar as receitas de  Lovenox 6000 (60mg)/0,6ml. 

Antecipadamente grata,
Maria João Bazílio Brito de Sousa
Utente nº 369413397

___________ agora segue esta mensagem 

Viva, neto meu

Os dois SMS que te reencaminhei correspondem respectivamente à receita "mal passada" pela médica que hoje nos atendeu em Paço de Arcos e à credencial para endoscopia alta passada pela médica que me atendeu no ACES Oeiras na "consulta do dia" no dia 22.
Abaixo segue o email que ontem enviei para a minha médica de família que, conforme vim a saber, só voltará a estar disponível no dia 28.
Vou agora ver se encontro o email que a USF conde de Oeiras me enviou e já to envio.
Alguns factos que "não são nem da missa a metade". Mas ao fim do dia o drama ficou assim:
  • Agora mesmo, incerteza quanto à data de chegada da receita certa do Lovenox 
  •  Amanhã, 16h no Hospital da Luz, ECG por imposição médica, a custos malucos
  • Dia 5, 17h30 na Clínica Cirúrgica Dr. Joaquim Chaves, Endoscopia Alta, com sedação a custos malucos 

26 outubro, 2025

AS ELEIÇÕES BENFIQUISTAS E AS MINHAS MEMÓRIAS ANTIGAS

Eu Mouro (não confundir com Mourinho) dando uma lição...

Em tempos idos esta imagem ia sendo por mim repetida. Tratava-se de ilustrar lições dadas aos netos sobre temas futebolísticos de que eu próprio não entendia mas que me davam pretexto para concluir :

"O FUTEBOL É TÃO SÓ E APENAS A COISA MAIS IMPORTANTE DE ENTRE AQUELAS QUE NÃO TEEM IMPORTÂNCIA NENHUMA".

Estou preocupado pois o momento presente põe em causa tal conclusão. 

25 outubro, 2025

BALSEMÃO, O EXPRESSO, O CARLOS ESPERANÇA E... EU


Sobre o que Carlos Esperança disse sobre Balsemão e sobre o EXPRESSO, do todo o lido, transcrevo este bocado:

"Nunca esperei que no universo empresarial do grupo Balsemão, com Expresso, SIC ou qualquer outra publicação, nascesse um órgão anticapitalista. Apenas exigi informação decente, sabendo até que a decência tem limites, quando a ordem capitalista e interesses que a põem em causa estão em jogo. Paguei sempre o Expresso e este deu-me o mínimo que lhe exigi. Estamos quites nesta caminhada conjunta desde janeiro de 1973 até hoje.

O Expresso de hoje é dos mais desinteressantes de seus mais de 52 anos, ainda assim, a valer a pena, não pela informação, mas pelo que nele escreveram os que tiveram ou têm importância política. Esperava o panegírico do falecido, seria, aliás, ingratidão e motivo de incredulidade se assim não fosse."

Sobre o que eu diria, não diria mais do isto que agora vou dizer:

Desde o IV CONGRESSO DOS JORNALISTAS (janeiro de 2017) que percebo que o jornalismo era coisa boa nos tempos em ele havia.

24 outubro, 2025

A GUERRA DA UCRÃNIA PÕE EM CAUSA A NOSSA CONSOADA? NÃO SABEMOS! (A VER VAMOS!)


  
Pouco ou nada disto se fala, mas falo eu trazendo aqui o que há pouco li:
"Portugal consome mais de 170 mil toneladas de bacalhau por ano. É o maior mercado mundial de bacalhau salgado, mas está a sofrer com o embargo europeu a produtos russos, revela a Confederação Portuguesas das Micro, Pequenas e Médias Empresas, que pede ao Governo um regime de exceção para a importação de bacalhau da Rússia. 

(...) 

 A confederação relembra ainda que a UE introduziu, a partir de 1 de janeiro de 2024, tarifas de 12% à importação de bacalhau congelado russo, que representava a principal matéria-prima da indústria bacalhoeira portuguesa, e excluiu, a partir de 21 de maio deste ano, a importação e comercialização de todo e qualquer produto dos dois maiores armadores daquele país. 

(...) 

 Pouco antes do Natal passado, a própria Associação dos Industriais do Bacalhau alertavam para os níveis de luxo que os preços deste peixe seco podiam alcançar em 2025, na ordem dos 40 euros por quilo, caso não existissem mudanças na política europeia. A dois meses de nova consoada, o risco de novos máximos reaparece, até porque, só a época natalícia, representa 30% do total de vendas anuais de bacalhau no mercado doméstico em Portugal."

Ler tudo em TSF 

23 outubro, 2025

AS MEMÓRIAS SÃO COMO AS CEREJAS.... APANHAMOS UMA E, LOGO, MUITAS VEEM ATRÁS


 A "tertúlia" foi no Centro de Apoio Social de Oeiras (CASO) - Instituto de Ação Social das Forças Armadas onde se juntaram oficiais na reserva e alguns familiares. 



Na mesa estavam, o coronel Barão da Cunha, que abriu a sessão) e nos apresentou: Pedro Cunha (esteve em1965 na Guiné e, como foto-jornalista do «Público», em Guiné/1995 e Moçambique/2001); a mim, (que estive em Angola, como enfermeiro militar, em 1969/71 e voltei em 1992; e, também, na Guiné/1990 e Moçambique/1983 e 2000) e o editor Daniel Gouveia, que apoiou na projeção de imagens...


Foi comovente o dito e o apresentado por Pedro Cunha: fotos sobre as comunidades locais de Moçambique e da Guiné, com foco mais que justificado nas crianças e jovens... 


A encerrar as apresentações iniciais, falei eu. A minha expressiva imagem (na foto) resumia tudo o que a memória me ia inspirando. E como posso aqui resumir o que foi uma longa exposição? Talvez assim dizendo:
"As economias dos países que visitei em trabalho, na qualidade de consultor industrial, de há muito perderam a sua sua independência"
E lá deixei o testemunho de tal conclusão, falando dos Caminhos de Ferro de Moçambique, da Companhia de Diamantes de Angola, da Fábrica de Cerveja da Guiné e, por fim, da Barragem de Cahora Bassa.
(e aqui fica o que já reproduzi no ano 2000 e, depois, em 2001)








ESTIVE LÁ E INTERVI EMOCIONADO (MAS TAMBÉM PROFUNDAMENTE AGRADECIDO)

19 outubro, 2025

ESTIVE LÁ (MAS A CNN TAMBÉM LÁ ESTEVE)

Podia ter partilhado muito do que correu e está correndo por aí, de gente que gritou, como eu gritei PAZ SIM! GUERRA NÃO! mas não podia passar ao lado do trabalho da CNN (de que aqui passo um pequeno extrato)

14 outubro, 2025

A VERDADEIRA DIFERENÇA ENTRE MORTE-LENTA E SOBREVIVÊNCIA


 A propósito de uma célebre frase de Mark Twain ("As notícias sobre a minha morte são manifestamente exageradas") e porque ele estava bem vivo, ocorreu-me reflectir sobre a(s) diferença(s) entre morte-lenta e sobrevivência.

Morte-lenta é um estado consentido ou, se quiserem, um diagnóstico de situação irreversível. 

Sobrevivência é um estado em que se luta pela vida ou, se quiserem, um diagnóstico de situação com potencial de regresso à inter-acção com tudo o que mexe.

Nos dias que correm há quem esteja confuso pois superabundam os que espalham a confusão 

10 outubro, 2025

E HOJE ACABOU O LUFA-LUFA, DE RUA EM RUA...


Nuns casos, convencendo os convencidos
Noutros, conquistando distraídos 
E se me encontrarem na vossa caixa de correio
Votem bem! Votem a preceito!

07 outubro, 2025

05 outubro, 2025

ESTE MEU COMPROMISSO


O MEU COMPROMISSO

Este meu compromisso
é antigo
tenho-o desde menino
Quando tropeça
levanto-o
Quando chora
sorvo-lhe a lágrima
Quando quebra
dou-lhe garra
Quando afrouxa
dou-lhe gana
Quando hesita
dou-lhe guita
Quando se perde
dou-lhe bússola
dou-lhe leme
Quando recua
dou-lhe censura
Quando se cansa
dou-lhe colo
Quando entristece
dou-lhe consolo
Tudo isto
é o que reza ser
o compromisso
com ele tido
desde ele menino
Amanhã, caso me afastar
sei que me vai chamar
e eu irei como sempre fui

                          Rogério Pereira (reeditado)

03 outubro, 2025

A NOSSA CAMPANHA.... ANDA (e eu faço parte dela)


 Nesta campanha, tenho ficado em muito poucas fotos (pois sou eu que tenho, normalmente, a tarefa de as tirar). Fiquei nesta, por ser à porta do Centro de Saúde de Oeiras e quem comigo ia lembrou-se que eu tinha, em tempos, representado a minha União de Freguesias de Oeiras na extinta Comissão Municipal de Saúde.

Aqui estou apontando as propostas da CDU nas áreas da saúde, que constam no Programa. Não tem o programa? Então... tome lá!

(ao meu lado está um utente que aceitou ficar na foto connosco e lá ao fundo está alguém que não enjeitaria ficar também)

28 setembro, 2025

27 setembro, 2025

ANDAM P´RAÍ DIZENDO QUE NÃO ME DOU PARADO... E ASSIM É, DE FACTO

O Coronel Barão da Cunha, grande dinamizador das tertúlias "Olhar os outros", convidou-me para falasse do tema "Fotos de guerra". E eu falei, em nome de todas as "Almas Que Não Foram Fardadas", de fotos sobre momentos de grande humanidade, tidos e vividos por terras de Angola, entre 1969 e 1971...

Tal ocorreu no Centro de Apoio Social de Oeiras (CASO) - Instituto de Ação Social das Forças Armadas

Em pose, para a foto, de braços caídos
mas pronto para o que se iria seguir...

 
Imagem de uma assistência, atenta...

... e falando do meu, não podia deixar de falar de outro livro. 
A inesquecível obra "Querido Pai"...

...e a finalizar foi o momento de ouvir palavras que nos enchem o ego
(sobre a atenção atenta do "A Voz de Paço de Arcos")





26 setembro, 2025

SOMOS A MEMÓRIA QUE TEMOS MAIS A MEMÓRIA QUE NOS AJUDAM A TER

Recebi o convite para o almoço e fui. O convite não partiu de um amigo qualquer. Foi feito pelo partner da Coopers & Lybrand exactamente aquele que me convidou para ingressar, em 1982, nos quadros daquela multinacional, e não vou aqui estender o rol do que foi a minha carreira na empresa... Antes vou falar de reencontros com rostos que me despertaram a memória para amizades sentidas. Antes vou falar de temas de conversa que me levaram a lembrar coisas esquecidas.

E foi tão giro ver-me rodeado de tudo isso e depois ouvir cantar baladas do Zeca Afonso e, em coro imenso, relembrar versos bem sentidos 

"Se alguém se engana com seu ar sisudoE lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo, eles comem tudoEles comem tudo e não deixam nadaEles comem tudo, eles comem tudoEles comem tudo e não deixam nada"

 





 

17 setembro, 2025

OUVIRAM DIZER QUE ESTOU CANSADO? NÃO LIGUEM, É BOATO!


Ouvimos dizer que estás cansado 

Ouvimos dizer que estás cansado
Ouvimos dizer que estás arrasado.
Que já não podes andar de cá para lá.
Que estás muito cansado.
Que já não és capaz de aprender.
Que estás liquidado.
Não se pode exigir de ti que faças mais
Pois fica sabendo: nós exigimo-lo.
Se estiveres cansado e adormeceres
ninguém te acordará, nem
dirá: levanta-te, está aqui a comida.
Porque é que a comida havia de estar ali?
Se não podes andar de cá para lá, ficarás estendido.
Ninguém te irá buscar e dizer : houve uma Revolução.
As fábricas esperam por ti.
Porque é que havia de haver uma Revolução?
Quando estiveres morto, virão enterrar-te,
quer tu sejas ou não culpado da tua morte.
Tu dizes: que já lutaste muito tempo.
Que já não podes lutar mais.
Pois ouve: quer tu tenhas culpa ou não,
se já não podes lutar mais serás destruído.
Dizes tu: que esperaste muito tempo.
Que já não podes ter esperanças.
Que esperavas tu? Que a luta fosse fácil?
Não é esse o caso: a nossa situação
é pior do que tu julgavas.
É assim: se não levarmos a cabo o
sobre-humano, estamos perdidos.
Se não pudermos fazer o que ninguém
de nós pode exigir afundar-nos-emos.
Os nossos inimigos só esperam que
nós nos cansemos.
Quando a luta é mais encarniçada é
que os lutadores estão mais cansados.
Os lutadores que estão cansados demais,
perdem a batalha

Bertolt Brecht/Poema reeditado (2014)


16 setembro, 2025

A MARIA FEZ QUINZE ANOS... CHEIOS DE VAIDADE (PRÓPRIA DA IDADE)


 Que a luz
que lhe ilumina o gesto
lhe ilumine o caminho
e que a vaidade 
se transforme 
em determinação e vontade
em o percorrer

Parabéns querida neta

14 setembro, 2025

FOI HÁ CINCO ANOS QUE PARTIU... MAS PARA SEMPRE ESTARÁ PRESENTE


 
 Fui lá e percorri todos os espaços que são memória de um "nós" que nem a morte separa. Findo o percurso, fixei longamente aquele mar enquanto as ondas sussurravam mensagens sem fim. O vento parou para que ouvisse também as pedras e as nuvens se afastaram para que o sol me beijasse. Fiquei por ali tempos sem fim...

Já regressei e à chegada a emoção abraçou minha alma resignada e ambas contiveram uma lágrima. Só eu não contive a minha... 

Não, não é dor! É saudade!


10 setembro, 2025

JANELA DE OPORTUNIDADE, COM GRADE...


A janela, e a grade que puseram nela
Entre o espaço dali
E o de lá 
Havia um pequena fresta
E a luz da manhã
Vinha todos os dias beijar-lhe o rosto
E os sons da manhã
Vinham todos os dias acordar-lhe o sono
E os odores da manhã
Vinham todos os dias dar-lhe conforto 
Hoje, a fresta é uma gradeada janela 
E nada lhe entra ou sai por ela 
 Como é que se sai disto?

 Rogério Pereira, Setembro de 2012

05 setembro, 2025

MEMÓRIAS DESTE DIA, HÁ TRÊS ANOS ATRÁS... (AINDA ESTOU DE ALMA CHEIA)

Naquele espaço da "Festa do Avante" eram múltiplas e diversas as iniciativas e, por dispersas, de inicio não estavam muitas crianças, mas foram-se juntando...
 
O Miguel, jovem "pioneiro"contou um conto...
 
Coube ao escritor Domingos Lobo palavras de apreço, não deixando de alertar para a bela ilustração da Sílvia Mota Lopes e de citar Lídia Borges (a "madrinha" do livrinho)...
 
E porque o caruncho não me permitiu ir onde tanto gostaria de estar, resta-me recordar o que foi (e voltar a sentir a Minha Alma cheia)
 










 

29 agosto, 2025

HÁ OS QUE FALAM, FALAM E NÃO FAZEM NADA. MAS A BEATRIZ ME DIZ QUE EU ME JUNTO AOS MUITOS QUE VÃO FAZENDO...

 E, para me emocionar ainda mais, a Beatriz punha mais na carta:

Num ano marcado por conflitos prolongados, fenómenos climáticos extremos e pobreza crescente, a UNICEF atuou diariamente no terreno, em mais de 190 países e territórios, para proteger e apoiar milhões de crianças, mesmo nas circunstâncias mais difíceis e nos lugares mais remotos.

Relatório Anual UNICEF 2024 revela que, apesar dos desafios sem precedentes, juntos alcançámos resultados transformadores para a infância.

  • Ajuda Humanitária – Estivemos em 448 emergências, em 104 países.
  • Água e Saneamento – Garantimos acesso a água potável a mais de 33 milhões de pessoas e a saneamento básico a 18 milhões.
  • Nutrição – Tratámos 9,3 milhões de crianças contra a subnutrição aguda grave.
  • Imunização – Vacinámos 110 milhões de crianças contra o sarampo e entregámos mais de 1,5 mil milhões de dosescontra a poliomielite.
  • Educação – Garantimos que 26 milhões de crianças e adolescentes fora da escola voltassem a aprender, mesmo em contextos de crise.
  • Proteção Infantil – Apoiámos e protegemos 6,2 milhões de crianças vítimas de violência.

 

26 agosto, 2025

HÁ 11 ANOS ATRÁS ERA ASSIM E... ASSIM CONTINUA A SER


Vão se mudando os protagonistas e só o gesto continua o mesmo. Quem eram? Não me lembro!

11 anos atrás era assim e... assim continua a ser! O povo continua a levar e o culpado é sempre o outro. 

21 agosto, 2025

DO QUE SE DIZIA NO RELATÓRIO DA COMISSÃO TÉCNICA INDEPENDENTE SOBRE OS INCÊNDIOS DE 2017, ATÉ 2025 NADA FOI FEITO

Paulo Cunha / Agência Lusa

É um documento extenso, com mais de 300 páginas, que revela as opções políticas que abandonaram a floresta em benefício de grandes grupos económicos e do agronegócio. Entregue na Assembleia da República após os fatídicos incêndios de 2017, o relatório da Comissão Técnica Independente abordava as causas do ocorrido, fazia um enquadramento histórico dos «megaincêndios», expunha o recurso à mono-floresta, caracterizava as fatalidades, debruçava-se sobre as determinantes institucionais e apontava medidas. 

Volvidos tantos anos e dada a gravidade do incêndio, seria de esperar que o poder político tivesse aprendido a lição, mas a verdade é que o relatório podia ter sido elaborado hoje. Entendendo que megaincêndios são fogos com área superior a mil hectares, a Comissão Técnica informava que até 2000 tinham ocorrido em média 7 megaincêndios por ano que depois aumentaram para 14 por ano entre 2001 e 2010 e 18 por ano entre 2011 e 2016.

De acordo com o relatório, a gravidade dos incêndios deve-se a condições meteorológicas, acumulação de combustível e ocupação desordenada do território. Neste sentido, segundo o apresentado, a área ardida concentrava-se em florestas de pinheiro-bravo e eucalipto, sendo que em Outubro de 2017, 62% dizia respeito a pinheiro-bravo; 23% a eucalipto; e 8% a mato e restantes culturas agrícolas, sendo que a vulnerabilidade era maior em áreas com elevada continuidade florestal e pouca gestão do terreno.

De forma muito sucinta, no plano da caracterização das fatalidades, o relatório indicava que a maioria das vítimas eram residentes locais, muitas com forte ligação ao território (propriedade rural, agricultura familiar) com predominância de idades avançadas, reflectindo vulnerabilidade física e dificuldade de evacuação. Muitas das fatalidades ocorreram em tentativas de fuga dentro do perímetro habitacional ou em acessos, com algumas mortes a ocorrerem em viaturas durante evacuação não coordenada. Neste campo, o relatório indicava ainda que a proximidade das casas à vegetação e a ausência de faixas de proteção foram factores críticos.

Em oito anos, tanto a composição da área ardida como a caracterização das fatalidades mantêm-se iguais, sendo que o mesmo pode ser dito relativamente às determinantes institucionais que, no caso da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), registava uma falta de capacidade para lidar com eventos da escala que estavam a enfrentar, especialmente após a redução do dispositivo sazonal; que os alertas meteorológicos não eram traduzidos em medidas preventivas eficazes, como pré-posicionamento robusto de meios; que existia comunicação insuficiente entre níveis estratégicos, tácticos e operacionais; e que havia excesso de centralização nas decisões, o que dificultou respostas rápidas.

Já sobre o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), identificavam-se reduzidos meios humanos e financeiros para implementar e fiscalizar medidas de prevenção; planos de ordenamento florestal pouco executados e alguns suspensos por falta de aplicabilidade; e falta de articulação com outras entidades, resultando em medidas preventivas descoordenadas.

No que diz respeito à Guarda Nacional Republicana (GNR) os problemas eram semelhantes, com recursos humanos insuficientes para patrulhamento eficaz num contexto de milhares de ignições, dificuldade em dissuadir comportamentos de risco em dias de perigo extremo e falta de integração com os sistemas de informação e coordenação da ANPC.

Sobre os Corpos de Bombeiros, o relatório identificava a sua vulnerabilidade dada a sua base do sistema de combate composta maioritariamente por voluntários que não responde às exigências dos incêndios extremos, ausência de formação especializada para lidar com fenómenos como piroconvecção e carência de meios técnicos e logísticos, agravada pelo desmobilizar dos meios aéreos (fase Delta).

Além da análise às instituições, o último capítulo do relatório debruçava-se sobre a relação entre ordenamento do território, o uso do solo e a vulnerabilidade ao fogo, apresentando várias propostas. As zonas mais afectadas pelos incêndios foram as áreas onde edificações confinavam com a vegetação, o que foi apontado como o principal problema: a ausência de faixas de gestão de combustível em redor das habitações, construções dispersas em meio florestal, sem planeamento urbano adaptado ao risco, e falta de normas eficazes para reduzir vulnerabilidade das construções. Assim, foi recomendada a gestão activa do combustível (remoção de matos, limpeza de sub-bosque), a alteração das espécies na interface como a promoção de folhosas caducifólias em detrimento de resinosas e eucaliptos; e o reforço dos programas «Aldeias Seguras» e «Aldeias Resilientes». 

Sobre a gestão das áreas sob regime florestal, identificava-se que era necessária aumentar progressivamente o corpo técnico do Estado responsável pela gestão e fiscalização, assim como a necessidade de revalorização do papel estatal na gestão florestal, com mais técnicos, recursos e coordenação com privados. 

Partindo do princípio que a paisagem florestal portuguesa se caracteriza pela fragmentação da propriedade, com milhões de parcelas pequenas; pelo predomínio do eucalipto e pinheiro-bravo; e baixa presença de áreas agrícolas activas, que poderiam funcionar como zonas de descontinuidade, a Comissão Técnica Independente recomendou o planeamento de mosaicos agroflorestais para criar descontinuidades ao fogo, incentivos à gestão agregada e cooperativa de pequenos proprietários e a criação de infraestruturas verdes de protecção (corredores de folhosas, faixas agrícolas).

Para terminar, o relatório contempla ainda uma análise aos fundos públicos como o Fundo Florestal Permanente, PDR2020 e PO SEUR, saindo a conclusão que existe uma lenta e baixa absorção de fundos destinados à prevenção estrutural, uma distribuição desigual entre regiões. A Comissão Técnica sugeria a simplificação do acesso aos apoios e orientação preferencial para medidas que reduzissem risco estrutural.

No dia em que se sabe que este ano as chamas já consumiram 2,35% da área do país, fazendo de Portugal o país da Europa com maior área ardida, cruzando-se a actual situação com o relatório de 2017, exige-se ao Governo esclarecimentos sobre as medidas que não foram tomadas.


20 agosto, 2025

SE NÃO TIVESSE PARTIDO... HOJE A NOSSA UNIÃO FARIA 59 ANOS



«...sempre fiz profundas reflexões em torno das atracções entre almas. Nos meus laboratórios das almas e da física sempre tenho pesquisado e encontrado o mesmo tipo de resultado: Almas de sinal diferente é que se atraem. Um, sem muito procurar, encontrava no outro coisas de espantar. A surpresa e o pequeno segredo revelado eram de mútuo agrado. O que uma alma não fazia, fazia a outra e vice-versa. Completavam-se. A atracção era permanente e a relação duradoira, pela vida fora. Discutiam, discutiam, discutiam. Quase sempre não havia acordo mas aceitam-se um ao outro (respeitavam-se, sendo o respeito uma regra básica e exterior à própria física das almas)»

Fomos tão felizes... Hoje resta a memória de tal felicidade!