Poema da Necessidade
É preciso casar João,
é preciso suportar António,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.
É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbedo,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.
É preciso viver com os homens,
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o FIM DO MUNDO.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Sentimento do Mundo'
(veja aqui)
È preciso compartilhar..sempre..
ResponderEliminarObrigada por compartilhar este belo poema!!
Rogério querido,
ResponderEliminarÉ preciso amar e avinagrar... como você sabe ser.
Obrigada pelo belíssimo Drummond.
Girassóis nos seus dias. beijos
É preciso uma infidade de coisas sempre e cada vez mais. Falsas ideias importantes ou ideais a serem perseguidos com sinceridade?
ResponderEliminarUm grande bj querido amigo
lindo
ResponderEliminarBjinhos
Paula
Drummond tem poemas que retratam nossos momentos, sejam de amor, de melancolia, de lembranças, alegrias ou dos problemas sociais.
ResponderEliminarBela escolha.
Como bem disse este poema retrata o agora.
abraços
GOSTO DE
ResponderEliminarCARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Gosto de o ler
sempre
que simplesmente ACONTECER!
Obrigado pela partilha.
Convido a ver a
LEGIÃO ESTRANGEIRA,
sabe um dos lugares onde existem?
...
Os legionários recebem seus vencimentos quase que totalmente livres de despesas.
As refeições feitas no quartel são gratuitas de segunda a sexta-feira, e nos finais de semana pagas à parte (cerca de 4 euros).
Aos salários iniciais, em torno de mil euros para quem serve no continente e de 1,5 mil para os alojados na ilha da C-----a, juntam-se os prémios e bonificações pagos, quando os soldados partem em missões fora do território francês. Conforme o caso, os soldos podem até triplicar.
A rotina na ilha, se resume a fazer faxina, cuidar das fardas, lustrar botas, praticar exercícios físicos e estar sempre "ligado", pronto para ser chamado a qualquer hora do dia ou da noite.
Nos finais de semana, impecavelmente uniformizados, os legionários são liberados para ir à cidade, apesar de que nem tudo o que diz respeito à vida mundana é permitido.
Nada de discoteca, de baladas com mulheres ou bares mal afamados. "Somos controlados. Temos que ter um comportamento exemplar", acrescentou.
Grande, enorme Drummond!
ResponderEliminarBonita homenagem no seu centenário.
Obrigada.
Caro Rogério
ResponderEliminarUma boa notícia.Carlos Drummond de Andrade é um poeta que nos diz coisas. Sim, pura e simplesmente que a gente lê, ouve e percebe.
Grato pela notícia.
Abraço
Li este poema há dias e fiquei encantada apesar da dureza de alguns versos. Hoje, dia de Drummond de Andrade, foi uma ótima escolha.
ResponderEliminarBeijinho
Um poema pertinente e necessário nos dias de hoje...em que é preciso tanta coisa que não temos!! É preciso não assassinar os homens...Drummond sabia do que falava!
ResponderEliminarBeijo amigo pela escolha maravilhosa.
Graça
Bonita e excelente homenagem!!! O poema escolhido com frases duras, mas que se enquadram nos momentos actuais.
ResponderEliminarBeijo e uma flor
Já cheguei no dia 1, mas Carlos Drummond de Andrade é um poeta de todos os dias, onde irónicamente os dias são mais iguais do que os que ele incentiva.
ResponderEliminarObrigada pela partilha e aprendamos com ele a diferença.
Beijos
Grande Drumond. Sábias palavras.
ResponderEliminarPermita que aqui lhe deixe um poema com que, há dias, deparei. Da Antologia Poética, de Ferreira Gullar.
"
NÃO HÁ VAGAS
O preço do feijão
Não cabe no poema. O preço
Do arroz
Não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
A luz o telefone
A sonegação
Do leite
Da carne
Do açúcar
Do pão
O funcionário público
Não cabe no poema
Com seu salário de fome
Sua vida fechada
Em arquivos.
Como não cabe no poema
O operário
Que esmerila seu dia de aço
E carvão
Nas oficinas escuras
porque o poema, senhores
está fechado: “Não há vagas”
Só cabem no poema
O homem sem estômago
A mulher de nuvens
A fruta sem preço
O poema, senhores,
Não fede
Nem cheira."
Um beijo
É preciso tanta coisa, que nem mil poemas vão conseguir dizer.
ResponderEliminarÉ preciso, acima de tudo, pensar, que é algo a que muitos se desabituaram ou delegaram a terceiros.
ResponderEliminarPoema muito forte... muito bom... dá que pensar... e faz mudar!
ResponderEliminarObrigada por estar aqui à nossa disposição!
Obrigada por me ter dado a conhecer este poema de Drummomd, Rogério.
ResponderEliminarGostei muito, mas acho-o com demasiadas necessidades sumamente elementares, para anunciar algo tão drástico.
Um beijo
anunciar o fim do Mundo, sempre rendeu...
ResponderEliminarque o poetas sempre fintaram!
abraço
Muito lindo este poema! Muito lindo este Poeta...
ResponderEliminarL.B.