Não embarco na ideia do fim da História. Nos anos 80 e 90, o pós-modernismo foi a versão cultural do neoliberalismo. Nós aprendemos a criar em cima de um tripé: a estética (a busca da beleza), a técnica (a oficina da arte, o saber fazer) e a ética (não há criação fora de um contexto comunitário). Se faltar um dos pés, o tripé cai. O que realiza fisicamente uma obra é a sua partilha. O que o pós-modernismo nos vem dizer é que essa parte da ética não interessa para nada, não há compromisso. Que, na arte, pode haver neutralidade, pode não haver relação com uma comunidade. É mentira. Há sempre um compromisso. Mesmo que o compromisso seja afixar um não-compromisso.
José
Mário Branco
__________________transcrição integral do trabalho de Fernando Campos,
publicado no "Sítio dos Desenhos"
Há já uns anos, levados pela mão do Rogério, eu a Fê e outros mais, seguimo-lo até ao "Sitio dos Desenhos" e por lá andei eu muito tempo deslumbrada com o talento e sentido oportuno do caricaturista Fernando Campos.
ResponderEliminarFoi, pois, com muito gosto que agora lá voltei.
Custa-me sempre constatar que é preciso as pessoas partirem, definitivamente, para serem faladas, louvadas, apreciadas e citadas. Compreendo todas as justas homenagens, eu própria as faço, mas seria tão bom se déssemos o verdadeiro apreço e justo valor, a quem o merece, antes da derradeira viagem...
Um abraço a ambos.
Infelizmente para mim não conheci o "Sitio dos Desenhos"
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana
José Mário Branco um cantor e compositor de Abril. A cultura portuguesa ficou mais pobre com a sua partida. Que descanse em Paz
ResponderEliminarVotos de uma semana feliz
Belíssima e merecida homenagem :))
ResponderEliminarHoje : O teu respirar ainda preenche o meu peito
Bjos
Votos de uma óptima noite
Bom fim-de-semana
ResponderEliminarHá sempre compromisso na criação artística. Quem cria não pode afastar-se de si mesmo, daquilo que é como pessoa. Cada um está comprometido, à partida, de uma ou de outra maneira, consigo próprio e com o coletivo a que pertence.
A Ética não pode ser separada da Arte, em circunstância alguma. O pior é quando os próprios "artistas" não sabem quem ela é.
Não era o caso de José Mário Branco, claramente.
Lídia
Caros amigos
ResponderEliminarA arte é mesmo assim
O canto, o traço
O poema cantado
O rosto traçado
A pauta
A tela
O verso
A voz, a voz
O risco
E lá no fundo da memória
o desenho
que a perpetua
Obrigado Fernando Campos