Hoje, com todo o dramatismo, falou-se da Grécia. Houve, há pouco, quem dissesse que a saída do Euro nunca deveria ser um acto único mas um processo. Há que ligar o hoje ouvido a outras coisas ditas. E até ditas por poetas, com as palavras justas contra gestos desajustados... Oiçamos!
RESGATEEntre nós e o futuro há arame farpadolevaram o que se via além de nósnão resta mais que a ponta do narizcomo esperar agora o inesperado?Somos do Sul e o saldo somos nóscontra o bezerro de oiro o teu quadradoo poema tem que ser o teu país.Entre nós e amanhã há uma taxa de jurouma empresa de rating Bruxelas Berlimentre hoje e o futuro há outra vez um muroresgate é a palavra que nos diztens de explodir o não dentro do simnão te feches em torres de marfimo poema tem de ser o teu país.Toutinegras virão cantar contigoe os melros que se escondem entre vogaise o morse aflito e rouco da perdiznas sílabas que avisam do perigoe as lanças das consoantes e os sinaispor dentro das palavras que maisdo que palavras são o teu país.Oiço dizer Europa mas Europaé uma nau a chegar ao nunca vistoFlor de la Mar: e o Mundo em tua boca.Navegação: madre das cousas. Istoé Europa. País no mar. E vento à popa.Não este não arrisco logo existode cócoras à espera de uma sopa.Um cheiro de jasmim a brisa nos salgueirosentre nós e o futuro um silêncio nos diz.O saldo somos nós: trinta dinheiros.Pátria minha quem foi que te não quis?Entre nós e o futuro a terra e a raize a Flor de la Mar e os velhos marinheirose o poema onde respira o teu país."