27 janeiro, 2018

DAVOS, onde os avisos soam como ameaças...


Entre o ar alucinado de um e outro escolho o dela, mais pela ameaça velada colocada do que por qualquer outro motivo. Lagarde avisa, mas seus avisos soam como ameaças e faz apetecer-me voltar a usar aquele vernáculo em tempos usado. 

Diz o FMI, pelos seus lábios, que “Esta retoma económica é cíclica. Não se sintam satisfeitos”e acrescenta, programática, que “a complacência é um erro” e que “na ausência de reformas contínuas" virá aí aquilo que um outro dia já veio. 

Hesito, entre voltar a citar Saramago (Davos, 2009) e repetir o poema de Gonçalo M. Tavares. 
Sem esquecer o outro, opto por este:
A Grande Inteligência é Sobreviver

A grande Inteligência é sobreviver.
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.

Gonçalo M. Tavares
 

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