31 dezembro, 2016

Não, não é a minha passagem do ano. Este é o jantar do 6º Aniversário do meu "Conversa Avinagrada" e António Costa foi o convidado


Vem Meu Contrário (que é meu juízo), lê o título, e diz: "É pá, deixa-te disso".
Vem Minha Alma, olha a foto e fica zangada "É pá, isso não se faz".
Eu, que há 6 anos que Avinagro a realidade, mando-os dar uma volta e concentro-me no que importa, para além do desagrado desses meus heterónimos que nem sempre estão de acordo com títulos marados, fotos gamadas e textos inapropriados.

E o que importa, foi por mim escrito quando me apercebi que o espaço da blogosfera ia sendo reduzido, muitos amigos abandonavam este espaço, iam partindo procurando outros. E citava Saramago: «...a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até ao grunhido.» 

E o que importa, foi hoje trazido (espécie de prenda) por José Pacheco Pereira (no Público):
«Nada é mais significativo e deprimente do que ver numa entrada de uma escola, ou num restaurante popular, ou na rua, pessoas que estão juntas, mas que quase não se falam, e estão atentas ao telemóvel, mandando mensagens, enviando fotografias, vendo a sua página de Facebook, centenas de vezes por dia. Que vida pode sobrar? 
(...) Um dos maiores riscos para o mundo é ter um presidente dos EUA que governa pelo Twitter como um adolescente, com mensagens curtas, sem argumentação, que, para terem efeito, têm de ser excessivas e taxativas.(…) 
Se acrescentarmos que muitos consumidores das redes sociais obtêm aí quase toda a sua informação, percebe-se os efeitos devastadores no debate público e como servem para a indústria das notícias falsas e para alicerçarem o populismo com boatos, afirmações infundadas, presunções, invenções. Como, na nova ignorância, se trata de uma atitude hostil ao saber e ao seu esforço, mais do que um efeito de fonte única, há uma guetização da opinião, com arregimentação entre os próximos e a diabolização dos “outros”. Ler só aquilo com que concordamos pode ser satisfatório psicologicamente, mas destrói o debate público fundamental numa sociedade democrática.»
Sobre o percurso do "Conversa" nestes 6 anos, graças a si, que não se desprende daqui, eis um retrato da evolução:


BOM ANO!

8 comentários:

  1. Parabéns pelo aniversário do blogue. Em 2009 já por aqui andava, mas infelizmente só descobri o Conversa há pouco mais de um ano.
    Abraço

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  2. Antes de mais, parabéns duplos; pelo sexto aniversário do teu CONVERSA AVINAGRADA e pela escolha desta sua/tua excelente primeira publicação do ano!

    Visitei todos os links, sem excepção e, como calcularás, fiquei - mais uma vez...- cativa destas palavras de Saramago; ..."... De degrau em degrau, vamos descendo até ao grunhido."

    (lembrar-me eu de que, há não mais de duas décadas, o soneto foi muito contestado por ser "demasiado sintético" e, portanto, muitíssimo exigente para os poetas, em termos linguísticos...)

    Um grande e renovado abraço!

    Maria João

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  3. Desculpa, mas tive mesmo de voltar. Não disse uma palavra sobre o artigo do Pacheco Pereira, mas... sendo uma poeta coerente, tenho de o subscrever. Integralmente.

    Outro forte abraço!

    Mª João

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    1. O texto do JPP é uma proposta de reflexão, a que voltarei

      Abraço

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  4. Muitos parabéns pelo sexto aniversário, e um excelente ano novo!

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