A stora escreveu no quadro a pedido de um senhor bem vestido e engravatado o tema para esta redacção e deu depois longa explicação de que naquela terra havia muita guerra e que as casas eram arrasadas e que se eu tivesse de fugir de lá o que eu levaria na minha mochila.
Pensei pensei e lá me desenrasquei enumerando tudo aquilo que ia pensando tendo o cuidado de seleccionar para a mochila tudo o que não a fizesse pesada ou pelo menos não pesar tanto quanto a sacola que hoje trouxe para a escola.
A primeira ideia foi um monte de envelopes para colocar dentro pedacinhos de erva e terra à mistura com insultos e gritos e um lápis para lá ir registando cada país que me vai expulsando e a pertencem aqueles pedaços de memória e além dos envelopes juntava uma tesoura para cortar pedaços de arame-farpado daquele que há espalhado por todo o lado.
Levava também uma garrafa sem nada para poder lá ir deitando as lágrimas que fosse chorando e uma agenda calendário para não me perder no tempo ir escrevendo meu diário.
Tudo coisas úteis para quando o meu regresso se der eu não esquecer. É que um dos grandes males do mundo é a gente esquecer-se de tudo.
Ora bem, Rogérito! :) Reparei que uma das coisas que levarias contigo seria essa certeza de voltar que expressas no início do último parágrafo; "Tudo coisas úteis para quando o meu regresso se desse eu não esquecesse..."
ResponderEliminarUm grande beijinho para ti, que vês tanto e tão além de muito bom adulto...
Maria João
É aí que a "campanha" falha
EliminarUma verdadeira campanha solidária
devia ter por tema o regresso
e não a fuga, o medo
Exactamente, Rogério!
EliminarAbraço!
Quem dera que eu tivesse metade das certezas do Rogerito.
ResponderEliminarAbraço
Só te peço
Eliminarque das minhas certezas
tenhas um terço
metade,
talvez seja exagero ...
Bonito isto
ResponderEliminarAbraço
Acabo de lá na mochila juntar
Eliminarum poema do Mar
O Rogérito só pensou meter na sacola coisas que lhe faziam falta à alma.
ResponderEliminarNão lhe fazia falta a escova de dentes nem uma muda de roupa, já que a vontade de voltar não era pouca!
Que bom é quando se parte com esperança no regresso!
Muito bonito o sentimento deste querido Rogérito!
Comoveu-me a lembrança da garrafa sem nada. Deus queira que ela não se tivesse enchido com o conteúdo para o qual foi levada.
Nota máxima para esta redacção!
Um beijito, para este menino tão bonito.
"Que bom é quando se parte com esperança no regresso!"
EliminarEu,
se um dia tivesse de abalar
não descansaria
até que pudesse regressar
e a campanha devia ser um incentivo
a isso
~~~
ResponderEliminarUm longo e terno abraço ao Rogerito e votos que encontre pessoas
como nós, dispostos a ajudar a curar as cicatrizes e traumas e a
ensinar como proceder para poder perdoar e vencer...
É mais do que isso Majo
EliminarSão precisas pessoas
que não embarquem em loas
e nessas merdas
que dão origem às guerras
Um dia o Rogerito vai lembrar ao mundo tudo o que ele esqueceu.
ResponderEliminarEsta redacção ficará no meu coração, dou-lhe 20 valores!
Um beijinho
Fê