Olhar a realidade como se não se passasse nada, até que um objectivo gasto lhe entre em casa...
Depois de um dia de Greve muito se escreve. E qualquer titulo de jornal, comentário, colunista, politólogo, vai no sentido de desvalorizar a luta. Um, dos de referência; diz empertigado e logo por muitos citado: "os números, e talvez os objectivos estejam já todos gastos. O perigo que os sindicatos correm é mesmo este. O da banalização."
Surpresa? Não!
Despidos de compromissos solidários gostariam. num gosto inconfessável, que fosse contemplada a realidade como se não se passasse nada, deixando banalizar o despedimento, banalizar a emigração como solução, banalizar a quebra no salário e o trabalho precário, banalizar a perda de mais um direito de qualquer jeito, enfim, a banalização do empobrecimento, metodicamente e a ritmo acelerado ou lento. Contra essa banalização dever-se-ia olhar como se não se passasse nada pois esses números, como os da greve, estão gastos. Caso contrário ter-se-á a greve banalizada, como se um dia de greve não custasse um dia de salário não pago. Há uma aparente razão: há muitos que olham a realidade como se não se passasse nada, até que um dia a banalidade lhes bata à porta e lhe deposite em casa um objectivo gasto...
Olá Rogério,
ResponderEliminarÉ o que se chama banalizar aa merda, para que todos se contentem com ela...
Desculpe a minha contundência mas é o que realmente penso.
Um abraço
ResponderEliminarAi estes escribas banais!!
Beijo
Laura
Greve geral pois claro
ResponderEliminarmas alargada a toda a zona euro
Que belo texto, Rogerito!
ResponderEliminarBanais são os energúmenos que estão no governo, banal é o escavacado de Belém e desses nunca mais nos livramos. Por muitas greves que façamos.
Que sufoco!
Pois é amigo, estamos bem arranjados com essa sociedade acéfala!
ResponderEliminarbjs
Jussara
ResponderEliminarInfelizmente, a cegueira voluntária é uma banalidade cada vez mais a (des)propósito. E o mal é de pandémica tendência...
Um abraço, Rogério!!
Lindas e tão parecidas, minha querida Myra. Dominique está óptima, com óptimo aspecto. Adorei ver-vos.
ResponderEliminarBeijinho para as duas, muito terno.
Branca
Céus, Rogério! Não consigo deixar de te perguntar se tens conhecimento de que tenha aberto algum curso online para anónimos. Estão todos um verdadeiro "primor"!
ResponderEliminarAbraço grande!
No dia em que os dias deixarem de ser banais, esses escribas deixam de escrever.
ResponderEliminarse a banalização fizesse com que desaparecessem é que era...mas, parece que há quem goste :(
ResponderEliminarna mouche, meu caro Rogério - um tiro certeiro, como sempre.
ResponderEliminarabraço
Tem razão, Rogério.
ResponderEliminarHá um vazio. mas quem acredita na luta, quem tem coragem de dizer NÃO... acabará por vencer.
Diz-se que palavras leva-as o vento, mas elas fazem sempre eco quando partem da lucidez do momento.
Obrigada pela sua passagem.
Abraço!:)
Tens toda a razão meu amigo!
ResponderEliminarHá uma irrealidade no discurso, na comunicação social, nos vendilhões de opinião...e há quem viva num encantamento qualquer à espera que sejam os outros a resolver...
bjs
ResponderEliminarJá tinha lido este seu texto.
Estamos no limiar de um tempo. Verificámos que estão gastos valores fundamentais para a convivência democrática: O respeito, a dignidade, a ética, para onde foram?
O que se nos depara agora é algo novo que toca a irracionalidade, que rompe com o entendimento do Social que tanto demorou a alicerçar. Basta pensar no modo como a lei passou a "não ser", como se manipula, se mente, se destrói, se manifesta o desprezo pelo sofrimento das pessoas...
Lídia
meu amigo,
ResponderEliminarem dia de greve, estive pelo Norte do país, por razões que não importam por ai além. o importante e o que partilho, é que, no fim desse dia, num jantar com elites angolanas e moçambicanas, dei comigo a falar e a ouvir sobre esta (nossa) crise de valores, que confirmam visível, e não entendem, deste escoar de tempo sem fim à vista...
gosto de o ler, Rogério.
bem-haja
fraterno abraço
Mel
ResponderEliminarEste seu post faz-me lembrar este texto de Brecht;
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Beijinho
Fê