A verdadeira paz não se confunde com a ausência de guerra, sobretudo quando se observa o reforço dos meios militares e a chamada "corrida ao armamento". Quando a guerra é uma realidade dura, que passa diariamente sob os nossos olhos e são referidos milhares e milhares de mortos, será inevitável falar-se de paz. Falar da paz não é, por si só, garantia de quere-la...
Há algumas condições de se chegar à verdadeira paz:
- antes de mais, nem falando de razões, importa analisar e perceber motivos e factos que originam o conflito armado. Sem tal entendimento, quem estiver a tentar juntar à mesa as partes, com objectivo de resolver o conflito, jamais terá sucesso pois nem todos os pontos a negociar estarão em cima da mesa;
- não é possível resolver a guerra, usando a escalada militar como forma dissuasora, na procura da rendição da outra parte;
- falar em cimeira que não seja, é falácia que em vez de fazer avançar, atrasa e... deixa a paz a marcar passo.
NOTA: Tratando-se de disputas territoriais é estranho que não se oiça falar em plebiscito
Mais tarde ou mais cedo as condições enunciadas no texto serão compreendidas ou então acontecerá algo parecido com o fim do mundo.
ResponderEliminarAlterei uma das minhas preferidas frases batida
Eliminarpois afinal
"Mundar o Mundo custa muito, além de levar muito tempo!"
Amigo Rogério
ResponderEliminarcom esta postagem e a da Arábia Saudita aproxima-se do cerne da questão, mas discordo, não são disputas territoriais, o território é "apenas" a dimensão material onde se passa um conflito civilizacional.
se permitir que deixe a minha interpretação posso elaborar mais um pouco, mas peço alguma tolerância pois o meu raciocínio viaja a mil e a minha mão a dez e o assunto é muito complexo e até delicado.
Abraço civilizacional, religioso e escatológico.
Concordo com as aspas nesse "apenas"
Eliminar... e claro tem toda a tolerância
Abraço expectante
Se a "Verdadeira Paz" - haverá Paz falsa? - for tão verdadeira quanto a Verdeira... do teu título, bem fica verde para sempre e...inexistente!
ResponderEliminar( Não me venhas com sete pedras na mão, contra factos...)
Claro que há paz falsa ou fingida! É aquela ausência de guerra que dura o tempo necessário para se ter armamento. Enquanto se constrói o poder militar a paz é aparente...
Eliminar(só consegui seis pedras... por esta escapas!)
Beijo pacífico
As nações são constituídas por vários poderes, o poder representado pela dimensão das suas populações, o poder representado pela educação e formação dos seus cidadãos incluindo valores e crenças, o poder representado pelo seu desenvolvimento tecnológico, o poder representado pela quantidade e qualidade das suas economias e pelo poder militar.
ResponderEliminarO poder militar é um instrumento de exercício do poder e como tal um instrumento politico.
A guerra é a continuação da política por outros meios.-Clausewitz
A guerra é a continuação da política em qualquer sociedade de classes.- Lenine
A globalização requer universalidade e a universalidade significa o fim da história.
A história tem um fim equivalente á emergência de um ponto de harmonia universal. – Hegel
A história tem um fim equivalente á emergência de uma superpotência que impõe uma harmonia universal- Fukuyama.
A diferença é que o ocidente quer impor uma harmonia unipolar e os “não-alinhados” procuram uma harmonia resultante da cooperação entre soberanos.
Lembrar as palavras de Putin: a construção de um harmonioso mundo multipolar.
Marx também pressupõe um fim da história que será a universalidade do comunismo.
A religião também concebe um fim da história, uma harmonia universal com a segunda vinda de cristo.
Continua…
Bem contextualizado... subscrevo
EliminarOs EUA saíram aparentemente vitoriosos da segunda guerra mundial, quando se sabe que foi a URSS que derrotou o nazismo, os EUA saíram aparentemente vitoriosos da guerra fria quando se sabe que o verdadeiro resultado foi a retirada dos misseis americanos da Turquia, negociada em segredo e por fim os EUA saíram aparentemente vitoriosos com o colapso da URSS.
ResponderEliminarTudo isto colocou-os na posição de potência hegemónica e como tal na posição de iniciar a sua universalidade, a sua globalização, a sua harmonia o seu fim da história.
Metafisicamente o fim da URSS foi o início do fim da harmonia americana ( pax americana).
Enquanto existiram dois blocos a América “conquistou o mundo” obrigatoriamente através da demonstração de que o seu sistema era superior ao outro, valores como a liberdade individual, a iniciativa individual, a capacidade do individuo enriquecer com facilidade, o modo de vida americano, o sonho americano e a cultura americana, o rock, a musica pop e os filmes de Hollywood tornaram a América poderosa, todo mundo comia hambúrgueres, bebia coca-cola, ouvia rock e adorava o Rocky Balboa.
Só que entretanto colapsou a URSS e a necessidade de utilizar o Soft power acabou e as verdadeiras garras e intenções tornaram-se visíveis.
O que se seguiu foi a implementação de uma política de expansão belicista, de domínio imperialista com objectivo de concretizar a sua harmonia unipolar.
Halford John Mackinder – The Hartland theory – Quem controlar a Europa de leste e a Asia central controla o mundo.
Zbigniew brezinski –The grand chessboard – Americam primacy and its geopolitics imperatives. – A America terá de cuidar para ser o ultimo império, para garantir que nenhum outro sucederá.
Continua...
Aprofundas o tema
Eliminartemo que só eu te acompanhe
(quem isto ler que me desminta)
Como universalidade requer… universalidade, nenhuma nação pode ter a capacidade de rivalizar ou representar oposição substancial ao império, as únicas nações que podem resistir a esta harmonia unipolar são a Rússia
ResponderEliminare a China, daí a continua expansão da Nato e tentativa de incluir a Ucrânia na organização, daí a tentativa de
destruir a Rússia e dividi-la em dezenas de estados mais pequenos e controláveis.
Notar que a Rússia tomou diligências para integrar a união europeia e não deixaram porque implicava ser o maior país da união, o mais poderoso e depois impossível de eliminar, o mesmo em relação á Nato, a Rússia propôs entrar para a Nato e recusaram pelas mesmas razões.
Por isso a realidade a que assistimos é uma batalha civilizacional mas especificamente para a Rússia que se perder desaparece do mapa tal como a conhecemos enquanto o outro lado perde o império mas continua como nação.
Relembrar que Putin disse:” Para que nós queremos um mundo se a Rússia não existir nele.”
A China que também é uma nação civilizacional e sabe que está na lista dos inimigos a derrotar ainda não tem capacidade de fazer frente ao unipoder militarmente, economicamente sim.
Como o derradeiro poder é o exercício da violência, a Rússia preparou-se para isso, o império cometeu o erro de estrategicamente deixar unir o único poder militar e o único poder económico que lhe podia fazer frente.
A Rússia e a China em aliança tem todos os recursos necessários para terminar com esta globalização capitalista/corporativa/Judeo-cristã.
Notar que o Papa esteve presente na cimeira da paz na Suíça.
O ocidente já perdeu, a Europa será o maior perdedor, o projecto de harmonia unipolar terminou, resta saber se perde só a civilização Ocidental ou se perde toda a civilização, de qualquer forma a espécie humana continuará.
Bom texto.
Eliminar"Deus nos livre" como se costuma dizer, se o ocidente ganhar a guerra.
Ia a dizer que subscrevo o comentário do Luis, mas contenho-me a tempo... atendendo aos poderes militares em jogo, numa generalização da guerra não haverá vencedores!
EliminarRetornando depois de um tempinho bom, Rogério
ResponderEliminarE ,passando na sua casa só para te deixar um abraço
porque ainda estou naquela preguiça de dias e dias sem bater
nessas teclas ...Vou dar um passeio por aqui e ler algo mais poético
que esse seu 'traço fino'.
Beijinhos , amigo
Não é fácil ser-se lírico
EliminarQuando a guerra nos ameaça
Mas respeitarei o teu pedido
Publicarei poema com graça
Beijinho, amiga
Leio sempre tudo aquilo que o horizonte escreve.
ResponderEliminarNão concordo com tudo, mas achei piada ele mencionar HEGEL.
Estudar as divergências entre Marx e Hegel é algo empolgante.
Divertida e empolgada
Eliminarque não te falte nada
Quando digo que ler as divergências entre Marx e HEGEL é algo empolgante, significa que causa viva impressão no ânimo; que domina e assoberba o espírito.
EliminarQuando tu usas o adjetivo „divertido“, então a tua cabeça só serve para usar chapéu 🎩 ou é o sol a fazer das suas 🥹
Cito palavras tuas: "achei piada ele mencionar HEGEL"
EliminarSe retirares que achaste piada
Eu retiro
o adjetivo