09 fevereiro, 2024

SEM AGRICULTORES, NÃO HÁ AGRICULTURA

A agri­cul­tura em Por­tugal

Há hoje em Por­tugal 286 191 ex­plo­ra­ções agrí­colas

Menos 5,82% do que há 10 anosMenos 52% do que em 1999

Menos 80% do que em 1989

Menos 11,6% de terras ará­veis

Mais 24,6% de cul­turas per­ma­nentes

Mais 14,9% de pas­ta­gens per­ma­nentes

Menor pro­dução de bens ali­men­tares fun­da­men­tais à ali­men­tação hu­mana: Menos 32,2% de área de ce­reais para grão re­la­ti­va­mente a 2009 (menor área se­meada de sempre); Menos 28,6% de área para pro­dução de ba­tata

Por­tugal hoje im­porta muito do que antes pro­duzia

Em 2022, ren­di­mento dos agri­cul­tores caiu 11,2% e os lu­cros da grande dis­tri­buição dis­pa­raram

os grupos Je­ró­nimo Mar­tins e Sonae al­can­çaram lu­cros de 1014 mi­lhões de euros, cerca de 3 mi­lhões por dia

O preço pago à pro­dução não com­pensa o au­mento dos custos de pro­dução (com­bus­tí­veis, ra­ções, etc.)

re­dução do nú­mero de ex­plo­ra­ções re­pre­sentou um au­mento da sua su­per­fície média, que é hoje de 13,8 hec­tares, quando em 1989 era de 6 hec­tares

Apenas 1100 ex­plo­ra­ções têm cerca de um quarto da área total 

95% das ex­plo­ra­ções são de agri­cul­tores sin­gu­lares

Mas…

Os 5% de so­ci­e­dades agrí­colas ocupam 27% da terra, detêm 41% dos efec­tivos ani­mais e uti­lizam 9% da mão-de-obra 

do tra­balho agrí­cola é feito com mão de obra fa­mi­liar 

mão-de-obra as­sa­la­riada, re­gular ou sa­zonal, re­pre­senta já 27,8% 

Com a PAC foram anun­ci­ados mi­lhares de mi­lhões de euros para o País, mas…

foram ca­na­li­zados para as mãos de uns poucos, dos grandes agrá­rios

A CEE/​UE pagou para se ar­rancar vi­deiras e oli­veiras, para se flo­restar áreas agrí­colas

pagou para que não se pro­du­zisse e, de­pois, pagou sem obri­gação de pro­duzir

7% dos be­ne­fi­ciá­rios ficam com 70% das «ajudas» da CEE/​UE 

A CEE/​UE cons­ti­tuiu-se com um co­veiro da pro­dução na­ci­onal e não só na agri­cul­tura. PS, PSD, CDS, Chega e IL, que sempre apoi­aram a PAC e as suas re­formas, são res­pon­sá­veis.

Jornal Avante - 8 de Fevereiro - pág. 5


3 comentários:

  1. ...e não havendo agricultores nem agricultura (nos campos)
    não haverá nada para os citadinos comerem ( nas cidades)

    Não, aqui não há redundâncias, há evidências!

    Um abraço, Rogério!

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    1. As grandes superfícies asseguram promoções, descontos, ofertas... para essa gente, a produção Nacional não conta...

      Abraço indignado

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  2. Tienes toda la razón en lo que dices: sin agricultores no hay agricultura. Ni comida. Ni bebida. Ni carne, ni frutas, ni vegetales. Luego es cierto que merecen ganar más, que los intermediarios ganen menos, y que a los consumidores les cueste menos. Se puede? Si. La cosa es que lo hagan.

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