Apresentação, contar da esquerda: Eu, Meu Contrário e Minha Alma |
Eu (virado para a assistência, com a sala meio vazia): Esta Mesa Redonda foi-nos imposta por Minha Alma, dada a sua insistência e os termos da convocatória. Aceitámos e cá estamos. Começo por lhe perguntar (virando-me para a Minha Alma): Qual é a ideia, afinal?
Minha Alma: É sobre a necessidade da escrita...
Meu Contrário (olhando Minha Alma fixamente): Bem sabes, como temos andado ocupados... Muitos escrevem, escrevem, mas não se lhe reconhece a alma no que escrevem. Fazem exercício de estilo...
Minha Alma (interrompendo): Também é necessário!
Meu Contrário: Nestes tempos mais falta faz o juízo que o estilo!
Minha Alma: Os dois! Os dois! Nem que seja uma metáfora!
O Meu Contrário: Como essa "Pequenina Luz"?
Eu: Como "Uma pequena luz / que vacila exacta / que bruxuleia firme / que não ilumina apenas brilha"?
Minha Alma e Meu Contrário (em coro): Isso! Essa é a escrita necessária!
Faz-nos falta, a vossa escrita!
ResponderEliminarBeijinhos, Rogério.:)
ResponderEliminarAh, mas Jorge de Sena é tanto!
E a escrita... A escrita está escrita dentro de cada um. Se resolvemos dar-lhe forma,visibilidade, emprestamos-lhe apenas os dedos para que sejam pressionadas as teclas ou accionado o lápis, a caneta.
De resto, ela escreve-se sozinha. E por vezes, mesmo querendo-a assertiva, objectiva, concreta, ela desilude-nos e vem sempre conforme a forma. Quanto a isso, nada a fazer...
Há outra forma de escrever, eu sei! Mas essa é para os jornalistas, filósofos, ensaístas, sábios... Não para os poetas!
Lídia
Escrevamos , então, contra marés e ventos!!
ResponderEliminarAbraço fraterno aos três, Rogério