Ao desconcerto do mundo
Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado:
Assim que só para mim
Anda o mundo concertado.
São palavras ditas por José de Castro em 1972, retiradas de uma edição do Ministério da Educação Nacional - Instituto de Meios Audio-Visuais de Educação, e que pode ouvir na totalidade aqui.
José de Castro nasce em Paço de Arcos, no dia 16 de Novembro de 1931 e Morre no dia 6 de Outubro de 1977, com 46 anos de idade. Militante do PCP é, desde a sua morte, lembrado em romagem ao seu memorial, na vila que o viu nascer.
Amanhã lá estarei, não apenas para o homenagear mas para me juntar ao protesto.
ROMAGEM EM HOMENAGEM A JOSÉ DE CASTRO
SÁBADO DIA 16, 10H00, JUNTO AO MONUMENTO EM SUA MEMÓRIA
Em Novembro de 2018, já
eleito novo executivo, na romagem então feita, o Presidente da Câmara
anuncia que é desta vez, só que vai mudar de lugar. Irá ser nas
instalações do antigo Quartel dos Bombeiros de Paço de Arcos e assume,
público compromisso, de se tudo correr bem, no ano seguinte estaria a
ser inaugurado.
Agora, mais concretamente no sábado passado, dia 9, o Presidente da Câmara, não comparecendo manda anunciar, que tudo correu mal, mas... para o ano é que vais ser.
Na iniciativa da Voz de Paço de Arcos, foram muitos os amigos de José de Castro e os edis presentes, a ouvirem a notícia, cujo crédito (ou falta dele) está patente no silêncio e na omissão que a autarquia votou ao evento e às palavras do Vereador Pedro Patacho.
No site da CMO e nas redes sociais nem uma imagem, nem uma palavra pelo que se infere que o que não se documenta ou retrata se aconteceu será coisa de pouca monta.
Assim, mesmo que “alguma coisa” venha ser edificada fica a interrogação de se terá a dignidade merecida. E fica, também, a interrogação de ser o equipamento que a cultura de Oeiras carece e precisa.
Texto de Rogério Pereira
Eleito da CDU na AF da UFOPAC
SÁBADO DIA 16, 10H00, JUNTO AO MONUMENTO EM SUA MEMÓRIA
No próximo sábado irá acontecer uma romagem. Não será mais uma. Irá
ser, além da merecida e reconhecida homenagem, o assinalar de um
protesto. Protesto por um projecto sempre adiado: o da construção do
Centro Cultural José de Castro.
Já o tinha sido quando em 1998, Rui Sintra, nas páginas do jornal A Voz de Paço de Arcos escrevia:
(…) encontra-se já concluído um estudo prévio para a criação do Centro Cultural José de Castro, um espaço que ocupará as antigas instalações do Externato 1°. De Maio, em Paço de Arcos, e cuja maqueta esteve em exposição no Clube Desportivo de Paço de Arcos(…). Com um investimento municipal calculado em perto de 170 mil contos, prevê-se que o Centro Cultural José de Castro esteja pronto em meados do ano 2000, (…)
Este texto foi lido na integra, mas depois de insistente e repetido
pedido de Rogério Pereira (CDU), numa sessão da Assembleia da União das
Freguesias de Oeiras, Paço de Arcos e Caxias em 17 de Abril de 2017,
realizada no Salão Nobre do Clube Desportivo de Paço de Arcos, não por
acaso.
Nesta Assembleia, Rui Capão (da CDU) trouxe à memória (transcrição da acta)
(…) a promessa da construção deste Auditório já tem mais de vinte anos, surgiu num pacote de um conjunto de auditórios, que foram construídos todos eles e com os nomes que na altura tinham já sido atribuídos e paradoxalmente, este auditório ficou de fora, no sentido que nunca foi construído tendo inclusive, sido feitas posteriormente a compra por parte da Câmara, do cinema do Alto da Barra, para o transformar em Auditório Maestro César Batalha,(..) numa publicação que a Câmara distribuiu aos deputados municipais, sobre vinte e cinco anos de projetos especiais, consta lá o projeto do auditório José de Castro, completo e por outro lado, já em dois mil e treze tinha sido atribuído uma verba para a sua construção, na ordem dos dois milhões e quinhentos mil euros, (…) Surgiram posteriormente e de alguns tempos a esta parte, algumas vozes defendendo que o melhor era mudar o sítio, era fazer noutro local e sobre isso eu tenho uma opinião muito clara, é assim, vamos assumir claramente o que é que nós pretendemos, se não queremos construir o auditório, então digam-nos de uma vez por todas e claramente, não se inventem álibis, nesta altura do campeonato, estar a mudar o local que implica aquisição da Câmara de um terreno inclusive, é privado e que não pertence ainda à Câmara, implicará naturalmente, um novo projeto, isto é atirar para daqui a trinta anos ou quarenta, teoricamente a construção do auditório, isto é, é não o fazer, a nossa posição é que deve ser feito e a construção, deve ser iniciada este ano. ---- estávamos, então, em Abril de 2017
Agora, mais concretamente no sábado passado, dia 9, o Presidente da Câmara, não comparecendo manda anunciar, que tudo correu mal, mas... para o ano é que vais ser.
Na iniciativa da Voz de Paço de Arcos, foram muitos os amigos de José de Castro e os edis presentes, a ouvirem a notícia, cujo crédito (ou falta dele) está patente no silêncio e na omissão que a autarquia votou ao evento e às palavras do Vereador Pedro Patacho.
No site da CMO e nas redes sociais nem uma imagem, nem uma palavra pelo que se infere que o que não se documenta ou retrata se aconteceu será coisa de pouca monta.
Assim, mesmo que “alguma coisa” venha ser edificada fica a interrogação de se terá a dignidade merecida. E fica, também, a interrogação de ser o equipamento que a cultura de Oeiras carece e precisa.
Texto de Rogério Pereira
Eleito da CDU na AF da UFOPAC
Acho bem que o Rogério vá homenagear esse seu par, até porque de Oeiras a Paço de Arcos não é grande a viagem.
ResponderEliminarPara consertar o desconcerto do Mundo
há que se lhe pegar por algum lado.
Não me parece nada bem é esse passar de mão em mão de quem de direito
o tempo vai passando e nada ser feito.
Vá lá o Rogério bulir com a apatia e a inércia e pôr o projecto em marcha.
Abraço.
Depois à gente.
* conte à gente, claro!
ResponderEliminarQue possa chegar a bom porto esse ainda projecto de construção do Centro Cultural José de Castro. Que venha a ter, também, a dignidade que nos merece quem, de corpo e alma, dedicou a sua vida à cultura!
ResponderEliminarSabes bem que não tenho coluna que me sustente de pé por mais do que alguns minutos, nem coração que não ameace parar se o forço a caminhar mais do que alguns metros, mas conta-me, mais uma vez, entre os não-ausentes.
Abraço
Bom dia. Gostei da publicação. Obrigada pela partilha :))
ResponderEliminarHoje -:-Sentimentos entrelaçados.
Bjos
Votos de um óptimo Sábado:))
O poema de Camões conheço-o há muito, José de Castro passei a conhecê-lo por aqui!
ResponderEliminarAbraço
Não deixamos morrer os nossos mortos
ResponderEliminarAbraço
Morreu antes de tempo.
ResponderEliminarMas o facto é que nunca sabemos quando é o tempo.
Abraço