Morreu Freitas de Amaral. Facto que, se bem que esperado, não tinha data anunciada. Aconteceu em final de campanha e não tendo a certeza de que poderá influenciar quem quer que seja, não posso deixar de lembrar que foi uma figura que vem trazer à memória de como terá, no seu percurso, fornecido a todos os partidos (do até aqui chamado arco da governação) razões para sentidas homenagens.
Curiosamente, Francisco Louçã junta-se às exéquias.
Eu, por meu lado, sobre Freitas, terei neste espaço escrito pouco. Mas do pouco escrito, registo esta passagem extraída de um voto de pesar, aprovado na AR, em Junho de 2018:
«De todos os momentos da carreira de Frank Carlucci é à frente do posto em Lisboa que viria a revelar-se politicamente mais determinante. Firme na ideia de que o processo de transição e consolidação democrática não estava perdido, contrariamente à opinião de membros da própria Administração norte-americana, Carlucci bateu-se pela restauração da normalidade do processo democrático em Portugal, ao lado dos principais protagonistas políticos da resistência, Mário Soares, de quem era amigo pessoal, Francisco Sá Carneiro e Diogo Freitas do Amaral.»
Votação do voto de pesar, de onde é extraído este elogio fúnebre
apresentado pelo CDS
Favor
–
PSD, PS e CDS
-
PP
Contra
–
BE, PCP e PEV
Abstenção
–
PAN e 8 Deputados do PS
Ah, e convém não esquecer:
«A direita, depois de aprovada a Constituição, arreganhou os dentes, ostensivamente, por duas vezes:
A primeira foi na eleição presidencial de 1980; Soares Carneiro, guarda-mor do campo de concentração de São Nicolau, apoiado pela AD de Sá Carneiro e Freitas, tinha por objectivo explícito revogar a Constituição por referendo; a vitória do General Ramalho Eanes, apoiado pelo PS de Zenha e Sampaio e pelo PCP bem como pelos milhões de portugueses que nele votaram, garantiu o essencial da Revolução de Abril.
A segunda foi na eleição presidencial de 1985 disputada entre Freitas do Amaral, apoiado pelo PSD, pelo CDS e por todos os nostálgicos do fascismo, e os defensores da democracia consagrada na Constituição, representados na segunda volta por Mário Soares.
Depois destas duas vitórias consecutivas nas eleições presidenciais, a direita não mais ousou, mesmo quando venceu, pôr em causa a democracia saída do 25 de Abril, consagrada na Constituição de 1976!»
in POLITEIA
A memória nem sempre é fiel aos factos embora seja de lamentar a morte de alguém que se tornou uma figura pública!
ResponderEliminarAbraço