20 julho, 2025

SE VOLTO A SER CANDIATO? ORA... ADIVINHE LÁ!


 "O Mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os olham e não fazem nada!", podia lá eu limitar-me a olhar? Nem Einstein me perdoaria...

E depois conta muito onde tenho estado ao longo dos tempos, para fazer o que foi feito:

 

·  Junto da minha comunidade

o   No meu bairro, há mais de 50 anos

o   No meu bairro, para que a memória não se perca

o   No meu bairro, 50 anos depois

o   No "Alto da Barra" lançando um livro, perante uma sala cheia

o   Na paróquia, não há muito

·  Junto de crianças e professores

o   Com outro livro, que me fez percorrer 12 escolas

o   Com uma peça de teatro que ainda vai ter caminho a percorrer

·  Junto de jovens adultos e professores

o   Num Dia da Poesia (dos tantos celebrados)

o   Dando uma lição que não chegou ao fim

·  Junto a movimentos em luta

o   Organizando o Movimento Fundição de Oeiras

o   Trazendo para aqui a dinâmica de outros movimentos

·  Junto dos Micro, Pequenos e Médios Empresários

o   Em ações de rua (onde a luta continua)

o   Na Assembleia da República (onde também se luta)

Devo parar, depois de ter andado por tudo o que é lado?

19 julho, 2025

JÁ SARAMAGO MANIFESTAVA A INCERTEZA SE O PAÍS CONTINUARÁ A EXISTIR...


Não é por acaso que hoje em dia não se cita Saramago. E, quando Saramago é citado, alguém o faz travestido em Sophia. Fê-lo o Primeiro Ministro, não por incultura ou distração, mas por mera manipulação. Manipulação que se entende. Ora leia: 

"O Nobel da Literatura José Saramago defendeu hoje a necessidade de rectificar com urgência a situação dos "excluídos" na Europa, dando-lhes condições de vida dignas, para evitar, de futuro, novos confrontos como os de Paris.

 Saramago falava em Lisboa, no Teatro Nacional São Carlos, durante o lançamento de "As Intermitências da Morte", o seu novo romance.

O Prémio Nobel da Literatura de 1998 mostrou-se preocupado com a forma como o fenómeno da imigração ilegal está a ser gerido na Europa e lamentou que muitos imigrantes não possam "viver uma vida que valha a pena".

Para José Saramago, os protestos do Maio de 68 em Paris acabarão por parecer insignificantes face à gravidade que podem vir a atingir as manifestações dos que se sentem excluídos, dos que vivem à margem, sobretudo "nas periferias das grandes cidades".

Perante as cerca de 800 pessoas que se deslocaram ao São Carlos, o escritor revelou também a sua apreensão com o rumo de Portugal, dizendo não ter a certeza se o país - que vive um período de "cinzas" - continuará a existir dentro de meio século."

 

17 julho, 2025

FUI AOS JARDINS DO PARQUE ANJOS. SAÍ DE LÁ, NÃO SÓ REJUVENESCIDO, MAS TAMBÉM ESPERANÇADO...

Desta vez foi num outro lugar, assistir e participar. Participei aplaudindo e cantando. Cantando e aplaudindo o que ia ouvido. E o que ia ouvindo me ia deixando esperançado. 

E porque saí de lá rejuvenescido? Olhem só tanta juventude e tanto sorriso!...

Quem são? Se querem saber, ora espreitem...

Se também sou candidato? Falarei disso, um dia destes! Pode ser?
 

15 julho, 2025

FUI À VOZ DO OPERÁRIO. SAÍ DE LÁ, NÃO SÓ REJUVENESCIDO, MAS TAMBÉM ESPERANÇADO... II


Saí da esplanada, lá na Graça, e fui a passo de passeio em direção ao que ali me levara. Ao atravessar a rua, parou um tuk-tuk conduzido por uma simpática imigrante, que me deu prioridade. Depois passou outro, e outro e outro ainda. Se a Graça é uma das zonas de turistas mais frequentada, ela, a zona, também tem vida graças a milhares de gentes oriundas da imigração que preenchem lugares nessa promissora industria, onde cada porta é uma venda.

Chegado à Voz do Operário o coração bateu forte pela corrente que se prestara à entrada. Só encontrei lugar na galeria. Escolhi a primeira cadeira, ainda vaga, pois teria que sair a tempo de ir fazer o que tinha de ser feito. Ao meu lado, à direita de mim, gente idosa. À minha esquerda, sentados num degrau, um jovem casal, com discreto comportamento de namoro. Ela segurava um sorriso. Ele, dois cravos vermelhos. Provoquei-os e por resposta tive a oferta de um dos cravos. Em troca, dei-lhes 20 dos meus 80 anos e senti-me rejuvenescido, sentimento reforçado pela dominante predominância de tanta juventude, espalhada pela sala.

Na plateia, já bem cheia, ainda ia chegando gente. E vi, por ali, inesperadas pessoas que se iam juntando aos que estavam, designadamente "Capitães de Abril". Reconheci-os, mas não tinha presente o nome e socorri-me do jovem que me dera o cravo para o questionar. "Quem é?" e, da ponta-da-língua, lhe saiu o nome.

Postos os actos formais e o discurso de abertura, veio a esperada intervenção.

E não foram apenas as palavras ouvidas por parte de quem as disse, foi por todo o contexto, pelos aplausos e cânticos, pela transbordante confiança e pela presença de tanto jovem, que saí da Voz do Operário cheio de esperança e com a convicção: "Mudar o Mundo não nos custa muito, leva é tempo".




14 julho, 2025

FUI À VOZ DO OPERÁRIO. SAÍ DE LÁ, NÃO SÓ REJUVENESCIDO, MAS TAMBÉM ESPERANÇADO...

 


Fui cedo e escolhi o caminho. De entre tantos, só o escolhido iria mexer comigo. Optei por aquele que me faria passar por memórias de infância e juventude. 

De Oeiras ao Saldanha, nada a acrescentar. Tudo começou na subida da Rua Morais Soares, não resistindo a passar por aquela transversal, a mesma em que vivi e em que viveu Saramago. Depois desse atinado desvio, entrei na Praça Paiva Couceiro, olhando a esplanada do Café Chaimite. E lá estava, certamente renovada, a mesa de tantas, tantas tertúlias, tidas e bem vividas em tempos de juventude e tantas, tantas com a presença do Mário de Carvalho. Da Paiva Couceiro à Graça foi-me obrigatório seguir pela Avenida General Roçadas onde pude rever a bela fachada de uma das escolas da minha vida, aquela em tive orgulho das minhas mãos e fui actor  numa peça de teatro onde, além de a ter escrito, fui defenestrado, em ato muito aplaudido.

Feito este percurso, cheguei à Graça bem cedo e a tempo de beber um descafeinado. Sentei-me no largo, com a Igreja ao meu lado mas esta projectando a sobra que de mim fugia. Senti a mágoa de a Guidinha não se vir sentar comigo para que me sentisse Rogérito (ia a reclamar a Sttau Monteiro, mas contive-me a tempo).

Falando em tempo, estava na hora. E lá fui à Voz do Operário assistir a um ato extraordinário. Porque saí de lá, não só rejuvenescido, mas também esperançado? 

Depois conto, pois este texto já vai extenso.

13 julho, 2025

E, NUMA SESSÃO ASSIM, MEMÓRIAS TIDAS E VIVIDAS EM TERRAS DE ANGOLA, VIERAM ATÉ MIM...


Foi ontem, na Biblioteca Municipal de Cascais, que assisti emocionado a tão poética sessão. As fotos (que me foram enviadas pelo Carlos Ricardo) jamais poderiam traduzir desempenho e som assim...
... e as memórias, tidas e vividas por terras de Angola, vieram até mim...



12 julho, 2025

O MEU "TEATRINHO" VAI FICAR ENRIQUECIDO...


Por vezes nem preciso procurar, são as boas notícias que vêm ter comigo. Eu explico. De vez em quando vou ao WhatsApp, onde tenho muitos contactos, e lá, as novas mensagens se encontram assinaladas. Hoje, num grupo em que milito, estava assinalado este vídeo. A ela apenso vinha o seguinte texto:

"O filme egípcio "O Outro Pai", com apenas 2 minutos e 31 segundos de duração, ganhou o prêmio de melhor curta-metragem em um festival de cinema. O diretor tem 20 anos. O filme mostra como as pessoas se isolam na tecnologia e esquecem uma das melhores coisas da vida, a convivência humana com amor e fraternidade. Esse vídeo é sublime! Por favor, assista!!!!* Vídeo adorável. Ainda bem que o repetimos em todos os lugares. Vamos fazer o nosso melhor para não perder esse vínculo, fazer a sua parte todos os dias, em todos os espaços de nossas vidas (casa, trabalho, reuniões entre amigos, etc...)".

Já tomei a decisão de este filminho vir a encerrar as futuras representações da minha peça. Lembram-se que já vos falei dela?

11 julho, 2025

A ETERNA CRISE COM OS DENTES AFIADOS...


“Soneto exposto”
(ou uma certa ideia de memória do país)
O desengonçado trânsito cavernícola.
A eterna crise com os dentes afiados.
Um país de paisagens marítimas e vinícolas,
em que uns são filhos e outros enteados.
O recorte da serra na distância.
Os pardais semoventes sobre as praças.
Alguns homens sombrios com a ânsia
de não serem roídos pelas traças.
O redil organizado como um caos.
Uns quantos menos bons e outros muito maus.
Uma planície, uma cidade, um chaparral.
E em volta disto o mar, sempre indiferente
do que queira ou não queira a sua gente.
E fica no soneto exposto Portugal.
Amadeu Baptista
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Poema "roubado" ao Cid Simões


10 julho, 2025

SÓ MIA COUTO FOI CAPAZ DE ACRESCENTAR VALOR AO MEU POEMA! ORA OIÇA, VEJA E LEIA!


 O MEDO

(versão actualizada em 2020)
Rir? Sorrir?
Sorrir de um medo?
Desse medo
que resulta
do nosso próprio enredo?
Em criança, nesse tempo
o medo fazia parte do crescimento
Vencíamos o medo, íamos crescendo
Hoje, ao certo, não sei definir o medo
Só sei que gostaria
que o medo pudesse ser
qualquer coisa de tangível,
de apalpar, de cheirar e de se ver
E se o fosse, que fosse redondo,
que ao rolar o fizesse com estrondo
E que se tivesse cheiro,
que fosse o do sebo salazarento
E que ao tacto se sentisse a impressão
do fogo vivo das fogueiras da inquisição
Depois, o medo podia ser apontado
e, sei lá, esmagado ou até cortado

Ver-se-ia que o medo
Não tendo nada dentro
Se libertaria o Mundo
deste medo tão profundo
Rogério Pereira

09 julho, 2025

PROCURANDO FALAR DO QUE ULTIMAMENTE NÃO TENHO FALADO, INSPIRARAM-ME A FALAR DE SÓCRATES...

Imagem publicada no blog da EMATEJOCA AZUL

Ocorre-me falar de Sócrates depois de ter dado por um título - "O PROCESSO" - que encabeçava um texto escorreito e adequado aos tempos que correm. Li-o no blog da Teresa e lá deixei este comentário:

"Quando li o título, ocorreu-me Kafka e, de facto, todo o PROCESSO é labiríntico, intricado, obscuro .Quanto aos socráticos, serão menos os amigos e muitos mais os seguidores... Quanto à imagem, diria duas coisas "ele nada bem nestas águas" e..."quem nada, não se afoga"

Comenta-me ela:

"Certamente, estabeleci uma alusão entre o título e Kafka, destacando o carácter labiríntico e intricado do processo, o que remete de maneira bastante precisa ao estilo kafkiano de explorar a complexidade e a obscuridade. Quanto aos socráticos, a tua observação de que há mais seguidores do que amigos é bastante perspicaz, refletindo a influência duradoura e a disseminação das suas ideias ao longo do tempo. As imagens que tu evocas, de alguém que nada habilmente nas águas e a frase “quem nada, não se afoga”, são bastante elucidativas, sugerindo que a habilidade e a confiança na navegação podem evitar dificuldades e perigos."

E fiquei eu matutando: se "só sei que nada sei", no fim disto tudo, só ficarei sabendo que nada saberei e mais, prevejo que, da cicuta, estará este Sócrates bem afastado...

 

05 julho, 2025

O QUE DISSE O "REI" FOI, EXACTAMENTE , O QUE EU ESTAVA A PENSAR DIZER!

A SIC NOTÍCIAS deu assim a notícia!

Transcrevo do "REI" seu texto, inteiro:

"Se eu fosse comunista votaria no António Filipe - disseram-me. E eu disse: 

Se eu não fosse comunista e a minha racionalidade fosse isenta da pressão mediática e do preconceito, focar-me-ia na serenidade, na postura, na seriedade, na figura, no pensamento, no conhecimento do candidato e ver-me-ia obrigado a não ir em cantigas e a votar no António Filipe.

Se eu fosse anti-comunista e pussesse a minha honestidade intelectual acima da ideologia e do anti-comunismo primário, no fim de analisar seriamente as personalidades, os objetivos e os interesses do triste elenco de candidatos, mesmo contrariado, seria levado a admitir que o melhor de todos é o António Filipe que, por acaso, é comunista.
É nestas alturas que podemos avaliar a conversa fiada da unidade das esquerdas, da consciência política dos eleitores de bem, do discernimento popular e da valorização dos homens grandes.
E não vale a pena virem com a conversa da Coreia, do PCP já era ou do "votava nele mas ele não ganha", não adianta olhar para o lado, estais perante o melhor candidato: António Filipe."

02 julho, 2025

UM SONHO, TONTO (QUE CONVERTI EM CONTO)


 NO SONHO, FOI UM CAMINHÃO ASSIM QUE NOS ENTROU PELO JARDIM...

Há sonhos e sonhos. Há sonhos que nos comandam a vida, mas os há, também tontos (e estes são tantos...).

A noite passada tive um sonho tonto, que resolvi converter em conto. Foi assim:
Sonhei que estava de férias com a família, em terra desconhecida e tinha por morada uma vivenda e um jardim, com duas árvores, uma grande e outra, nem tanto. Estava eu, a Teresa (era ela, sem o ser) e as filhas (eram elas, sem o serem) ouvido a rádio local, passando música lá da aldeia, e nós, cada um fazendo a sua coisa. Às tantas, uma simpática voz fez anúncio na rádio, em forma de convite: "Já veio tomar o seu fresquinho chá, na rua? Venha à nossa esplanada!"

Parámos todos o que estávamos fazendo e uma filha diz, sedenta: "Chá na Rua? Ó pai, eu quero!" e logo a ela se juntou um coro insistindo no pedido. Vou ligar, talvez nos tragam aqui. E não sei como cheguei a um número (nos sonhos, tudo é fácil) e lá liguei pedindo que nos levassem quatro "chás na rua" à moradia.

Passados uns instantes (nos sonhos, tudo é rápido) um enorme camião entrava jardim dentro, em manobras delicadas, derrubando um pilar da entrada e a árvore pequena. Mal tinham parado, do caminhão saltam uns quantos serventes, diligentes e rápidos, abrindo as portas traseiras e tirando do seu interior primeiro uma, depois a segunda e quando iam tirar a terceira charrua:
  • Eu (gritando): Parem, parem! Que é lá isso? 
  • Motorista (em tom calmo): Mas... foi o senhor que nos encomendou esta entrega de charruas...
Percebendo a situação fiz um discurso convincente e a equipa reagiu sorrindo voltando a repor o equipamento agrícola no enorme camião. Acordei durante a manobra de retorno e voltei a um tranquilo sono.
Durante a manhã esta tonteira não me saía da cabeça e resolvi fazer o que acabei de dar por feito e já contado, a meu jeito. Consultando a Minha Alma sobre tal acontecido e o porquê de um sonho assim. Responde-me ela, no tom em que sempre me fala: 

Mas... que melhor maneira querias tu de sonhar com a tua falecida?