Assim, como que fazendo um balanço do que foram esses meses, em todos eles, aqui reporto o permanente esforço para resistir à constante pressão da angústia de a ter perdido, para resistir à emoção da sua ausência. Hoje, declaro-me resignado. Entretanto, somou-se a tal estado o ter sido acometido pela doença mais temida: um cancro.
Recorri então, não só a um competente clínico, como também a expediente: estabelecer diálogo com o meu corpo.
Todos diálogos são uma necessidade. A um nível mais corrente, falar com o outro é, por si só, um acto emérito. Fazer tertúlia é colocar o diálogo a um nível tão mais superior quanto maior for o número de elementos a dialogar. Por vezes o diálogo acontece entre espécies e esse é sempre belo, até porque demonstra inteligência no uso de linguagens diferentes...
Há quem desenvolva teses e leve a questão para a abordagem científica. Soube disso por via da Drª Ana, a farmacêutica que me fazia aviamento das receitas passadas pelo meu urologista. Por ela fiquei a saber como a Epigenética aplica a ciência à biologia pessoal e melhora não apenas o bem-estar físico, mas também a qualidade e o carácter da vida diária.
Deu-me a pista e hoje estou no percurso do entendimento do poder da mente sobre o nosso corpo. Claro que não vou aprofundar este conhecimento. Vou limitar-me a continuar a usar! E não por entretenimento ou curiosidade intelectual, mas porque resulta!
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