21 julho, 2019

Dominical liturgia [citando Sophia] - 26

Na passada liturgia produzi os melhores mandamentos que jamais produziria se não fossem as frases de Sophia. Reproduzo o primeiro: Escreva um poema, salve o que julgue ser sua alma
“A poesia é das raras actividades humanas que, no tempo actual, tentam salvar uma certa espiritualidade. A poesia não é uma espécie de religião, mas não há poeta, crente ou descrente, que não escreva para a salvação da sua alma – quer a essa alma se chame amor, liberdade, dignidade ou beleza”. (disse Sophia)
E a Maria João como se respondesse a Sophia assim escrevia:
(I)LIMITES & PARADOXOS

Entre vivos e mortos levantamos
Montanhas de aço vivo e de vontade
Contra as quais esbarrarão os grandes amos
Dos medos, quais torpedos de ansiedade,

Mas se no espanto imenso em que nos damos
Abstrusa, a novilíngua nos invade,
À nossa antiga concha retornamos,
Pela libertação da liberdade.

E mudamos. Ó céus!, como mudamos
Quer queiramos mudar, quer não queiramos,
Sem dúvida em excessiva velocidade,

Ultrapassando mesmo a ubiquidade...
Porém, na rapidez com que avançamos,
Quem mede o estado ao estado a que chegamos?

Maria João Brito de Sousa – 06.01.2019

5 comentários:

  1. Surpreendida por rever-me nesta tua dominical liturgia, ao lado de Sophia, quedo-me sem saber que dizer-te...

    Obrigada e um abraço grande.

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  2. E muito bem, ao lado de Sophia!

    O último verso... arrebatador!


    Lídia

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  3. Boa,sim, Rogério! Perdoa-me a menor disponibilidade destes últimos dias, mas ando um pouco pressionada por circunstâncias de que depois te falarei.

    Muito obrigada, Lídia.

    Um grande abraço para ambos.

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  4. A Sophia gostava de dizer mal das colegas, mas NUNCA diria mal da Maria João Brito de Sousa se tivesse lido este fabuloso POEMA 💜

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