14 novembro, 2017

Carta aberta aos mais de 15 mil cientistas que renovaram o aviso sobre riscos ambientais

Caros Senhores Cientistas,

Escrevo esta carta sem a expetativa de esta vir a ser por vós lida. Assim, é para mim quase uma descarga de peso de consciência, pois, verdade se diga, eu próprio não estou fazendo nada para inverter a situação.
Mas vocês também não.

Isto é, estão fazendo pouco. Este vosso alerta é tardio e curto. É tardio, pois esperar 25 anos para o renovar pode acontecer vir demasiado tarde. É curto, pois não entra em detalhes nem a promover comportamentos exemplares.

Como comportamentos exemplares cito o povo cubano e o que pode o poder da comunidade em contrariar tudo aquilo que agora, meus caros cientistas, estão a alertar quanto à disponibilidade de água potável, quanto à desflorestação, quanto à diminuição do número de mamíferos e quanto às emissões de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Dizem, meus caros, que aquelas questões estão todas “no vermelho”, sendo que as medidas para as mitigar tomadas desde 1992 são dececionantes, com exceção das destinadas a estabilizar a camada do ozono e dizem ainda que “A humanidade não está a fazer o que deve ser feito urgentemente para salvaguardar a biosfera ameaçada”

Meus caros Cientistas,

Que tal fazer de Cuba um "case study"? Eu sei, eu sei. Virão dizer que o pico petrolífero (ainda) não se confirma e que vai continuar a haver petróleo a rodos... que Cuba é isto e mais aquilo... Pois!

Se me lerem, atuem.
Rogério Pereira
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«Quando a União Soviética colapsou em 1990, a economia de Cuba entrou em parafuso. Com as importações de petróleo cortadas em mais de metade - e de alimentos em 80% - as pessoas estavam desesperadas. Este filme narra as dificuldades e lutas, bem como o espírito de comunidade e a criatividade, do povo cubano durante este período difícil. Os cubanos explicam como fizeram a transição de um sistema agrícola industrial altamente mecanizado para um outro baseado na agricultura biológica, local, e em hortas urbanas.

É um olhar incomum sobre a cultura cubana durante esta crise económica, a que eles chamam "O Período Especial". O filme (premiado por tudo o que é lado) começa com uma breve história do Pico do Petróleo, um momento da nossa história em que a produção mundial de petróleo atinge o máximo e começa a declinar. Cuba, o único país que enfrentou uma crise dessas - a redução massiva de combustíveis fósseis - é um exemplo de opções e esperança.»


Este texto foi inspirado num post antigo da Manuela Araújo em "Sustentabilidade é Acção"

4 comentários:

  1. Li os textos. Volto amanhã para ver o filme.
    Abraço

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  2. Planeta Terra só há um!
    E é a nossa casa comum!
    Se não o preservarmos,
    com inteligência e sabedoria,
    não haverá, para nós, futuro algum!
    E, certamente, que só se poderá alcançar,
    se este sistema depredador, soubermos, transformar!
    E a sustentabilidade para ser global,
    primeiro tem que ser local!
    (FMGA 14-11-2017)).

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  3. O alerta não foi renovado 25 anos depois. Tem sido constantemente repetido. A comunicação social é que não lhe tem dado importância.

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  4. Subscrevo e partilho!

    Abraço grande.

    Maria João

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