A imagem ilustra quatro momentos históricos que estão no caminho ao hoje, como ponto de chegada mas em trânsito que lhe aprofunda o sentido. Ao cimo, à esquerda Mário Soares saúda agradecido o trabalho subterrâneo de Frank Carlucci; à direita, um título bem expressivo da manipulação oportunista do então PPD (PSD); em baixo, uma assinatura que determina a venda da nossa independência em cerimónia que deixaria uma frase que não me sai da memória ("Porreiro, pá!") e, por fim, a equipa da "troika" que impõe medidas que ainda marcam as nossas vidas. E hoje?
Talvez para ajudar à reflexão seja útil divulgar um texto que levanta a ponta de um novelo que ninguém sabe ao certo o que tem dentro:
"(...) o maior risco deste salto, o de que os portugueses sejam chamados a fazer as suas escolhas no escuro, sem poder aferir devidamente das suspeitas levantadas sobre a governação de um dos maiores partidos da democracia portuguesa. Os protagonistas do PS vão mudar, há muitos outros assuntos importantes para o país, mas os eleitores, com grande probabilidade, vão fazer as suas escolhas sob o signo deste caso, sem que ele esteja devidamente aclarado. O Presidente quer devolver “a palavra ao povo sem temores”, mas é preciso sublinhar que, estando a democracia a funcionar, não está a operar nas melhores condições.Entende-se por isso mal que o Presidente não tenha tido no seu discurso uma palavra de exigência em relação à actuação do poder judicial. O país precisava, neste momento, de saber que o poder político, sem que isso signifique uma interferência, não está paralisado na sua capacidade crítica de avaliar a conduta do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República (...)David Pontes, in "Entre as Brumas da Memória"
A história, à distância, denuncía os intervenientes.
ResponderEliminarO poder judicial precisava de ser mais célere e mais isento.
ResponderEliminarAgora aqui ficamos em banho Maria até às eleições sem sabermos concretamente quem é culpado de quê.
Entretanto o Chega afia as unhas!
Abraço