MENINA DOS OLHOS TRISTES
Menina dos olhos tristes
O que tanto a faz chorar
O soldadinho não volta
Do outro lado do marVamos senhor pensativo
Olhe o cachimbo a apagar
O soldadinho não volta
Do outro lado do marSenhora de olhos cansados
Porque a fatiga o tear
O soldadinho não volta
Do outro lado do marAnda bem triste um amigo
Uma carta o fez chorar
O soldadinho não volta
Do outro lado do marA lua que é viajante
É que nos pode informar
O soldadinho já volta
Do outro lado do marO soldadinho já volta
Está quase mesmo a chegar
Vem numa caixa de pinho
Desta vez o soldadinho
Nunca mais se faz ao marJosé Afonso
A boa selecção musical continua.
ResponderEliminarSomos a memória que temos e as canções que cantamos!
EliminarEsta canção cantada pelo Zeca (que saudades) está actual para todas as guerras. O poema é do poeta moçambicano Reinaldo Ferreira e foi feito muito antes da guerra colonial. Mas quantas meninas de olhos triste não existem agora por esse mundo fora.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Esta estranha e estúpida a actualidade não lhe retira a triste beleza... é curioso, sempre associei o poema à guerra por onde andei
EliminarTudo de bom, para ti
Beijo
Com que bela e simultaneamente aterradora realidade nos confronta Reinaldo Ferreira, através da voz do inesquecível Zeca!
ResponderEliminarO meu ex-marido escapou à guerra colonial por três semanas exactas, que era o tempo que faltava para ele embarcar quando se deu o 25 de Abril. Muitas vezes cantei esta canção com os olhos marejados de lágrimas.
Forte abraço!
Ele escapou
EliminarEu não
Mas Minha Alma não fardou...
(no meu livro não falo em ter colocado esta canção na instalação sonora da parada, lá na "Real República do Reino da Roça)
Abraço
(e parabéns pelos teus olhos novos!)
:) Ainda não percebi muito bem se me ofereceste uns olhos novos ou um mundo muito mais bonito e de linhas mais bem definidas :)
EliminarE, sim, sei bem que nunca a tua Alma fardou: li e reli o teu Almas que Não Foram Fardadas" até, literalmente, ouvir a bala tinir no fundo do teu copo de whishey...
Grato abraço!
Prestei a maior atenção no vídeo e na letra, que triste, muito! A voz é maravilhosa, profundamente triste.
ResponderEliminarE o que posso pensar? Todos os dias vejo as crianças, os pais, avós, idosos, mortos, bombardeios por todos os lados...num mundo inteiro sem paz e sofrendo sem explicação. Será que tem algum sentido, pra quem?
Beijo, Rogério, tudo tão ruim, tão amargo.
Sabes Tais?,
Eliminartive mais de 4 anos no exército,
mais de 2 em Angola
que era colónia
e esta canção
está-me na memória
está-me no coração
Paz, sim!
Guerra, não!
A excelência das palavras e a soberba voz do Zeca traz-me sempre à memória as viúvas,os órfãos e os pais que perderam os filhos nas inglórias guerras.
ResponderEliminarAbraço
A mim, traz-me experiências vividas!
EliminarAbraço
Reinaldo Ferreira, o autor deste poema, morreu em Lourenço Marques (atual Maputo) antes do início da guerra colonial. Como poderá ele ter escrito este impressionante poema quando ainda não havia guerra?! Ele era bruxo, profeta, ou quê? A que guerra se referiria ele? Para mim, é um mistério.
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