16 março, 2024

O CHEGA, O VOTO DE PROTESTO E... O RESTO - III (Fim, desta etapa)



Não posso encerrar esta etapa, onde procuro reflectir porque o Chega cresce à brava, sem falar do Alentejo pondo em evidência que as condições de desespero de quem trabalha no campo estará na base desse voto desesperado e de protesto. Oram pensem:

"A população ativa no setor primário no Alentejo sofreu uma diminuição evidente de década para década, nos anos 80 ainda 36,6% da população trabalhava no setor, passadas mais de 30 anos, o dados relativos aoprimeiro semestre de 2016 contabilizam no Alentejo apenas 7,7% de população ativa. O trabalho agrícola aparece nas estatísticas como predominantemente familiar e a tempo parcial, no entanto, o crescimento das empresas no setor e o aumento da sua produtividade, conduzem-nos a acreditar que o os números reais relativamente aos trabalhadores se encontram por descortinar. Principalmente no que se refere aos trabalho sazonal protagonizados por população imigrante, estima-se que o Alentejo recebe milhares de imigrantes em épocas sazonais, mas as estatísticas disponíveis são insuficientes para aprofundar esta questão."
in "Cidades e Campos [AT] Alentejo e Trabalho Agrícola ..."

"Sendo o Alentejo uma Região em processo rápido de desertificação, nomeadamente, desertificação humana, há que tentar travar esse processo, através de estratégias de fixação das suas populações. Para tal, e porque se trata de uma região essencialmente rural, é preciso, não só, desenvolver a sua agricultura, mas também, criar condições de vida ás populações agrícolas, para que uma parte significativa do seu rendimento possa ter origem em outras actividades ligadas, directa ou indirectamente, à agricultura e/ou em actividades fora do sector, desde que praticadas em meio rural. Mais concretamente, há que, se necessário, recorrer à pluriactividade."

 in Famílias agrícolas e desenvolvimento

“Eu acho isto muito natural porque, em 50 anos de democracia, há muita coisa com as quais as pessoas não estão contentes, com os governos, e querem mudar. Aconteceu que agora foi o Chega e as pessoas se calhar foram mais [votar] por uma demonstração de revolta. Depois também há muita gente nova, já não está associada a uma aldeia que é comunista. As coisas evoluem, umas vezes para bem, outras vezes para menos bem. Isto foi a vontade dos votantes e nós temos de respeitar, não há que ver de outra maneira”

13 comentários:

  1. Gostei da análise desassombrada que a filha da Catarina Eufémia fez acerca da viragem ocorrida nas eleições de 10 de Março, no Alentejo em geral e em Baleizão em especial.
    Até os alentejanos se cansaram desse vira-do-Minho. Ora agora governa o PS, ora governa o PSD. Mudança, é o que o Povo quer...pior do que está é difícil ficar.
    Beijinhos, Rogério.

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    1. Janista, gostaste?
      Pois a filha da Catarina Eufémia não gostou nada...
      e sobre os resultados, talvez ela nem isto saiba:
      Em Beja o Chega ganhou 9663 votos e a CDU perdeu 872 , assim houve 8791 votos que vieram de algum lado para o Chega e não foram do PCP."

      Beijinhos sem perda de ânimo

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    2. Caro anónimo
      👍

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    1. Elefante? Troca-me isso por miúdos...

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    2. O „elefante“ é um milhão de votos que vai aumentar consideravelmente com os votos dos emigrantes.

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    3. O elefante no meio da sala.

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  3. Teresa Palmira Hoffbauer16 de março de 2024 às 16:46

    CDU, “o povo” e “os trabalhadores”: o caso clássico de um amor não correspondido.

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    1. Decididamente não entendes nada
      nem o que eu disse, nem do que se passa

      Vê o filme "Roger and me" pois a Alemanha
      está perto de lhe acontecer o mesmo
      segundo o DN de hoje
      https://www.dn.pt/1344316980/milhares-voltam-as-ruas-de-berlim-contra-extrema-direita/

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    2. Vi esse filme 🎥 antiquado nas salas escuras do cinema.
      Os tempos são outros e tu continuas a enterrar a cabeça na terra como um avestruz.

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  4. Teorizam, teorizam mas... temos de levar com eles sem os escolhermos.

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    1. Ontem tive massagem ao ego...
      A sala estava apinhada de uma multidão onde na maioria tinham idade para serem nossos netos! Boa?

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