Tema da redacção: o tema de hoje foi-me inspirado pelo Noah
Saio cedo de casa pois no caminho vou-me distraindo e quando podia levar poucos minutos quase sempre levo meia-hora até porque me pesa a sacola com todos os livros tabuada e cadernos e no inverno o frio é de rachar e eu por causa de tal peso preciso de ir devagar.
Quando chego a turma já lá está quase toda sentada e à minha chegada eu digo bom dia e quase todos me respondem em coro excepto um ou outro e até parece que perderam a língua mas dá-se o caso de serem filhos de gente rica que não liga a malta maltrapilha.
Por ser pequeno estou sentado na primeira carteira ao lado de um puto da Curraleira e à frente de dois um da Picheleira outro da comunidade de Chelas e são todos meus amigos e me ensinam coisas que até o senhor professor aprende embora ele se veja às aranhas para nos manter sossegados e atentos.
Quando for crescido quero manter viva a memória da minha escola das conversas com os meus colegas e das lições do meu professor!
Rogérito
José António do Vale, que ficou na Toponímnia de Lisboa, apenas como ACTOR VALE, natural de Lisboa, nasceu a 20-10-1845 e faleceu a 20-02-1912. Foi um dos mais aplaudidos Actores portugueses. Nasceu na Rua do Benformoso e estreou-se no Teatro da Rua dos Condes com 16 anos, a fazer o papel de uma criança na peça Casamento em Miniatura.
ResponderEliminarA estreia profissional aconteceu por volta de 1863, segundo uns no Teatro das Variedades na comédia Um Pároco Virtuoso, segundo outros no Teatro Ginásio na peça Nem todo o mato é orégãos. Neste Teatro terá os seus grandes Mestres e conhecerá o amor da sua vida, a Actriz Lucinda Simões, paixão contrariada pelo pai dela o que impulsionará Vale a ir desenvolver uma carreira no Brasil em 1870, como Actor, Ensaiador e Empresário, durante cerca de 10 anos.
Regressa ao Ginásio por treze anos e ficam famosas as suas actuações em Sua Excelência (1884), na farsa O Vale em Lisboa (1880), As Médicas e O Comissário de Polícia (ambas em 1890), O Burro do Senhor Alcaide (1891), todas escritas por Gervásio Lobato. Passou depois ao Teatro da Rua dos Condes, às revistas de Schwalbach e a empresário.
Assim, preenchidos que estão os requisitos e demais formalidades previstos no Decreto-Lei n.º 387/90, de 10 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 314/97, de 15 de Novembro, determino: A Escola Básica do 1.º Ciclo de Lisboa n.º 142, São João, passa a denominar-se Escola Básica do 1.º Ciclo Actor Vale, Lisboa.
O seu nome faz parte da Toponímia de: Almada (Freguesia da Sobreda), Lisboa (Freguesia de São João, Edital de 12-03-1932, Rua Actor Vale, ex-Rua 4 do Bairro dos Aliados).
Fonte: “O Grande Livro dos Portugueses”, (Círculo de Leitores, 1990, Pág. 499)
Rogério, quando li Noah pensei logo no neto da Janita.
ResponderEliminarComo ainda não tinhas colocado o link, disse para os meus botões, que tinha de ser outro miúdo, porque não o vejo a pertencer à „malta maltrapilha“.
Aguardo o comentário da avó 👵
Teresa, lateralizaste o tema e ficaste nas tintas para a minha amizade com humilhados e ofendidos dos bairros da lata (hoje são bairros sociais) , mas... tudo bem. Foste buscar a história do patrono da escola, que desconhecia. Frequentei essa escola (1952-56) num tempo em que a escola era um número - Escola Primária 142 (Actor Vale era o nome da rua)
ResponderEliminarE se queres conhecer Chelas, clica no link
Embora não me tenha referido à Sara Correia — Chelas, não significa que a não tenha ouvido. Eu leio sempre TUDO e clico sempre em TUDO.
Eliminar„Humilhados e Ofendidos“ é um fantástico romance do autor russo.
Sobre a tua amizade já tinha tomado conhecimento dela no blogue da Janita. E acredito, que convides um „sem abrigo“ para a ceia do Natal 🎄 Um gesto bonito e cristão.
Ora bem, não é segredo para ninguém desta minha velha amizade com o Rogério/Rogérito e que o meu Noah tem os Contos Para Serem Contados pelo autor enviados. De quando em vez envio-lhe uma foto do meu netinho caçula que lá nas terras do frio se vai desenvolvendo sem muito frio, mas com muito brio. A última, foi o menino a ir para a escola com a sua mochila às costas - e parecia pesada parecia - ainda mal tinha raiado o dia e as luzes ainda acesas. A neve ladeava a rua por onde o Noah passava e, claro, o Rogérito condoeu-se. Porém, quando eu esclareci ser só de quando em vez que a ida era feita a pé, nos outros dias ia quentinho com o pai no seu belo carrinho. Isso só acontecia porque o pai, bom educador, queria que o Noah não fosse só e apenas doutor. Quer ia e quer que o filho tome conta do que o rodeia e veja como as condições climatéricas mudam a paisagem e gelam a água da Lagoa fazendo-a parecer um espelho. Também quer que o filho seja alguém resiliente e independente, pois a vida é dura.
ResponderEliminarDepois, como as conversas são como as cerejas, a avó do Noah fez referência que sabia bem o que isso era, pois lutou muito e trabalhou desde cedo, na sua adolescência. Blá blá blá...e o autor deste espaço sempre a pensar no seu proverbial desembaraço disse: Já me deste uma ideia para a redacção do Rogérito.
Maltrapilhos lá nos Países Baixos lá não há, aqui, nas escolas deste tempo, creio que também não, mas no tempo em que o Rogério era o Rogérito, provavelmente não havia tanto 'guito' e o governo era do piorio, só dava fome e frio...
E pronto, querida Teresa, fica sossegada, no pasa nada.
Abraços e beijitos para quantos aqui me/nos vierem ler. 😊
Gostei muitíssimo de ler a tua explicação, Janita!!
EliminarContinuo sem compreender a relação do Noah com a amizade do Rogério pelos humilhados e ofendidos.
Adiante …
Fiquei parva ao ler que o Noah já entrou para a escola.
O tempo passa a correr.
Ainda é mais velho do que a Florentine — a menina que detesta livros 📚 Só gosta de doçarias e de televisão. Entretanto, já me disse, que gosta dos contos do Rogério, embora a tradução seja péssima. Ela entra para escola no próximo ano lectivo e ainda não sabe ler.
Beijocas grandes para ti e para o amigo dos „humilhados e ofendidos”.
TERESA, a língua portuguesa é muito traiçoeira... os humilhados e ofendidos são do tempo em que o tempo perguntava ao tempo quanto tempo o tempo tem... nem o Rogério nem o Noah são desse tempo. Desse tempo, só era o Rogérito e os seu colegas de turma...
ResponderEliminarJANITA, que bom ires dando conta daquilo que aqui dás conta, mas olha, os humilhados e ofendidos de outrora estão de volta...
A TODOS, ontem apanhei (eu e não só) um valente susto. Ligou-me uma amiga da Maria João Poeta a saber se eu sabia alguma coisa da nossa sonetista, pois ela não atendia as chamadas... disse-lhe que iria averiguar e tentei eu ligar... e nada... dei corda aos sapatos e fui tocar-lhe à campainha. Ao primeiro toque abriu-me a porta e subi. Desatámos na converseta... não se passara nada.
Ufa!, que alívio!!!
Na minha escola éramos todas iguais, felizmente e não havia na aldeia maltrapilhos.
ResponderEliminarAbraço
Nesses tempos era assim em muitas aldeias, pois vivia-se melhor que nas cidades... hoje, quase aposto, nem lá há professores ou, se há, serão muito poucas as crianças...
EliminarAbraço