Em tempos, escreveu a Maria João um poema sobre o(s) anacronismo(s). Eu citei-o no meu espaço e falei do bicho devastador em resposta ao comentário da Olívia .
Dizia ela, a Olívia: Ficou bem pior sem as palmeiras. A doença do escaravelho ou a incúria das autarquias? Ou uma coisa e outra...
Resposta minha: Em Oeiras, Olívia, há centenas de cientistas Por cá, a menos de 500 metros o Instituto Gulbenkian de Ciência, o Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB)e o INIAVE, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, se apostassem nisto, "era uma palhinha"... Adeus escaravelho resistente... Adeus Rhynchophorus ferrugineus... Adeus Picudo Rojo... Assim, adeus Palmeiras.
Depois de anteriores lamentos (ou poéticos protestos)...
DUAS DÉCIMAS ÀS MINHAS/NOSSAS PALMEIRAS
a Poeta voltou ontem à carga com outro veemente lamento (ou poético protesto)Copas viçosas, erguidasQuais cascatas verdejantes,
São hoje tristes gigantes,
Sem copas, palmas caídas,
Agonizando despidas,
Meros troncos vacilantes
Lembrando os tempos distantes
Em que, abrigando outras vidas,
Alegravam avenidas
Dando sombra aos caminhantes.
E, afinal... havendo cura,
Não sendo um caso perdido,
Porque haverão decidido
Dar-lhes sentença tão dura?
Sua morte prematura,
Será crime a ser punido,
Pois não faz qualquer sentido,
Nem vai trazer-nos fartura
E que imensa desventura
Ver-se um bairro assim... despido!
Maria João Brito de Sousa – 20.12.2014
AS QUATRO TORRES DA ALAMEDA
Adeus, minha alameda sem palmeiras
Onde tanto edifício vi nascer...
Adeus, adeus, que o tempo é de beber
As ondas do meu Tejo sem fronteiras.
Assombrando o meu prédio, sobranceiras,
Erguem-se quatro torres. Que fazer
Se desde a prima-pedra as vi crescer
Até se me tornarem companheiras?
Adeus, pedras pisadas, repisadas,
E mais que desgastadas por meus pés.
Agora estais-me vós a ser pesadas,
Porque já vos não piso e estou rés-vés
Com a terra onde fostes calcetadas
Em chão roubado à concha das marés.
Maria João Brito de Sousa -17.07.2018
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