10 dezembro, 2010

Entrevista a um poeta meu (e de todos nós...)



Jorge de Sena

Vale a pena ouvir esta entrevista de Jorge de Sena concedida a Leite de Vasconcelos em 19 de Julho de 1972 e "passada" na Antena 2 em Novembro passado.

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Lamento do Poeta Objectivo

Anda-me o amor tomando a própria vida,
como se, amando, eu existisse mais.
E leva-me o Destino em voz traída,
como se houvera encontros desiguais.

A multidão me cerca, e, renascida,
já dela terei fome de sinais.
E, mal a noite se demora ardida,
o medo e a solidão me esfriam tais

as cinzas desse amor que sacrifico.
Não é futura a só miséria. A queixa
também não é: e apenas acontece

no vácuo imenso que este amor me deixa,
quando maior, quando de si mais rico,
se dá de mundo em mundo, e lá me esquece.

Jorge de Sena, in 'Post-Scriptum'

9 comentários:

  1. Eu ouvi. É uma entrevista portentosa.

    Abraço

    :)))

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  2. Amiga
    à meia noite terminou o prazo da entrega dos contos de Natal.
    A partir de amanhã começarei a colocar os textos no meu blog. Como houve 9 participações, colocarei 3 textos por dia, ou seja... no sábado colocpo 3, no domingo mais três e na 2ª os três restantes.
    Depois poderão votar até ao dia 16 (10 pontos para o texto que mais gostarem, 6 pontos para o seguinte e finalmente 2 para a vossa 3ª escolha ).
    No dia 17 será anunciado o vencedor e os restantes classificados.
    Por favor avalia.
    Beijinhos

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  3. Obrigada pela partilha, não me canso de ler Jorge de Sena.

    Um abraço
    Bom fim de semana

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  4. Rogério,
    lindíssimo poema ...
    grata por compartilhar, querido ....
    bom final de semana ...
    bj

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  5. Caro Rogério
    A sua "Alma" de poeta continua a trazer-nos "coisas" que até temos a ideia de que existem, mas porque nem sempre estão à mão, vamos passando sem as ler e neste caso tambem ouvir.
    Mais uma vez obrigado.
    Abraço

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  6. Jorge de Sena numa enrevista hisórica em forma de poema, admirável

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  7. Olá Rogério.
    De vez em quando é bom fazer um interregno na política, na crise económica, na corrupção e falta de palavra de quem nos (des)governa, enfim... dar espaço às coisas belas!
    A poesia é, sem dúvida, uma das coisas mais belas da vida. Há poemas que tocam tão fundo na nossa alma,sentimo-nos tão identificados com os sentimentos neles descritos, que chegamos a idolatrar o poeta/poetisa!!
    Felicito-o por estes interregnos.
    Fazem bem à alma e ajudam a esquecer coisas tristes. E já agora, cá vai mais uma achega...

    " O poeta é um fingidor
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente."

    Fernando Pessoa? ( Não tenho bem a certeza)

    Desejo-lhe um bom fim-de-semana, com o convívio de familiares e amigos, já que vai ter a casa cheia!
    Janita

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  8. Sim Janita é o Fernando,
    Fernando Pessoa, ele mesmo.
    Podia ser eu...
    o seu 4º heterónimo
    que nem ele próprio conheceu

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  9. Um vulto intransponível das Letras e Ciências Humanas. Mais um ilustre desconhecido por ter tido a infeliz ideia de viver num tempo errado.
    Vergonhosamente, conheço mais a sua obra, enquanto investigador e crítico literário do que enquanto poeta.
    Estou a estudar a sua correspondência com Sophia de Mello.

    Obrigada!

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