De seguida, como o alerta incidia sobre a possível reação da Polícia de Choque foi para lá que me dirigi. Chegado lá, apenas meia dúzia de populares entre eles alguns vizinhos. Um veio ter comigo “Olá Rogério, estamos aqui há mais ou menos duas horas e nem um movimento. Acho que não está lá ninguém lá dentro. Posso entrar?”
E sem esperar resposta entrou-me no carro e desafiou-me “Queres ir até à sede da Junta de Freguesia? É lá que fica a sede da ANP...” e respondendo com um “bora lá”, lá fomos. Passámos frente à Câmara onde estava um pequeno ajuntamento. A multidão, essa, concentrara-se na Rua Marquês de Pombal. Estacionei por ali e chegámos no exato momento em que a fechadura fora forçada.
Deu-se então a ocupação. Foi esse o momento histórico do 25 de Abril em Oeiras e eu... Eu vivi-o, participando vivamente. O resto da tarde e depois noite fora já não é novidade...
Rogério Pereira, 29 de Abril de 2024
A ANP - Ação Nacional Popular era a organização política que foi criada durante o regime Marcelista, cuja sede em Oeiras foi ocupada por muita gente conhecida (e entre a qual eu me encontrava). Logo no dia seguinte, a 26 de Abril, passou a ser a sede do MDP de Oeiras.
A ANP foi dissolvida pelo Decreto-Lei n.º 172/74, de 25 de abril, tendo a sua liquidação sido regulada pelo Decreto n.º 283/74, de 26 de junho
e eu no meio deles, em frente ao edifício da Câmara. Esta viva manifestação consta nos arquivos da RTP que pode ser visitado no seguinte endereço.
O meio século de vida da nossa Democracia, merece bem este esforço de memória e pesquisa.
ResponderEliminarUm belo testemunho para a posteridade.
Um dia, os teus bisnetos vão orgulhar-se deste seu familiar que viveu em pleno uma data histórica do seu país.
Parabéns, Rogério!
Abraço.
Janita,
EliminarTodos os livros que escrevi e vou escrevendo
são memórias deste tempo que vamos vivendo
Abraço agradecido
É de fato um belo testemunho,Rogério
ResponderEliminar_ além de histórico é sentimental , uma vitória contra a opressão que tempo nenhum será grande para esquecer. Li com atenção e admiração todo o caminho até onde não era mais novidade. Muito bom !
Um abraço forte. E viva o Abril dos portugueses !
Nada da vida, tudo o que seja digno,
Eliminarnão pode ser separado do sentimento.
O nosso Abril também é vosso
assim o cantava Xico Buarque
Abraço partilhado
Ontem comentei mas o meu comentário não apareceu.
ResponderEliminarDado que o tema é o mesmo, repito o meu comentário.
Com esta crónica já não precisamos de perguntar ao autor, como faria o saudoso Batista Bastos, "onde estavas no 25 de Abril?".
Acertaste
Eliminaro meu texto é/foi inspirado pela memória (e como resposta) a essa pergunta!
Do BB não perdia uma crónica sua...
DEMOCRATAS MAINSTREAM
ResponderEliminar=
PIOR QUE OS SALAZARISTAS
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Os salazaristas não evocaram o repatriamento dos portugueses que não estavam de acordo com a guerra...
PELO CONTRÁRIO
os democratas mainstream evocam a repatriamento dos ucranianos que não concordam com a guerra... nomeadamente... os ucranianos que defendem que os russófonos das regiões russófonas, integradas na Ucrânia pela DITADURA DOS SOVIETES, devem possuir a LIBERDADE de decidir se querem permanecer na Ucrânia ou regressar à Rússia.
[nota: os ucranianos-mainstream apoiados/financiados pelo ocidente mainstream... procuraram implementar um genocídio de russófonos]
#$$&++@. "buj!##"
Eliminartradução
É pá, vai bugiar
Se a seguir ao 25 de Abril frequentaste a sede da Junta de Freguesia, é bem provável que nos tenhamos cruzado quando jovens. Cheguei a trabalhar lá durante algum tempo.
ResponderEliminarGostei imenso deste teu testemunho, Rogério.
Abraço!
Maria João, querida amiga, no local onde a junta de freguesia passou a funcionar a partir de uma data que não tenho presente, funcionou a sede do MDP/CDE... pertenciam a esse movimento quase todos os que ocuparam aquele espaço antes ocupado pela ANP
EliminarDurante mais de três anos, no trabalho que fiz para a SN foi no norte, na Maia... e a sede do MDP que frequentava era a do Porto...
Abraço forte!
E eu também pertenci ao MDP/CDE por isso te digo que estava lá nessa altura. Claro que acabei por ter de desistir por motivos imperiosos que fazem parte da minha vida privada e que não quero divulgar, mas nos quais já te falei por alto...
EliminarOutro abraço forte!
Com a legalização do PCP muitos quadros do MDP saíram... estava o Zé Casanova a falar com o Jorge Sampaio (na sede na R. Artilharia Um) quando ele, Casanova, me pediu para esperar pois tinha urgência em falar comigo. E falou. Pediu-me para continuar no MDP... e como entendi tal pedido como uma ordem, não saí...
EliminarOutro abraço, forte, como o teu
Comigo passou-se o mesmo, mas não foi o Zé quem mo pediu. Como sabes, aos trinta e poucos anos fiz um choque hipovolémico durante um parto, fui até ao não-se-onde e depois estive muito mal durante semanas, ninguém daria um tostão furado por mim. Penso que isso não me afectou em termos cognitivos, mas deu-me uma boa varridela na memória. Sei que foi assim, sei que não foi o Zé, mas não me lembro quem foi o camarada que me pediu que me mantivesse no MDP-CDE... Mais um abraço!
EliminarDocumento político muitíssimo assertivo.
ResponderEliminarCaminhar para a frente é o caminho.
Isso, p´ra frente é que é o caminho
EliminarJunta-te
Juntos somos mais fortes
E depois de ler o "post" anterior, cá estou para te dizer que quase invejo esse jovem adulto que viveu tudo isto!
ResponderEliminarMaravilha.
Um abraço
Caso não tivesse vivido
Eliminaro que vivi
também eu teria inveja
de quem o tivesse vivido
Abraço compreensivo