12 julho, 2012

O Estado da Nação e o futuro nacional... (3)


Menos do que a situação justificaria, mas sem surpresa...
"Agora, mais do que de revolta, a sensação é de esmagamento"
"A Fenprof prevê a extinção de 25 mil horários, o que significa o desemprego de "praticamente todos" os professores contratados e a criação de "milhares de horários zero". Manuel Pereira confirma que "a situação é aflitiva". "Este ano, em cada agrupamento são dezenas e dezenas de horários zero de pessoas com muitos anos de carreira, com uma vida estável, numa escola, e que de um dia para o outro se apercebem de que têm de ir a concurso por falta de componente lectiva", confirma.
(...)  "Vamos assistir à situação absurda que é ter turmas de 30 alunos e professores na escola sem componente lectiva"  -  in "Público"
"Quanto aos agrupamentos, explico: agora agrupam as escolas de uma zona (1º, 2º,3º e Secundário) todas num bloco e os professores tem um horário e aulas quer numa escola básica como na secundária. Imagine, tenho aulas na escola secundária até às 10:00 e no intervalo tenho de ir a todo o vapor para a outra escola (básica) dar a das 10:30. À tarde já volto a estar na inicial - uma correria, desorganização,reuniões aqui e ali, regras e funcionamento diferentes... É de malucos, mas o que se havia de esperar de gente a quem deram alta dos hospitais psiquiátricos??? Quanto ao "MEGA-AGRUPAMENTO" é que estamos 7 000 profs do Quadro para ir para a rua (não há componente letiva) pois aumentaram o nº de alunos por turma (de duas faz-se uma) e 9 000 contratados sem emprego.Duma vez só, vamos ficar no desemprego 16 000. Este é que é, de facto, um mega-agrupamento!" - comentário de Laura Abrantes, no facebook

11 comentários:

  1. Acompanho, sensibilizada, os acontecimentos. Que mais dizer?
    Bjs.

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  2. Sou do Quadro de escola (efetiva) há 22 anos. Em Setembro próximo irei entrar no 3ºano sem componente letiva. Nos finais deste mês, há concursos e lá terei de concorrer. Mais, se não for colocada, entro na Mobilidade Especial ( Fiz um post no acácia rubra). Aqui vai o que é a Mobilidade Especial:


    MOBILIDADE ESPECIAL (( SPRC.Viseu (FENPROF))


    « Diversos professores têm perguntado como se aplicam as regras da mobilidade especial para melhor compreenderem o que poderá estar em preparação para os que, sendo dos quadros, no próximo ano venham a ficar em “horário-zero”. Se isso lhes acontecer [acontecerá a uns milhares, tal como este ano], provavelmente em vez de se candidatarem a DACL, os professores serão remetidos para esta situação que, atualmente, está assim regulamentada:

    - 1.ª Fase: Primeiros 2 meses, seguidos ou interpolados, em situação de Mobilidade Especial (ME), o funcionário mantém o salário integral;

    - 2.ª Fase: 10 meses seguintes, seguidos ou interpolados, em situação ME, o salário do funcionário corresponderá a 66,7% do total (ou seja, perde 1/3);

    - 3.ª Fase: Após 12 meses, seguidos ou interpolados, em situação ME, o salário do funcionário corresponderá a 50% do total (ou seja, perde metade);

    - Em qualquer das fases, o funcionário está sujeito a deveres, designadamente ser opositor a qualquer lugar posto a concurso e que esteja de acordo com as suas habilitações e categoria de carreira. A partir da segunda fase está ainda sujeito a ter de frequentar, também a título obrigatório, ações de formação.

    - O funcionário não poderá ser deslocado para local que obrigue a despesas de deslocação que ultrapassem os 8% do seu vencimento ilíquido, exceto nos casos em que a sua colocação anterior, enquanto funcionário em atividade “normal” já ultrapassasse esse valor. Nesse caso, poderá ser sujeito a igual despesa, o que leva a concluir que o local de referência para este cálculo é o da residência do funcionário e não o seu local de trabalho;

    - Caso o funcionário não cumpra com os seus deveres, então é remetido para uma situação de licença sem vencimento;

    - Aparentemente, não há um limite temporal para que o funcionário fique reduzido a metade do seu salário;

    - Durante este tempo, o funcionário está impedido de exercer qualquer atividade remunerada, ainda que o valor da remuneração que recebe seja insuficiente para a sua sobrevivência. Porém, pode, se pretender, solicitar uma autorização extraordinária para exercer uma atividade remunerada. Se for autorizado, poderá exercer, mas a sua remuneração em ME é reduzida em mais 50%. Ou seja, se estiver na 2.ª fase para a receber apenas 1/3 do salário, se estiver na 3.ª fase passa a receber apenas 1/4.

    Estas normas confirmam-se pelas FAQ’s que existem no portal do Ministério das Finanças.»


    Beijo

    Laura

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  3. há que dar força ao caudal de indignação e revolta...

    como aqui se bem se sabe.

    abraço, meu caro Rogério

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  4. Este país é só absurdos atrás de absurdos. :(

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  5. A laura, que conheço pessoalmente - já fomos e somos colegas- tem toda a razão. É o esmagar de milhares de profissionais...que tudo deram á Escola.
    Eu comecei a lecionar em 84! Tinha então 24 anos...
    Era solteira. Dei a minha juventude, aminha criatividade, a minha força aos alunos e à Escola. Casei e sempre tive como lema:"adequar a vida pessoal às necessidades escolares"! Não acompanhei a doença do meu pai que acabou por falecer em 2005! Não ei a devida atenção à kinha mãe ou ao meu marido. Nunca tive filhos; não acompanhei o crescimentos das minhas 3 sobrinhas...porque havia sempre algo para fazer para a Escola: como era boa profissional, fui indicaa para assessora do , então , conselho executivo; fui elegaa de Grupo e Delegada à profissionalização. Estive na equipa de horários...e as minhas férias eram sempre condicionadas por esses trabalhos que não era "atividades letivas"! Dei tudo de mim.
    Agora, com 51 anos, cheia de atroses, com "síndrome de pernas inquietas", com apneia grave do sono que me obriga a dormir de máscara...com limitações de memória devidi oas muitos antidepressivos que fui obrigada a tomar (principalemnete quando há 7 anos os alunos se tornaram tão irreverentes que a cada final de ano letivo, lá ia eu ao psiquiatra)...
    O meu marido, também professor...deu toda a sua energia à escola. Fez formações ...para ter um melhor desempenho e acompanhar melhor os alunos. Depois veio o cancro: esteve 1 ano sem trabalhar. Agora, ostomizao...se tiver lugar terá um horário que não se compadece com a necessidade física que o onbrigará a ausentar-se da sala de aula masi frequentemente do que cada um de nós: e os alunos farão isso "chacota"...isto...se tivermos lugar...ou horário....
    Mais do que revoltada...estou triste. Deixei os anos passar dedicando-me à escola- a minha 2ª casa! Para quê?
    E o Diretor...nem comento...mete toda a gente em tribunal, ou incita outros a fazê-lo... é o medo...de novo...
    Mas depois dá entrevistas como esta - dentro do seu gabinete, - na escola, falando de um funcionário seu: o meu marido-
    http://www.youtube.com/watch?v=rRTzg2FaQSw

    Triste e desiludida...pois foi ao serviço deste senhor e da sua escola que eu dediquei a minha vida!
    Não quero ser lamechas...mas stou com uma terrível vontade de chorar - Desculpa.
    BlueShell

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  6. ...Ostomizado.... Perdoai as minhas gralhas mas quando falo disto não consigo evitar ficar "fora de mim"!

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  7. Indignação é pouco.
    Revolta é a palavra de ordem!

    Tenho alguma experiência recente de ensino de Inglês nas chamadas ACS - Actividades Extra Curriculares e sei da pouca vergonha que se passa no Ensino.
    Tive na altura uma turma de 25 alunos e do 3º e 4º nível, tudo junto. Impossível.

    O que se vai passar agora é inadmissível. Revoltante.

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  8. ...mas aos poucos vai acordando e chegará o dia em que se levantará...

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  9. A revolta é muita e já fiz um post sobre o tema. Aqui não retiro uma virgula aos comentários da Laura e da BlueShell.
    Este é o País que temos. Nem sei onde isto vai parar. Ir para a rua gritar? Acho que já não resolve. Não sei mesmo.

    Abraço

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  10. Sigo com muito interesse pois a luta tem que ser una.

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  11. Isto é um horror!
    Não sei o que vai acontecer a partir de Setembro com tanto colega afectado pela falta de horários devido a turmas excessivamente grandes e os que conseguirem horários não irão aguentar tanto trabalho!

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