07 março, 2017

Faltam só seis dias e nada (que eu saiba). Mas ainda estão a tempo...


No próximo dia 13 termina o prazo para a consulta pública de um documento produzido por um grupo de trabalho, iniciativa do Ministério da Educação, e que se designa por “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”. Atento, eu tenho-o lido e analisado. De modo muito simples e resumido, diria que se trata de levar as antigas brincadeiras de rua para a sala de aula e levar a sala de aula antiga para o recreio. Tudo isto porque aprender a brincar é (pode ser) um caso muito sério.

Assim, faltam apenas seis dias para a comunidade educativa se pronunciar. Tenho procurado, procurado, mas acho que as vozes a que dava crédito têm estado caladas que nem pedras tumulares. O blog Terrear, de um prestigiado professor, limitou-se (até hoje) a editar o documento, sem o comentar. Outro, o Vox Nostra, depois do Crato ir dar uma volta, coincidência ou não, "fechou" a porta... O carismático Paulo Guinote, da Educação do Meu Umbigo, deixou-se disso.

A imagem? Ah, a imagem! Sem saudosismo vos digo, aquilo era mesmo a sério: Primeiro escolhíamos as equipas, tendo o cuidado de distribuir os leves e os pesados, de forma a que estes não ficassem só de um lado; a seguir negociávamos as regras; o passo seguinte era tirar à sorte quem primeiro "amouxava"; depois era jogar. E o jogo era um gozo. Uma das regras mais criativas era pôr os debaixo a dizer piadas... e se algum dos de cima mostrasse os dentes ou risse `"a bandeiras despregadas" perdia a jogada... outra regra, era não aleijar... e que o fizesse deliberadamente era excluído, sem poder ser substituído.

Se hoje também deve ser assim? Claro que não, aquilo era no tempo de escassez de recursos e de grandes carências na educação.  Hoje há mais oportunidades, e pelos vistos...

2 comentários:

  1. Sem tempo para ler agora o texto, venho apenas deixar um abraço a sua esposa e filhas, neste dia que dizem, é nosso.
    Abraço

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  2. Não duvido,nem por um instante, de que aprender a brincar possa ser um caso muito sério; melhor do que isso, só mesmo "aprender fazendo", mesmo que nem sequer possamos (ainda) distinguir se estamos ou não, a brincar... na minha experiência pessoal, é um método válido para a vida inteira.

    Abraço.

    Maria João

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