Foi como se não bastasse
tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.Foi como se as mãos partidas
ou as unhas arrancadas
fossem outras tantas vidas
outra vez incendiadas.À voz de anticomunista
o patrão surgiu de novo
e com a miséria à vista
tentou dividir o povo.E falou à multidão
tal como estava previsto
usando sem ter razão
a falsa ideia de Cristo.Pois quando o povo é cristão
também luta a nosso lado
nós repartimos o pão
não temos o pão guardado.Por isso quando os burgueses
nos quiserem destruir
encontram os portugueses
que souberam resistir.E a cada novo assalto
cada escalada fascista
subirá sempre mais alto
a bandeira comunista.
Ary dos Santos
O Ary é grande. Saúdo a memória deste poeta que cantou o povo.
ResponderEliminarAssinalei-o no Facebook!
ResponderEliminarInesquecível!
Abraço
O meu comentário de ontem onde está? : )
ResponderEliminarUm dos mais belos poemas de Ary!
ResponderEliminarE pensar que partiu tão cedo, ainda com tanta poesia para dar...
Um abraço, Rogério.