21 maio, 2013

Poesia (uma por dia) - 37


Um Problema de Consciência


Álvaro Cunhal - 1939, aos 25 anos
(Tirado daqui, depois de trabalhado um texto seu, original)

12 comentários:


  1. Acabo de escrever uma "coisa" que, não sendo como esta, é-o no essencial.
    E temo pelo já visto e andado que os nossos sonhos dos 20, 30, 50, 80 anos sejam tarefas nunca terminadas...


    Um beijo


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  2. A minha consciência ficou ainda mais desassossegada!

    Beijo

    Laura

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  3. Um homem que ainda agora foi retratado pela RTP, salvo erro, de uma forma que poucos conheceriam.

    Será sempre imortal.

    Abraço

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  4. Um poema que preenche totalmente um sentir actual.

    " que poderei ainda fazer? »

    Está em nós dar-lhe a resposta .

    Uma preciosidade.

    beijinho

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  5. Um homem das artes, sensível, inteligente... Obstinado, porém.

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  6. Uma vida exemplar! Um marco na história do século XX, quer se queira ou não. Ontem ficou demonstrado em documentário da TVI, orientado pela Judite de Sousa e com entrevista à irmã de Àlvaro Cunhal, com inclusão de excerto de entrevista ao próprio por Miguel Sousa Tavares e declarações deste sobre a admiração que o mesmo lhe despertou, que o respeito e o reconhecimento da envergadura ideológica e humana deste homem atravessa vários quadrantes políticos e as fronteiras deste país.
    Este texto escrito em idade tão jovem é tão actual e é um incentivo à esperança e ao trabalho num futuro a construir. Para além da sua morte é ainda o seu pensamento a trazer-nos a esperança num amanhã, é também a afirmação da enorme bagagem cultural de um Homem que se revela em todos os momentos em que de si se fala e que ainda tem muito para dar, para além da sua presença física.

    Beijos

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  7. Rogério,
    permita-me dizer sobre Álvaro Cunhal, o que escreveu e sentiu Jorge Amado.

    Essa Vida Preciosa, Salvemo-la

    por Jorge Amado

    «Tão magro, de magreza impressionante, chupado a face fina e severa, as mãos nervosas, dessas mãos que falam, mal penteado o cabelo, um homem jovem mas fisicamente sofrido, homem de noites mal dormidas, de pouso incerto, de responsabilidades imensas e de trabalho infatigável, eu o vejo, sentado ao outro lado da mesa, diante de mim, falando com a sua voz um pouco rouca, os olhos ardentes no fundo de um longo e sempre vencido cansaço, e o vejo agora como há cinco anos passados, sua impressionante e inesquecível imagem: Álvaro Cunhal, conhecido por Duarte, o revolucionário português. Falava sobre Portugal, sobre que poderia falar?

    Sua paixão e sua tarefa: libertar o povo português da humilhação salazarista, libertar Portugal dessa já tão larga noite de desgraça, de silêncios medrosos, de vozes comprimidas, de alastrada e permanente fome do povo, de corvos clericais comendo o estômago do país, de tristes inquisidores saídos dos cantos mal iluminados das sacristias e da História para oprimir o povo e vendê-lo à velha cliente inglesa ou ao novo senhor norte-americano. Sua paixão e sua tarefa: fazer de Portugal outra vez um país independente e do povo português um povo novamente livre e farto e dono da sua natural alegria.

    Ah! Aqueles cansados olhos fundos sorriam e a voz estrangulada de cólera se abria em doçura de palavras de amor para falar de Portugal e do povo português. Eu compreendia que aquele homem de magreza impressionante, de físico combalido pela dura ilegalidade perseguida, era o seu próprio país, seu próprio povo e que, com seu cansaço, sua fadiga de anos, sua rouca voz de velho sono, suas mãos ossudas, eles estava construindo a vida, o dia de amanhã, o mundo novo a nascer das ruínas fatais do salazarismo."

    Qualquer homenagem que se faça a este homem carismático e de ideias e ideais inabaláveis, ficará sempre aquém do merecido!

    Um abraço.

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  8. Uma vida exemplar! Um marco na história do século XX, quer se queira ou não. Ontem ficou demonstrado em documentário da TVI, orientado pela Judite de Sousa e com entrevista à irmã de Àlvaro Cunhal, com inclusão de excerto de entrevista ao próprio por Miguel Sousa Tavares e declarações deste sobre a admiração que o mesmo lhe despertou, que o respeito e o reconhecimento da envergadura ideológica e humana deste homem atravessa vários quadrantes políticos e as fronteiras deste país.
    Este texto escrito em idade tão jovem é tão actual e é um incentivo à esperança e ao trabalho num futuro a construir. Para além da sua morte é ainda o seu pensamento a trazer-nos a esperança num amanhã, é também a afirmação da enorme bagagem cultural de um Homem que se revela em todos os momentos em que de si se fala e que ainda tem muito para dar, para além da sua presença física.

    Beijos

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  9. Rogério,
    Não me canso de interrogar. Às vezes gostaria que acontecesse menos vezes... viveria-mos melhor, quiçá?

    Este poema é belo, é de um homem que admiro, admirei e admirarei.
    Bom dia!:)

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  10. "Atravessar-se-ão tragédias com lágrimas nos olhos, um sorriso nos lábios e uma fé nos peitos."

    E assim será!

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