"Como escreveu Óscar Lopes: «Só se pode ver Camões e todas as suas condignas dimensões humanas se colocarmos a sua obra na perspectiva de vários séculos de luta, quer do povo português, quer de muitos outros povos, contra a exploração feudal, capitalista e capitalista-imperialista, luta pela autodeterminação real, inclusivamente económica e cultural, do povo português e de todos os povos que com ele podem hoje livremente dar-se as mãos, num combate que continua, e agora inequivocamente em comum».
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Artista de grande dimensão, não protegido pelo poder, marginalizado pelos poderosos e privilegiados do seu tempo, Camões é um poeta do povo e da pátria portuguesa – pelo modo como reflectiu um acontecimento histórico, os descobrimentos geográficos, e como desenvolveu e apurou as capacidades da língua portuguesa, tendo sido um criador de palavras e arranjos sintácticos.
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Ligado ao pensamento progressista português do seu tempo, Camões traduz na sua obra um pensamento de tipo dialéctico – de que é exemplo o soneto «Todo o mundo é composto de mudança / Tomando sempre novas qualidades» – a crítica da injustiça – «Vê que aqueles que devem à pobreza/Amor divino, e ao povo, caridade,/ Amam somente mandos e riqueza,/ Simulando justiça e integridade./ De feia tirania e de aspereza/Fazem direito e vã severidade;/ Leis em favor do Rei se estabelecem;/As em favor do povo só perecem.» (Lusíadas, Canto IX, estrofe 28) - a par da evidência do período de descoberta e do saber de experiência feito.
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«Camões não é a voz da reacção e do colonialismo. Camões é a voz do nosso povo, dos Lusíadas, a voz da insubmissão ante os privilégios, a voz do progresso social e científico, a voz da nação portuguesa, num elevado sentido humanista»"
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Apesar de estar novamente silenciada por motivos de saúde , não poderia ficar em muda diante da tua publicação de hoje, Rogério, sobretudo porque, tal como tu, acredito que nenhuma outra ideologia o tocaria tão profundamente quanto a que nós professamos.
ResponderEliminarSei que estás a trabalhar desde que me trouxeste do hospital e me deixaste à porta de casa, enquanto eu nada faço além de escrever sonetos, décimas e quadras... e cada vez mais raramente, que nem a saúde, nem a medicação me estão a facilitar a produção poética e o corpo, esse, sabes bem como está debilitado.
Camões nunca serei, mas vou humildemente tentando amassar o mesmo barro que ele amassou , embora hoje não me sinta capaz de aqui te deixar um soneto ou uma quadrazita que seja...
Talvez amanhã acorde um pouco menos exausta.
Um abraço apertado!
Querida "avó" estamos de acordo...
EliminarQuanto ao trabalho, deu para tudo
Abraço e as tuas melhoras
Então, como é que é?
ResponderEliminarVenho por mor da Desgarrada e não vejo cá nada?
Aproveito e ensejo para desejar as melhoras da Maria João, que segundo ela disse levaste ao hospital e não se sente bem. Isso da falta de foça tb me anda a afectar, e o tempo incerto, ora frio ora calor, não ajuda nada.
Um abraço e as melhoras de ambos.
Aguenta essa impaciência
EliminarA pressa é má conselheira
Daqui a nada terá V Exª
Desgarrada à nossa maneira
Não tarda nada
Abraço rápido