30 abril, 2024

SÉRGIO RIBEIRO PARTIU? QUEM DISSE? (Os nossos mortos não morrem!)

Sérgio Ribeiro nasceu em Lisboa, a 21 de Dezembro de 1936, tendo crescido, segundo palavras suas, «num ambiente de não aceitação do regime fascista e de defesa da democracia e da liberdade». A tomada de consciência de que «não gostava» do que via e a vontade de «querer mudar as coisas» fizeram de Sérgio Ribeiro um defensor activo dos valores de Abril.

Militante do PCP, era «Zeferino» no dia em que o artista plástico José Dias Coelho, que ia ao seu encontro, foi assassinado pela PIDE. Por duas vezes foi atirado para os cárceres do fascismo, no Aljube e em Caxias, de onde saiu na madrugada de 27 de Abril. Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, de cuja associação de estudantes foi vice-presidente, entre 1958 e 1960, Sérgio Ribeiro levou ao II Congresso Republicano de Aveiro, em 1969, a tese intitulada «Reflexões de Economista a Partir das Palavras e Mágicas». Ainda nesse ano, nas eleições legislativas, Sérgio Ribeiro foi candidato da Comissão Democrática Eleiroral (CDE), em Leiria. Em 1973, o economista fez parte da comissão nacional do III Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro. 

Foi membro do Comité Central do PCP, deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, tendo sido também fundador e membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e consultor-chefe de missão BIT/OIT em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. Sérgio Ribeiro destacou-se também na escrita, sendo Crítica da Economia Política o seu último título e Não à Moeda Única - um Contributo um dos mais reconhecidos.
in AbrilAbril

Sérgio Ribeiro, em Oeiras (Abril de 2012)

 

9 comentários:

  1. Merece o nosso respeito, a nossa homenagem, o nosso lamento pela sua morte.

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  2. Ontem despedi-me dele com um Até Sempre!
    Era um amigo, um cidadão e um oureense exemplar.
    Também o lembrei no Facebook.

    Abraço

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  3. Teresa Palmira Hoffbauer1 de maio de 2024 às 13:07

    Cada um de nós tem os „seus mortos“
    Tu, Rogério, um camarada.
    Eu o escritor norte-americano Paul Auster.
    Tu, um homem político.
    Eu, uma mulher literária.
    Abraço forte e solidário neste primeiro dia de Maio 🥀

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  4. Fui uma leitora mais do que assídua do seu blog desde que o descobri aqui, no Conversa Avinagrada. É curioso como a escrita e um ideal comum nos ligam tão fortemente a alguém que pensamos nunca ter conhecido pessoalmente. Doeu-me saber que partira.

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    Respostas
    1. Ainda fez os 50 anos da saída de Caxias.
      Foi deputado municipal comigo, embora noutra bancada.
      A amizade está acima da ideologia quando a base é a mesma!

      Abraço

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    2. Quando era jovem, tinha imensa dificuldade em conviver com pessoas que não partilhassem de uma ideologia que não estivesse muito próxima da minha, Rosa dos Ventos, mas a maturidade e a velhice tornaram-me mais tolerante, embora cada vez mais convicta em termos ideológicos.
      Fico feliz por saber que o Sérgio Ribeiro ainda comemorou os 50 anos da libertação dos presos de Caxias. Obrigada por mo fazer saber.

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    3. Votei nele quando concorreu para as Europeias mas nunca lho disse, embora fosse muito próxima.

      Abraço

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  5. Vários anos antes do 25 de Abril (era eu ainda muito jovem), assisti a uma sessão reservada aos sócios do Cineclube do Porto, em que Sérgio Ribeiro e Blasco Hugo Fernandes (engenheiro agrónomo e natural de Goa, também já falecido) falaram sobre Economia. Para mim, o que eles disseram foi uma novidade completa, porque foi a primeira vez na vida em que travei conhecimento com uma visão marxista da sociedade. Aprendi imenso com eles. R.I.P.

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  6. Soube por ti, Rogério, pelo que a mim disseste-mo tu.
    Não conhecia o senhor, o que não impede que lamente a sua morte.

    "Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo.
    A morte de qualquer homem diminui-nos porque fazemos parte da Humanidade.
    Por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; eles dobram por ti"

    John Donne, claro.

    Que o teu amigo descanse em Paz.

    Um abraço pesaroso.

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