Dei por mim sem saber o que fazer. Se seleccionar os meus posts mais lidos, se me justificar por não ter conseguido estar onde, por sentido dever, devia ter estado. Opto por ligar uma coisa a outra, pois foi um poema que trouxe ao meu espaço o post mais lido, agora é este poema que hoje publico o que melhor espelha a minha não-ausência.
Ser do mesmo poeta não é coincidência...
DA AUSÊNCIA
Da tua ausência e – porque não? – da nossa,
Emana uma aura fosca e baça e crua,
Uma ilusão de luz, como se lua
De um astro em que se fez menina e moça.
Enquanto essa ilusão de nós se apossa
Qual rio que em calmo lago desagua,
A ausência, mais que minha, mais que tua,
É sal que salga a vida e mel que a adoça.
Nessa ausência, que vai ganhando vulto,
Transmuta-se a abstracção em verbo oculto
A que o sonho dá corpo e cristaliza
E tudo o que era ausência é já presença
Que dita o que se sente, o que se pensa,
E cresce enquanto a mente idealiza.
Maria João Brito de Sousa
- 30.12.2019 – 10.15h
Obrigada! Obrigada, Rogério, por teres trazido até cá esta minha (não)ausência.
ResponderEliminarSe o coração me conceder tempo e compasso, estarei hoje entre amigos a receber o primeiro ano da segunda década deste terceiro milénio. Não sei se por lá estarás, mas serás sempre um não-ausente!
Um abraço GRANDE!
Um abraço amigo, Rogério!
ResponderEliminarQue 2020 seja um ano bom para ti e para os teus!
Beijinhos :)
Um belíssimo poema da Maria João.
ResponderEliminarEste ano muitas vezes estive ausente, não por vontade própria, como deve calcular.
Espero e desejo que 2020 seja um ano muito feliz, para si, e todos os seus.
Abraço
Belo poema de não-ausência!
ResponderEliminarAbraço
Guten Rutsch ins neue Jahr, ROGÉRIO!
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