Depois de cerca de 11 anos a pedalar por aqui, de mais de 400 amigos se chegarem a mim, de ter mais de 1 milhão de visualizações e mais de 38 mil comentários, o quer que seja que venha a fazer, vai-me doer...
Mas depois do que aqui se passou, vou ter que tomar uma decisão... abandonar este espaço, suspende-lo ou só vir cá esporadicamente... por aqui, fiz amizades que me custa abandonar.
Hoje, era mais ou menos este o meu estado de desespero. O meu blogue, dia após dia, vem perdendo funcionalidades. Para fazer uma postagem, deixei de o poder fazer pela via normal, mas lá descobri uma forma. Até data recente, para vos fazer um comentário tive que inventar um caminho... agora estou totalmente inibido de o fazer.
Vamos ver como ultrapassar esta situação. Vou reconfigurar tudo. Vamos ver o que vai acontecer...
Em tempos, entreguei-me à investigação cientifica, nos domínios da fisiologia do cérebro usando uma técnica minha baseada em "rogériografias. Numa das diversas publicações aconselhava que se 
- analisasse primeiro a "rogériografia" de um cérebro normal para poder reconhecer os anormais. Num cérebro normal existe uma forma equilibrada em como se repartem as actividades de trabalho intelectual (hemisfério em favo -o esquerdo - onde os processos de actividade séria se localizam) e o trabalho lúdico, da fantasia das artes, do poema e dos afectos (hemisfério - o direito - em open space, repleto de verde e fantástica alegria)... Se quer mais detalhes sobre o tema veja o que publiquei há cerca de 12 anos...
Porquê voltar a ele? É que na próxima quarta-feira vou ter de fazer uma Ressonância Magnética e estou verdadeiramente inquieto com os resultados...-
Será que o meu cérebro
é assim, de aparente competência?
Gente que não ri, não brinca, que saiba nunca namorou?
Gente que é poço de virtude, que prega moral etc e tal...
Gente inibida,
que quer aparentar tudo fazer bem na vida?
Conhece algum cérebro
assim, inclemente
de entre pessoas da vida intelectual?
Gente que resinga, protesta, nada está bem e é tudo besta?
Gente que prega sermão moral e é bestial ,
Gente sisuda
que afirma que o mundo é assim e já não muda?
Conhece algum cérebro
assim, estupidamente alegre
de entre pessoas da vida social?
Gente vistosa, formosa, que falando ou entra mosca ou sai baboseira?
Gente que muito ri, gosta de poema passional,
Gente fútil
Gente que acha que pobreza é castigo e combate-la é inútil?
MUITO RISO, POUCO SISO!
MAS QUE DIZER DO SORRISO?
Em mim, uma gargalhada
é coisa rara
Mas quanto ao sorriso
trago-o sempre estampado na cara
mesmo se em vez dele
se pudesse esperar uma lágrima
Claro que nesses momentos
o sorriso é triste
mas, nunca há lugar, para lamentos
... e é o meu ânimo que impera
_______________Rogério Pereira
A foto foi tirada por alguém que passava e nem foi a pedido
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| O Júlio e eu |
Lembram-se que todos vós me "empurraram" para que aceitasse o desafio? E que teríamos que iniciar um caminho, de "trabalho, a quatro mãos"?
O primeiro passo foi dado, enviando-lhe trabalho meu, um tal livrinho "O melhor de mim somos nós - e outros poemas" que o terá atingindo, em cheio, na alma. De pronto marcámos encontro, que decorreu esta manhã na "minha esplanada". Trocámos ideias sobre os passos seguintes, depois do Júlio me dar conta da sua escolha. Disse-me ele "o poema que mexe comigo está na página 13!"
E o que antes era um poema, passou agora a ler letra. Esperemos a canção do Júlio.
PEDRA, DEPOIS PÓ
E FINALMENTE VIDA
Olhei a pedra
Fria, Estúpida, Parada
Calada
De tanto a olhar, julguei-a bela
Transformei-me nela
Frio, Estúpido, Parado
Calado
Sem destino sequer
de pedrada no charco
Sujeito à degradação do relento
e à erosão do vento
em breve serei póNão olhes para mim, assim
Mexe-te, ao menosA pouco e pouco se mexeram
e num repente
o Mundo assistiu
ao despertar das pedras
Rogério Pereira
DISCURSO TARDIO À MEMÓRIA DE JOSÉ DIAS COELHO*
Éramos jovens: falávamos do âmbar
ou dos minúsculos veios de sol espesso
onde começa o vero; e sabíamos
como a música sobe às torres do trigo.
Sem vocação para a morte, víamos passar os barcos,
desatando um a um os nós do silêncio.
Pegavas num fruto: eis o espaço ardente
de ventre, espaço denso, redondo maduro,
dizias; espaço diurno onde o rumor
do sangue é um rumor de ave –
repara como voa, e poisa nos ombros
da Catarina que não cessam de matar.
Sem vocação para a morte, dizíamos. Também
ela, também ela a não tinha. Na planície
branca era uma fonte: em si trazia
um coração inclinado para a semente do fogo.
Morre-se de ter uns olhos de cristal,
morre-se de ter um corpo, quando subitamente
uma bala descobre a juventude
da nossa carne acesa até aos lábios.
Catarina, ou José – o que é um nome?
Que nome nos impede de morrer,
quando se beija a terra devagar
ou uma criança trazida pela brisa?Eugénio de Andrade
(*) Para quem queira saber quem foi José Dias Coelho
convido a visitar aqui o Museu do Neo-Realismo
Sim!
Salvei o mundo, hoje!
(faço isso todos os dias)
Só não posso dizer,
como diz a canção,
que todos estão felizes, agora
Tu aí que tens tempo para iluminar o sol, faz o favor de o fazer e de me acompanhar!
(isto de salvar o mundo todos os dias, é muito para um homem só...)
(repetição, da repetição já repetida... faço-o porque ninguém passou cartão à canção)
Ainda é cedo para fazer o balanço da iniciativa com a oferta do livrinho "Contos Para Serem Contados", embora a quase totalidade dos 1500 exemplares já estejam entregues a todas as escolas do 1º ciclo e a organizações de idosos...
Mas, depois da sessão de ontem, percebemos (até pelos comentários das professoras da escola) que serão poucas, muitos poucas, as crianças presentes que não vão deixar de reter na memória o prazer da leitura e a emoção sentida.
De enaltecer aqui, o papel da autarquia, em financiar a totalidade da edição. Graças à sensibilidade da Presidente da UFOPAC, Drª Madalena Castro, houve condições para fomentar a leitura.
Os dados referidos no inquérito que dá título a este post são maus demais para poderem ser aceites sem que nada se faça...
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Fica o nosso agradecimento à coordenadora da Escola, Professora Luísa Madeira e todas as professoras presentes, e ficam as imagens (fotos da autoria da nossa convidada Lourdes Calmeiro) que falam por si:
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Apresentação da Associação Desenhando Sonhos e do autor, pela Presidente da nossa Associação, Drª Olívia Matos;
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Leitura de um conto, ao estilo de quem conta, pelo representante da Espaço e Memória, editora da obra, Jorge Castro...
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... que as crianças foram seguindo, pelo livro.
FOI TUDO TÃO GIRO
Não por acaso, hoje também, apresentei o meu livrinho a uma mão-cheia de crianças O que eu ouvi delas, o carinho, o quererem tirar uma foto comigo... para já, remeto esta imagem. Amanhã haverá a reportagem...
Foi um dia histórico!
Maria Bethânia declama o poema Ultimatum. É surpreendente a atualidade. de um poema escrito em 1917...
O autor? No final fica a saber!
Ontem, não sabia o que fazer e pedi o vosso parecer. Registo, quer neste espaço, quer na minha página do facebook, quer na página do meu bairro, a unanimidade em dar resposta afirmativa: sim vou escrever uma letra, mas... antes há que fazer um caminho.
Um caminho que leve à cumplicidade entre quem escreve a letra e quem a canta. A imagem acima dá evidência que entre os cantores não há um único rosto de raça branca, que haveria algo que o explica. Procurei e encontrei uma explicação que radica nas origens do hip-hop, neste texto que recomendo, mas de onde retiro este extrato:
«O Hip-Hop enquanto cultura urbana surgiu na periferia de Nova York, entre as comunidades caribenhas, afro-americanas e latino-americanas na década de 1970. O contexto social era de violência e criminalidade nesses bairros, e a única forma de lazer possível para os jovens era nas ruas. Eles encontraram na música, poesia, dança e na pintura uma forma de manifestação de sua realidade e contestação.»
Assim, a letra que irei escrever, resultará de um trabalho a duas mãos.
Hoje, inesperadamente, foi-me feito um convite: escrever uma letra para uma canção. Não sei se aceite, se não... o jovem negro, vizinho-amigo, canta ao estilo hip-hop. Ele disse que sabe como eu escrevo. Eu não sei como ele canta, nem estou familiarizado com tal canto...
Que faço?
“O mais importante na vida não é a situação em que nos encontramos, mas a direcção para a qual nos movemos.”
OLIVER WENDELL HOLMES, (NO BLOG DA TERESA DIAS)
Já reportei a parte triste do que sobre mim desabou no ano que passou. Quis separar este outro que hoje aqui trago neste primeiro dia de 2023. São várias as razões. Para além de me dar ânimo, é a reafirmação de um projeto cujo sucesso está em vias de ser concretizado.
Sobre o que aqui trago, a oferta dos meus "Contos Para Serem Contados" com as belas ilustrações da Sílvia Mota Lopes, em sessões dirigidas às crianças e aos idosos, nem mais uma palavra.
As imagens dizem tudo:
