É o terceiro dia consecutivo e não saio disto. Reconheço parecer ser estúpido insistir num assunto a que ninguém liga "puto", que não dá partilhas, nem linkes, nem likes... Só que aquilo que parece, nem sempre é. Este é o caso. Na verdade, andando eu em cura de toxicodependência com a droga impressa, tive uma recaída e voltei a devorar jornais, apesar dos avisos.
E quantos mais títulos lia, mais títulos procurava. Começou com a leitura compulsiva das noticias sobre o financiamento dos partidos. Na ressaca, consultei Minha Alma, que me recomendou, além de calma, que relesse coisas do tal congresso. E por isso o faço.
E quantos mais títulos lia, mais títulos procurava. Começou com a leitura compulsiva das noticias sobre o financiamento dos partidos. Na ressaca, consultei Minha Alma, que me recomendou, além de calma, que relesse coisas do tal congresso. E por isso o faço.
Como estou quase a voltar ao equilíbrio, vou só dar uma olhadela às recomendações aprovadas por unanimidade, e talvez a crise me passe...
1. O 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses concluiu que as condições em que se exerce hoje o jornalismo, pilar da democracia, comprometem o direito constitucional à informação, indispensável para o exercício pleno da cidadania.
2. As condições de trabalho – dimensão reduzida das redações com os despedimentos, precariedade, baixos salários e falta de tempo – estão a ter efeitos na qualidade do jornalismo e condicionam a independência dos jornalistas.
3. A profunda mudança no enquadramento do setor está a afetar a credibilidade do jornalismo. O contributo dos jornalistas é determinante para ultrapassar as ameaças e desafios que se colocam à viabilidade da informação de qualidade.
4. A legislação laboral tem de ser cumprida em Portugal no setor do jornalismo, sendo urgente uma ação rápida e eficaz da Autoridade para as Condições de Trabalho para acabar com os falsos estágios, os falsos recibos verdes e os falsos contratos de prestação de serviço.
5. A autorregulação tem de ser reforçada e a regulação tem de ser eficaz.
6. Os jornalistas têm de ter maior peso e presença nas entidades reguladoras. É necessário iniciar um processo de revisão legislativa que torne essas entidades mais eficazes e mais participadas pelos jornalistas.
7. Os princípios éticos e deontológicos têm de ser reforçados, têm de abranger todos os jornalistas e têm de ser aplicados com eficácia.
8. Os conselhos de redação têm de ter um papel ativo, o que exige a proteção legal dos jornalistas que neles participam. Os pareceres dos conselhos de redação têm de ser vinculativos, nomeadamente para os cargos de direção e chefias.
9. É crucial que os jornalistas reforcem as estruturas próprias da classe, desde logo o Sindicato dos Jornalistas e a sua presença nas redações com uma agenda própria, para a defesa dos direitos dos jornalistas e a afirmação do jornalismo.
10. É fundamental avaliar, melhorar e fortalecer a relação do setor com as instituições de ensino superior e outras entidades formativas devidamente credenciadas.
11. É urgente promover a literacia mediática, com iniciativas no domínio da educação pré-universitária e junto da população em geral.
12. Os jornalistas, reunidos no 4.º Congresso dos Jornalistas Portugueses, assumem o compromisso de cumprir os deveres e as responsabilidades decorrentes dos princípios ético-deontológicos do jornalismo e das melhores práticas do exercício e regulação da profissão.
Lisboa, 15 de Janeiro de 2017
Se é estúpido insistir num assunto que não deixa meio mundo em profunda histeria colectiva, tens aqui uma abnegada e conscientíssima companheira de "estupidez", Rogério.
ResponderEliminarForte abraço.
Eu tenho andado por aqui e lido os artigos. Sabe porque não comento, não sabe?
ResponderEliminarUm abraço e uma boa semana
Somos mais do que parece, Rogério.
ResponderEliminarBeijinhos :)
Likes este assunto pode não dar,
ResponderEliminarmas linkes tem com fartura.
Para se curar da desintoxicação,
aconselho-o mudar de leitura...
Não? Então, siga e não reclame.
Um dia tudo mudará.
:)
Concordo consigo, andam todos distraídos com os pormenores e ninguém quer saber das coisas importantes, nunca vi algo tão bem descrito, como "os assuntos que ninguém liga puto".
ResponderEliminarHá anos que deixei o meu blogue mas, dediquei-me a investigar o por que raio andamos sempre de mal a pior e é como entrar num labirinto, cada vez que se percebe qualquer coisa, encontramos imediatamente outra para perceber. (Presumo que, antigamente, era o que faziam os independentes, chamados jornalistas de investigação mas, compreendo-os, têm de escrever o que lhes mandam para poderem sustentar-se, a eles e à família).
Podia ficar horas a contar o que já percebi mas, para bom entendedor bastam umas dicas e, deixo-lhe duas porque, num outro blogue, mesmo antes de haver candidatos eu já tinha escrito quem ia ganhar... um blogue onde deixei de comentar porque passou a querer "Identificação"... até lembra "velhos tempos".
Mas prometi-lhe duas dicas:
O primeiro link, tentaram limpar, uma informação que estava desde 2008 num jornal mas, a net não se limpa, deixa sempre "resíduos" que basta saber encontrar, apesar de ficar uma referência comprida.
https://web.archive.org/web/20160329224248/http://www.tvi24.iol.pt/politica/rui-rio-antonio-costa-porto-lisboa-bilderberg/966700-4072.html
A 2ª dica, apesar de muita gente, do outro lado do Atlântico e na Europa, se preocupar cada vez mais, é um tema que nem sequer vai encontrar nos jornais... só passou a sair aquilo que, a nível global, meia dúzia de corporações, paga para ser escrito.
https://www.youtube.com/watch?v=gRR_u3oooHw
Isa
(suponho que ainda se recorda, há anos que deixei o blogue porque já nem fazia sentido, a minha percepção sobre o Mundo mudou e, andava cá a pensar se deveria passar, pelo menos, alguma dessa informação mas, nem de propósito, finalmente, alguém que diz:
"Só que aquilo que parece, nem sempre é" e, ao fim de anos, o que eu lhe posso garantir a 100% é que, há muito tempo, pouca coisa é o que parece ser. Há muito tempo que quem realmente manda, nem sequer mora cá e, o pior, cada vez mandará mais)
Nós ficamos a olhar para o tabuleiro do jogo mas, alguém puxa os cordelinhos de ambos os jogadores e, se quer que lhe diga, isto nem nos "velhos tempos"... um jogo muito mais "sofisticado" e, a grande maioria, preocupada com likes, selfies, "clubismos", "migalhas" e, quanto ao Politicamente Correcto, antigamente, tinha o nome de censura.
Ultimamente prefiro deixar comentários onde comuns americanos, ingleses ou suecos percebem melhor o que se passa do que os portugueses... a estes, basta-lhes um beijinho... do "distribuidor mor de beijinhos e abracinhos" ;)