Chegar tarde, mas cumprir com o que jurei a mim próprio: primeiro, não passar um só dia em branco; segundo, não citar tão só e apenas os que merecem ser citados; terceiro, todo o juízo com juízo, é como se fosse eu próprio a produzi-lo.
E é assim que aqui vai (escrito pelo Ricardo):
"O BE diz que a geringonça morreu porque o PS a matou. O PS diz que a geringonça está viva e continua tudo como dantes. O PCP diz que a geringonça nunca existiu. Nenhum dos três tem razão. A geringonça existiu, sim, e não existe mais. Mas morreu de morte natural.
(...)
A geringonça acabou porque deixou de ser necessária e porque o seu fim interessa a todos os participantes. Não há motivo para lamentar a sua morte, mas há razões para celebrar a sua existência.
(...)
A geringonça representou várias rupturas com a prática de 40 anos de democracia. Primeiro, o PS aceitou tratar o PCP e o BE como interlocutores políticos válidos, acolhendo diversas propostas em vários domínios. Segundo, PCP e BE aceitaram não fazer do PS o seu principal inimigo, mesmo sabendo que alguns dos traços que sempre criticaram nos socialistas iriam persistir. Terceiro, o Parlamento português passou a funcionar num regime de negociação quotidiana - um padrão comum em várias democracias europeias, mas quase ausente na prática parlamentar portuguesa. Por fim e não menos importante, difundiu-se na sociedade a convicção de que é possível e desejável um projecto de desenvolvimento para Portugal baseado no combate às desigualdades, na justiça social, em serviços públicos universais e na protecção dos direitos sociais e laborais.
A geringonça acabou, mas deixa no sistema político uma experiência de negociação que não se esquece. E deixa na sociedade portuguesa a convicção de que o retrocesso dos direitos não é inevitável nem desejável. Não é pouco. É o critério pelo qual os partidos em causa serão julgados no futuro pelos seus eleitores."
Excertos do texto de Ricardo Paes Mamede, hoje no DN.
Estou absolutamente de acordo com o texto de Ricardo Paes Mamede‼
ResponderEliminarO PS já não precisa de bengalas, embora não tenha conseguido a maioria, e segue o seu caminho sozinho...
Querida amiga Teresa, já não é a primeira vez que dá a volta ao texto de quem cito.
ResponderEliminarO Ricardo não diz nada disso do que referiu que ele disse.
O Ricardo
disse exactamente o contrário
«A geringonça acabou, mas deixa no sistema político uma experiência de negociação que não se esquece. E deixa na sociedade portuguesa a convicção de que o retrocesso dos direitos não é inevitável nem desejável. Não é pouco. É o critério pelo qual os partidos em causa serão julgados no futuro pelos seus eleitores."»
Compreendi muitíssimo bem o que o Ricardo escreveu ❗❗❗
ResponderEliminarTambém NÃO esqueço a geringonça como uma excelente oportunidade da abrir novas experiências políticas. Uma experiência de negociações que durou e vingou. Mas os eleitores embora gostassem dessa forma de governar, quiseram dar a oportunidade ao PS de se emancipar e seguir o seu caminho sem bengalas.
No último parágrafo, embora o tenha compreendido, afastei-me do Ricardo. Gosto de ver o PS mais forte e sem sócios. Isso não quer dizer, que a geringonça não tenha sido uma ótima experiência no sector político‼‼‼
Teresa,
ResponderEliminarAs bengalas
de que falas
delas
precisam
os precários, e tu não és precária
delas
precisam
os pensionistas e reformados
e ao que suponho
se és idosa
estás te lixando para a pensão e reforma
pois a tua será (é já)generosa
Não preciso, nem de bengala, nem de reforma‼
ResponderEliminarSe o teu partido luta pelos os desfavorecidos, porque é que perdeu tantos votos❓❓❓ O vosso umbigo é mais importante do que analisar os vossos próprios erros. Lamento ver moribundo, um partido pelo qual votei nos últimos anos.
Agora as negociações serão mais demoradas porque há mais interlocutores, ainda bem que não houve maioria!
ResponderEliminarAbraço
Poderia bem ser um conteúdo meu... ou seja, revejo-me plenamente nessas palavras.
ResponderEliminarAbraço