Num tempo em que os cravos vermelhos estão sendo trocados por insidiosamente belas geribérias, as luísas permanecem no puxa-que-puxa/larga-que-larga:
A maioria das mulheres sente-se sempre ou quase sempre «demasiado cansada». A situação de desequilíbrio permanente e sustentado que muitas mulheres enfrentam diariamente entre as horas que trabalham (sejam ou não pagas) e as horas que dispõem para si próprias, sobretudo enquanto os/as filhos/as são crianças pequenas, significa que quase um terço das mulheres com experiência de trabalho (31%) acaba por privilegiar a vida familiar em detrimento da vida laboral. Dessas mulheres que sobrepuseram, nalgum momento, a vida familiar à vida laboral, 84% colocaram algum tipo de «travão» no trabalho pago e 16% «abandonaram» totalmente o mercado de trabalho. l Embora a individualidade de cada mulher seja irrepetível, foi possível identificar oito situações de vida que sintetizam as principais características dos perto de 2,7 milhões de mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, que foram consideradas neste estudo, em Portugal:
- «Tudo pela frente». Integra as mulheres mais jovens, que ainda terão de tomar as decisões-chave das suas vidas. São 9%. Idade média: 23 anos.
- «Tu e eu podemos». As mulheres que a compõem, além do trabalho pago que lhes confere independência económica, estão quase todas a viver com o companheiro. São 16%. Idade média: 32 anos.
- «Eu posso». Estas mulheres costumam ter apenas a «frente trabalho pago», o que lhes garante independência económica. São 12%. Idade média: 34 anos.
- «Resignadas». Inclui mulheres cuja vida está marcada pela frustração de não conseguirem um trabalho pago, apesar de ainda terem tempo pela frente para remediar esse sentimento. São 11%. Idade média: 39 anos.
- «Em luta». A grande maioria das mulheres que se encontra nesta situação acumula as três frentes e encontra-se em sérias dificuldades para conseguir lidar com todas em simultâneo. São 13%. Idade média: 40 anos.
- «Tudo sob controlo». A vasta maioria destas mulheres acumula as três frentes e consegue conciliá-las sem grandes dificuldades. É a situação mais numerosa: 18%. Idade média: 41 anos.
- «Realizadas». Abrange mulheres que, tendo ultrapassado as primeiras fases do seu ciclo de vida adulta, se sentem felizes ou muito felizes com a vida que construíram. São 11%. Idade média: 55 anos.
- «Esgotadas». Inclui mulheres muito marcadas pelo facto de não terem conseguido satisfazer as suas expectativas relativamente à vida, e ainda pelo facto de terem pouco tempo para mitigar essa frustração. São 10%. Idade média: 57 anos
Grande Odete, ainda me lembro dela a dançar o Vermelhão da Fafá de Belém com o meu filho pequeno ao colo. Grande mulher, bem lembrado a publicação deste vídeo.
ResponderEliminarChamo a atenção para o texto que acompanha o vídeo
EliminarAs luísas e as odetes de todas as ruas e calçadas deste Portugal continuarão a semear cravos vermelhos!
ResponderEliminarExcelente, a tua publicação de hoje, Rogério! :)
Forte abraço!
Não sei como estás dos teus olhitos, mas chamo a atenção para o livro a que podes aceder pelo link que acompanha o texto. É um excelente estudo sobre a situação da mulher.
EliminarAbraço
Os meus olhitos ardem que nem brasas, mas já guardei "As Mulheres em Portugal, Hoje". Vai ficar na minha "lista de espera", mas hei-de acabar por conseguir lê-lo!
EliminarOutro abraço!
Bem vindo a este espaço, meu caro!
ResponderEliminarGRANDE IDEIA! NUNCA TINHA LIDO COISA IGUAL. GOSTEI DEMAIS. E AO LONGO DA MINHA VIDA... PASSEI UM POUQUINHO POR QUASE TODAS ESTAS PARTES
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