12 março, 2017

Geração sentada, conversando na esplanada - 92 ("Fascismo? Ná!... Não há riscos disso...")

“O [Donald Trump] esteve estupendamente. Os americanos voltaram a controlar o seu país e ofereceram uma nova era ao mundo. Oxalá cá chegue”.
Rafael Pinto Borges, dirigente da Nova Portugalidade 
"Mas, felizmente, não vejo a acontecer aqui um fenómeno do estilo Marine Le Pen. Não há indícios. Não sei a que se deverá isso, mas é uma sorte. Os portugueses não gostam de arriscar, receiam que qualquer mudança os vá prejudicar. Se nos mantivermos numa temperatura média, talvez escapemos.
Maria Filomena Mónica,  entrevista à Visão

Quando julgamos ir ser recebidos com cumprimentos efusivos, "olás" festivos ou mil sorrisos, esqueçam. Nada disso aconteceu com o meu regresso à esplanada. Foi como se lá sempre tivesse permanecido ou nunca lá tivesse ido. Ia eu pensando nisso, sem saber como satisfazer o ego, quando a Gaby deu por mim.
- «Seja bem vindo! Como tem passado?» E sem esperar resposta, «Sabe? o seu "Conversa" tem sido, domingo a domingo, tema para a nossa tertúlia, aqui na esplanada. Há pouco recebi uma mensagem da Teresa a alertar-me para o post de hoje e a dizer que não ia poder estar. As outras já se foram e o Engenheiro não tem aparecido...» Ia eu a dizer já nem sei o quê, a Gaby não me deu espaço - «Sabe o que eu penso? Se não fosse o seu Partido a extrema direita já estaria aí  em peso!» e continuou, atrapalhando-se nas palavras, como se estivesse a recuperar tempo perdido - «Também estou a lê-lo no jornal Tornado! E só lhe digo, sou professora de Português e nunca tinha ouvido falar de Maria Lamas!» e continuou, sem se calar. 
Para mim próprio repetia palavras acabadas de lhe ouvir, "se não fosse o meu Partido..." E nada de águas tépidas, como previne a Filomena Mónica. É nelas que a besta cresce!

13 comentários:

  1. Gostei de seu comentário "juízo dos mais velhos em África" no blog do Veiga e cá venho para conhecer seu espaço que muito me atrai. Voltarei. Parabéns! Laerte.

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    1. Veiga é meu irmão
      irmão de meu irmão
      meu irmão terá de ser

      volta sempre

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  2. As "águas tépidas" sempre foram um excelente caldo de cultura para todos os tipos de pragas...

    Abraço.

    Maria João

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  3. Penso que a nossa geração cometeu um grande erro, quando se propôs esquecer o que foram os terríveis anos de ditadura, e não deu aos seus seus filhos o conhecimento disso. Em vez disso, tentou dar-lhes tudo o que não tiveram, e deixaram-lhes o espirito inculto e livre. E um espirito assim, é como terreno por cultivar. É invadido por todas as ervas daninhas. As doutrinas ditatoriais e fascistas, são como o galracho. Espalham-se, por todo o lado, ocupando todo o espaço e destruindo tudo à volta. A facilidade com que oiço jovens, dizer que o que o país precisa, é de outro Salazar, arrepia-me.
    Tudo o que o seu Partido, fizer para alertar é bem-vindo. Mas é preciso que todos nós façamos alguma coisa, para que a história se não repita.
    Abraço e boa semana

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    1. As águas mornas de que fala Mónica tropeçam no desespero dos jovens. Ela aponta para uma "não saída" como se não se passasse nada...
      Tudo o que pudermos fazer, faremos!

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  4. Coitados dos alunos que têm tal prosessora de Português.
    Será que ela alguma vez leu o (MELRO) de Guerra Junqueiro?

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    1. Anabelina

      Claro que a Gaby me leu
      quando lhe falei desse MELRO

      http://conversavinagrada.blogspot.pt/2012/06/geracao-sentada-conversando-na_18.html

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    2. Ainda bem no célebre 'VELHICE DO PADRE ETERNO'

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  5. Águas tépidas são lugares perigosos...certas esplanadas também.
    Pobres professores...
    Bj

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    1. Ana,
      a esplanada é inofensiva
      o mesmo não direi da ignorância que por lá paira
      e não apenas nela

      Pobres alunos...

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  6. Se as pessoas não estiverem atentas, serão surpreendidas e tarde demais se darão conta do abismo em que estão...

    Tudo de bom

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