A verdadeira crise política continua, mesmo que os holofotes do imediatismo não incidam sobre ela. Longe das polémicas está a vida concreta dos trabalhadores, cujos problemas não desaparecem e tendem a agravar-se.
É nesta linha que o movimento Porta a Porta decidiu continuar na luta, uma vez que a grave crise habitacional subsiste e o Orçamento do Estado que PS e a direita tanto querem que seja aprovado não resolve.
Segundo a nota de imprensa do movimento, «os lucros da banca em Portugal ascendem, nos primeiros nove meses do ano, ao valor líquido diário de 12 milhões de euros - 2023 será o ano com maiores lucros do nosso sistema bancário de que há memória. Enquanto isso, mais de um milhão e duzentas mil famílias sucumbem aos custos com a sua prestação do crédito, que, em média, subiram mais de 60%».
Tendo isto em conta, não baixando os braços, e sabendo que grande parte dos problemas advêm da política imposta pelas instituições europeias, em particular o Banco Central Europeu, uma delegação do Porta a Porta deslocou-se ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, para se fazer ouvir.
Para o movimento, a «acção visa projectar no plano europeu os brutais problemas no acesso e manutenção do direito à habitação actualmente sentidos por quem vive e trabalha».
«Os problemas agravam-se e exigem a alteração de políticas – desde já, Descer os Juros, Regular as Rendas, Proibir os Despejos sem alternativa de habitação digna, criar e aumentar o parque público de habitação», lê-se na nota enviada às redações.
Ao AbrilAbril, André Escoval, membro do Porta a Porta relatou que na acção foram colocadas «vinte tendas com reivindicações dirigidas às instituições europeias e também ao Governo do país».
O mesmo reitera que «hoje foram apresentados os resultados da Comissão [Europeia] onde foi admitido que nos últimos dez anos o preço com o alojamento duplicou. Com os dados que temos, durante o ano passado, o preço médio das prestações das casas subiram em 60%. Aquilo que viemos reivindicar a Bruxelas é que o Banco Central Europeu baixe as taxas de juro».
Para André Escoval, a situação da habitação «agravou-se com a liberalização do mercado de arrendamento, imposta pela troika nos governos de Passos e de Portas, e do mesmo modo viemos dizer que a solução não funcionou, tal como agravou. Importa agora que revertam a mesma, controlando e regulando o preço do arrendamento».
Apesar da acção e das reivindicações, para André Escoval, «a situação política que vivemos não deve servir de desculpa. É uma urgência trabalhar os problemas da habitação e deste modo o Governo deve começar desde já por a travar o aumento das rendas em 7% para o ano de 2024».
Segundo o representante do movimento, a deslocação a Bruxelas fez-se com «uma delegação representativa do país, com 17 elementos de variados locais» que trouxe um conjunto de exigências e reuniu com o grupo parlamentar do PCP no Parlamento Europeu para as apresentar que «manifestaram toda a solidariedade» e «o compromisso para continuar essa batalha junto das Instituições Europeias».
Sobre o futuro, «o Porta a Porta continuará, desde já no dia 25 de Novembro com um conjunto de acções por todo o território nacional». Para terminar, André Escoval diz que «é insuportável continuar a trabalhar o mês inteiro para entregar o salário à banca e aos senhorios. Há já casos em que esse valor não chega para pagar a casa. Esta situação é uma emergência nacional e importa ser revertida. Deste modo a luta vai continuar!».
in "AbrilAbril"
Este país está uma vergonha... e parece que vai ficar pior.
ResponderEliminarPIOR do que já está é absolutamente IMPOSSÍVEL
ResponderEliminarTeresa Palmira Hoffbauer
EliminarNão aceito 4 meses de um Governo “zombie”, apenas preocupado em manter o PS no poder. Somos uma república de bananas, sem a mínima vergonha.
Desculpa, Rogério, por não me interessar “PORTA A PORTA, DE LUTA EM LUTA”. Tu podes e deves, apagar os meus comentários.
EliminarNunca apaguei comentários, nem a pedido!
EliminarE se não gostas da luta é porque te agrada
o que por aqui se passa...
Eu também gostaria não ter um governo zombie mas foi a opção do PR.
ResponderEliminarCabe aos eleitores vigiarem essa tal possibilidade do PS querer manter-se a todo o custo no poder e colocar no poder quem não faça de Portugal uma república das bananas.
Abraço
Pois meu QUERIDO NORTE acho que esta democracia, de tanta macacada só pode tender para uma república das bananas, em cujas cascas o povo (há muito) derrapa...
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