A senhora apareceu-me
A senhora apareceu-me!... Aparição, visão, sonho ou fantasia?
Dormia eu a sesta à sombra duma azinheira (numa manta de retalhos, pois claro!) quando uma senhora brilhante, não tanto como o sol, chegou à minha beira.
Dormia eu a sesta à sombra duma azinheira (numa manta de retalhos, pois claro!) quando uma senhora brilhante, não tanto como o sol, chegou à minha beira.
Não me disse para a louvar por ser celeste,
Não me sugeriu que sofresse para lhe agradar,Não me exigiu que lhe agradecesse a força do meu trabalho,Não me pediu que lhe suplicasse a felicidade,Não me rogou que lhe repetisse como um papagaio preces e avés,Não me segredou guerras futuras se não a venerasse,
Não me culpou pelos meus prazeres carnais,
Não disse nada.Não vinha de calças, nem de saia comprida, nem de mini-saia.Nua e serena, aproximou-se.Só uma senhora assim para me pôr de joelhos.Pôs-se de joelhos também.Enrolámo-nos na manta de retalhos. Paz, amor e sorte.Azar, era dia 13, um melro largou-se no meu rosto.Acordei.
Da santa ou companheira, nem sinais.
Dei um salto.
Falei alto
À sombra duma azinheira:
25 de abril sempre! Fascismo nunca mais!
Gostei. A metáfora da revolução nua, pronta a fazer amor com um povo que sonha com ela, é muito interessante.
ResponderEliminarUm abraço
Ampliaste o entendimento
Eliminarno sentido certo
Fica exultante o bácoro
pois foi dele o sonho sonhado
(brinco, claro!)
Também me pareceu uma bela alegoria da revolução dos cravos, até ao momento em que um fortuito melro situa o encontro num qualquer dia treze... ficou a dúvida, mas gostei muito do poema.
ResponderEliminarAbraço.
Maria João
Sabia que gostarias!
EliminarInapropriado o texto? Nem pensar...Pertinente e cheio da vivacidade inteligente a que nos habituaste.
ResponderEliminarBeijinho
De seu a seu dono
Eliminaro texto está assinado
e tens razão, não é inapropriado o texto
inapropriado é este tempo
Ah, o que eu gosto da 'bacorada' do Pata Negra, Rogério! :)
ResponderEliminarJá aqui, há atrasado,:) foi publicado aqui, por si, um poema muitíssimo engrado. Desta vez é que lá vou 'buscá-lo´ para o meu canto, para o ter mais a jeito.
Qual revolução, aquilo é mesmo o que parece, uma bela alegoria em forma de prece. :)
Abraço.