17 junho, 2024

A VERDEIRA PAZ


 A verdadeira paz não se confunde com a ausência de guerra, sobretudo quando se observa o reforço dos meios militares e a chamada "corrida ao armamento". Quando a guerra é uma realidade dura, que passa diariamente sob os nossos olhos e são referidos milhares e milhares de mortos, será inevitável falar-se de paz. Falar da paz não é, por si só, garantia de quere-la... 

Há algumas condições de se chegar à verdadeira paz:
  • antes de mais, nem falando de razões, importa analisar e perceber motivos e factos que originam o conflito armado. Sem tal entendimento, quem estiver a tentar juntar à mesa as partes, com objectivo de resolver o conflito, jamais terá sucesso pois nem todos os pontos a negociar estarão em cima da mesa;
  • não é possível resolver a guerra, usando a escalada militar como forma dissuasora, na procura da rendição da outra parte;
  • falar em cimeira que não seja, é falácia que em vez de fazer avançar, atrasa e... deixa a paz a marcar passo.
NOTA: Tratando-se de disputas territoriais é estranho que não se oiça falar em plebiscito 

19 comentários:

  1. Mais tarde ou mais cedo as condições enunciadas no texto serão compreendidas ou então acontecerá algo parecido com o fim do mundo.

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    1. Alterei uma das minhas preferidas frases batida
      pois afinal
      "Mundar o Mundo custa muito, além de levar muito tempo!"

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  2. Amigo Rogério
    com esta postagem e a da Arábia Saudita aproxima-se do cerne da questão, mas discordo, não são disputas territoriais, o território é "apenas" a dimensão material onde se passa um conflito civilizacional.
    se permitir que deixe a minha interpretação posso elaborar mais um pouco, mas peço alguma tolerância pois o meu raciocínio viaja a mil e a minha mão a dez e o assunto é muito complexo e até delicado.

    Abraço civilizacional, religioso e escatológico.

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    1. Concordo com as aspas nesse "apenas"
      ... e claro tem toda a tolerância

      Abraço expectante

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  3. Se a "Verdadeira Paz" - haverá Paz falsa? - for tão verdadeira quanto a Verdeira... do teu título, bem fica verde para sempre e...inexistente!

    ( Não me venhas com sete pedras na mão, contra factos...)

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    1. Claro que há paz falsa ou fingida! É aquela ausência de guerra que dura o tempo necessário para se ter armamento. Enquanto se constrói o poder militar a paz é aparente...

      (só consegui seis pedras... por esta escapas!)

      Beijo pacífico

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  4. As nações são constituídas por vários poderes, o poder representado pela dimensão das suas populações, o poder representado pela educação e formação dos seus cidadãos incluindo valores e crenças, o poder representado pelo seu desenvolvimento tecnológico, o poder representado pela quantidade e qualidade das suas economias e pelo poder militar.
    O poder militar é um instrumento de exercício do poder e como tal um instrumento politico.

    A guerra é a continuação da política por outros meios.-Clausewitz
    A guerra é a continuação da política em qualquer sociedade de classes.- Lenine

    A globalização requer universalidade e a universalidade significa o fim da história.

    A história tem um fim equivalente á emergência de um ponto de harmonia universal. – Hegel
    A história tem um fim equivalente á emergência de uma superpotência que impõe uma harmonia universal- Fukuyama.

    A diferença é que o ocidente quer impor uma harmonia unipolar e os “não-alinhados” procuram uma harmonia resultante da cooperação entre soberanos.

    Lembrar as palavras de Putin: a construção de um harmonioso mundo multipolar.

    Marx também pressupõe um fim da história que será a universalidade do comunismo.
    A religião também concebe um fim da história, uma harmonia universal com a segunda vinda de cristo.

    Continua…

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    1. Bem contextualizado... subscrevo

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  5. Os EUA saíram aparentemente vitoriosos da segunda guerra mundial, quando se sabe que foi a URSS que derrotou o nazismo, os EUA saíram aparentemente vitoriosos da guerra fria quando se sabe que o verdadeiro resultado foi a retirada dos misseis americanos da Turquia, negociada em segredo e por fim os EUA saíram aparentemente vitoriosos com o colapso da URSS.
    Tudo isto colocou-os na posição de potência hegemónica e como tal na posição de iniciar a sua universalidade, a sua globalização, a sua harmonia o seu fim da história.
    Metafisicamente o fim da URSS foi o início do fim da harmonia americana ( pax americana).

    Enquanto existiram dois blocos a América “conquistou o mundo” obrigatoriamente através da demonstração de que o seu sistema era superior ao outro, valores como a liberdade individual, a iniciativa individual, a capacidade do individuo enriquecer com facilidade, o modo de vida americano, o sonho americano e a cultura americana, o rock, a musica pop e os filmes de Hollywood tornaram a América poderosa, todo mundo comia hambúrgueres, bebia coca-cola, ouvia rock e adorava o Rocky Balboa.
    Só que entretanto colapsou a URSS e a necessidade de utilizar o Soft power acabou e as verdadeiras garras e intenções tornaram-se visíveis.
    O que se seguiu foi a implementação de uma política de expansão belicista, de domínio imperialista com objectivo de concretizar a sua harmonia unipolar.

    Halford John Mackinder – The Hartland theory – Quem controlar a Europa de leste e a Asia central controla o mundo.
    Zbigniew brezinski –The grand chessboard – Americam primacy and its geopolitics imperatives. – A America terá de cuidar para ser o ultimo império, para garantir que nenhum outro sucederá.

    Continua...

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    1. Aprofundas o tema
      temo que só eu te acompanhe
      (quem isto ler que me desminta)

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  6. Como universalidade requer… universalidade, nenhuma nação pode ter a capacidade de rivalizar ou representar oposição substancial ao império, as únicas nações que podem resistir a esta harmonia unipolar são a Rússia
    e a China, daí a continua expansão da Nato e tentativa de incluir a Ucrânia na organização, daí a tentativa de
    destruir a Rússia e dividi-la em dezenas de estados mais pequenos e controláveis.
    Notar que a Rússia tomou diligências para integrar a união europeia e não deixaram porque implicava ser o maior país da união, o mais poderoso e depois impossível de eliminar, o mesmo em relação á Nato, a Rússia propôs entrar para a Nato e recusaram pelas mesmas razões.
    Por isso a realidade a que assistimos é uma batalha civilizacional mas especificamente para a Rússia que se perder desaparece do mapa tal como a conhecemos enquanto o outro lado perde o império mas continua como nação.
    Relembrar que Putin disse:” Para que nós queremos um mundo se a Rússia não existir nele.”
    A China que também é uma nação civilizacional e sabe que está na lista dos inimigos a derrotar ainda não tem capacidade de fazer frente ao unipoder militarmente, economicamente sim.
    Como o derradeiro poder é o exercício da violência, a Rússia preparou-se para isso, o império cometeu o erro de estrategicamente deixar unir o único poder militar e o único poder económico que lhe podia fazer frente.
    A Rússia e a China em aliança tem todos os recursos necessários para terminar com esta globalização capitalista/corporativa/Judeo-cristã.
    Notar que o Papa esteve presente na cimeira da paz na Suíça.

    O ocidente já perdeu, a Europa será o maior perdedor, o projecto de harmonia unipolar terminou, resta saber se perde só a civilização Ocidental ou se perde toda a civilização, de qualquer forma a espécie humana continuará.

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    1. Bom texto.
      "Deus nos livre" como se costuma dizer, se o ocidente ganhar a guerra.

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    2. Ia a dizer que subscrevo o comentário do Luis, mas contenho-me a tempo... atendendo aos poderes militares em jogo, numa generalização da guerra não haverá vencedores!

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  7. Retornando depois de um tempinho bom, Rogério
    E ,passando na sua casa só para te deixar um abraço
    porque ainda estou naquela preguiça de dias e dias sem bater
    nessas teclas ...Vou dar um passeio por aqui e ler algo mais poético
    que esse seu 'traço fino'.
    Beijinhos , amigo

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    1. Não é fácil ser-se lírico
      Quando a guerra nos ameaça
      Mas respeitarei o teu pedido
      Publicarei poema com graça

      Beijinho, amiga

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  8. Leio sempre tudo aquilo que o horizonte escreve.
    Não concordo com tudo, mas achei piada ele mencionar HEGEL.
    Estudar as divergências entre Marx e Hegel é algo empolgante.

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    1. Divertida e empolgada
      que não te falte nada

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    2. Teresa Palmira Hoffbauer19 de junho de 2024 às 02:21

      Quando digo que ler as divergências entre Marx e HEGEL é algo empolgante, significa que causa viva impressão no ânimo; que domina e assoberba o espírito.
      Quando tu usas o adjetivo „divertido“, então a tua cabeça só serve para usar chapéu 🎩 ou é o sol a fazer das suas 🥹

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    3. Cito palavras tuas: "achei piada ele mencionar HEGEL"
      Se retirares que achaste piada
      Eu retiro
      o adjetivo

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