Vem Meu Contrário (que é meu juízo), lê o título, e diz: "É pá, deixa-te disso".
Vem Minha Alma, olha a foto e fica zangada "É pá, isso não se faz".
Eu, que há 6 anos que Avinagro a realidade, mando-os dar uma volta e concentro-me no que importa, para além do desagrado desses meus heterónimos que nem sempre estão de acordo com títulos marados, fotos gamadas e textos inapropriados.
E o que importa, foi por mim escrito quando me apercebi que o espaço da blogosfera ia sendo reduzido, muitos amigos abandonavam este espaço, iam partindo procurando outros. E citava Saramago: «...a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até ao grunhido.»
E o que importa, foi hoje trazido (espécie de prenda) por José Pacheco Pereira (no Público):
«Nada é mais significativo e deprimente do que ver numa entrada de uma escola, ou num restaurante popular, ou na rua, pessoas que estão juntas, mas que quase não se falam, e estão atentas ao telemóvel, mandando mensagens, enviando fotografias, vendo a sua página de Facebook, centenas de vezes por dia. Que vida pode sobrar?
(...) Um dos maiores riscos para o mundo é ter um presidente dos EUA que governa pelo Twitter como um adolescente, com mensagens curtas, sem argumentação, que, para terem efeito, têm de ser excessivas e taxativas.(…)
Se acrescentarmos que muitos consumidores das redes sociais obtêm aí quase toda a sua informação, percebe-se os efeitos devastadores no debate público e como servem para a indústria das notícias falsas e para alicerçarem o populismo com boatos, afirmações infundadas, presunções, invenções. Como, na nova ignorância, se trata de uma atitude hostil ao saber e ao seu esforço, mais do que um efeito de fonte única, há uma guetização da opinião, com arregimentação entre os próximos e a diabolização dos “outros”. Ler só aquilo com que concordamos pode ser satisfatório psicologicamente, mas destrói o debate público fundamental numa sociedade democrática.»Sobre o percurso do "Conversa" nestes 6 anos, graças a si, que não se desprende daqui, eis um retrato da evolução:
BOM ANO!