«...Eu acho que não há inteligência sem coração. A inteligência é um dom, é-nos concedida, mas o coração tem que a suportar humildemente, senão é perfeitamente votado às trevas.»
Agustina Bessa Luís
É uma bela frase. A obra de Agustina estará impregnada por muitas, não sei. Nunca consegui ler completamente qualquer obra sua. Não li, porque nunca consegui, repito. Humildemente confesso essa minha incapacidade. Especialistas de tradução, em Inglaterra, também desistiram de... a traduzir. Quiseram, sem conseguir. Já na Alemanha ultrapassaram a dificuldade, alterando-lho o texto original.
Verdade, segundo li, «numa comunicação intitulada [Kann der Ubersetzer den Autor lcorrigierenh (Poderá o tradutor corrigir o autor?)], proferida em Outubro de 1987, Georg Rudolf Lind, um romanista alemão de renome, com muitos méritos na divulgação da literatura portuguesa na Alemanha e não só, explica de uma forma aparentemente objectiva as razões que o levaram a corrigir o texto de Agustina Bessa Luís (...). Leva esta posição ao extremo, quando explica que tentou proteger o leitor alemão das reflexões enigmáticas do texto Português que provavelmente não teriam significado algum.»
Este apontamento não retira um grama ao mérito dela, apenas dá toneladas de demérito à minha capacidade. Digo-o com toda a humildade, antes que meu coração seja votado às trevas.
O dela, deixou de bater. Que descanse em paz!
d
Conhecia o texto de literatura comparada de Margarida Losa. Como também conhecida as palavras do tradutor alemão acerca da dificuldade de traduzir a obra de Agustina Bessa-Luís. Tenho dois romances dela traduzidos em alemão.
ResponderEliminarLer a obra da maior escritora portuguesa do século XX é sempre um prazer, seja em português ou na versão alemã. AGUSTINA, SEMPRE!!!
Um tradutor será sempre um traidor do texto original. Alguns tradutores sê-lo-ão por não terem outro remédio, outros poderão sê-lo por opção, ainda que outra opção lhes não reste.
ResponderEliminarVoltarei para reler mais atentamente o conteúdo das Actas do Segundo Congresso de Literatura Comparada.
Que descanse em paz, a incansável Agustina.
Abraço.
O seu coração esteve sempre do lado que não fortalece a inteligência.
ResponderEliminarLi vários livros dela mas "A Sibila" foi a que aprofundei por razões profissionais.
ResponderEliminarÉ um livro que está entre os meus preferidos portugueses embora não seja de leitura fácil e imagino a dificuldade na sua tradução.
Como pessoa não está na minha lista de simpatias!
Abraço
Também nunca li nada dela embora nos anos 70 tenha começado a ler "A Sibila" Li apenas as primeiras páginas e fui à biblioteca onde o tinha levantado, entreguei-o e trouxe outra.
ResponderEliminarTalvez um dia destes volte a levantá-lo e quem sabe o leia com gosto. O meu gosto literário mudou muito nos últimos anos.
Abraço
Uma escritora mais conhecida pelo nome
ResponderEliminarque não escrevia para ser lida
A sua obra e longevidade merecem respeito
mesmo para os leitores que a não estimavam.
Que viva em paz nos escaparates das bibliotecas