VERDADES IMPROVÁVEIS
Na ausência de palavras
desenhei uma flor encarnada
neste chão de marés
soltei-lhe as pétalas
cadenciadas
silvestres
musicais
agarrei o vento pelas crinas
esculpi um grão de areia
para a vida despontar
num sopro
e se libertar
pelas físsuras da pedra
convoquei pássaros
resgatei memórias
e outros silêncios
escrevi de novo
verdades improváveis
Inesperadamente
hoje não quis salvar o mundo
Eufrázio Filipe"Chão de Marés"
A sala estava como costuma estar, cheia de cumplicidades e afectos. Ouvíamos. Quase no fim, Manuel Veiga levantou-se e lembrou outro chão. Eu limitei-me a entregar-lhe uma catrefada de abraços encomendados e a dar-lhe uma sugestão: "Para quando um livrinho de prosa poética?"
Respondeu-me lesto:
"Está na calha, ando a escreve-lo para o meu neto!"
Gosto muito deste poeta. Entre as amigas com quem estive no sábado, uma delas também frequenta o mar arável, e falamos nele no nosso encontro. Pena ser no mesmo dia e à mesma hora. Pode ser que seja para a próxima.
ResponderEliminarObrigada pela reportagem. E por ter levado os nossos abraços.
Abraço
Excelente poema! Bela escolha, Rogerito...
ResponderEliminarFoi uma excelente cerimónia para um excelente livro carregado mais de emoções que palavras.
ResponderEliminar:)
Um poeta excelente!
ResponderEliminar(Quase me sinto presente!)
Beijinho para ti e para eles.