17 fevereiro, 2020

Eutanasem-nos


70% de quem necessita* tem acesso negado?
Eutanasem-nos, e fica o caso arrumado! 
(Estou eu a ironizar, claro!)
 *A necessidade refere-se a cuidados continuados, que são caros. Se se limpar o sebo aos pacientes necessitados usam-se processos mais baratos. 
Este raciocínio é deslocado e e estúpido? Então leia-se este outro mais claro e lúcido... 

4 comentários:

  1. A eutanásia foi legalizada no Canadá em 2016. A lei que governa o acesso ao suicídio assistido tem regras muito rigorosas, naturalmente.

    É um tema muito delicado que deve ser abordado com cuidado e sensibilidade. Cada caso é um caso.

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  2. Sabes bem que sou capaz de ironizar quando confrontada com a minha própria morte. Presenciaste-o na UNICOR do HSC há pouco mais de um ano. Perante a morte e o sofrimento alheios, sou incapaz de o fazer, mas... ainda que sabendo que relatar casos pessoais não seja a melhor forma de tratar de assuntos desta melindrosa complexidade, trago à baila a evidente falta de resposta atempada de alguns serviços do SNS. Quem mede o sofrimento a quem, como eu, literalmente vive para escrever poesia e, ao longo de anos, vê a sua acuidade visual reduzida a quase nada porque todos os anos lhe respondem que terá de esperar mais doze meses para entrar na lista de espera das cirurgias de remoção de cataratas?
    E quem mede o sofrimento desses 70% da população portuguesa que desesperadamente precisa de cuidados paliativos e não os tem, nem tem dinheiro para se deslocar até à Suiça?

    Abraço

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  3. A última morte sem sofrimento que acompanhei foi de uma prima que exigiu, ainda dentro de todas as suas faculdades, morrer sem dor.
    Assim foi mas perdeu toda a lucidez, foi um mês horroroso para quem a acompanhou.
    Faleceu num hospital privado e aquele mês ficou em milhares de euros, que ela tinha, felizmente.


    Abraço

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