30 junho, 2024

E A PURGA CONTINUA!...


Ontem, a Teresa num seu comentário escrevia "As pessoas actualmente não querem salvar o mundo. A imprensa sabe disso e desfaz-se de jornalistas que ainda não compreenderam isso. Carmo Afonso não foi a única a ser despedida." 
Mesmo, que em rigor, não se trate de jornalistas, ela escreve certo, pois a purga continua.
Mas exactamente por isso, também tem de continuar a luta. 
E a propósito...  transcrevo de um sítio onde sempre vou e leio:

"Eles, até há pouco tempo, pareciam querer simular pluralismo, livre opinião, diversidade. Assim, aceitavam, quais cisnes num lago de jacarés, jornalistas, comentadores e colaboradores, aqui e ali, em doses espartanas, mas ainda assim visíveis. Carmo Afonso no Público, Bernardino Soares na CNN – para referir os mais recentes excluídos -, e uns poucos mais, publicados, lidos, vistos e ouvidos em doses homeopáticas.

No geral, o que abunda pelos órgãos de comunicação social são os obedientes à voz do dono. Que, muitas vezes, à custa da sua vontade de obedecer a quem lhes dá corda – por puro interesse ou por entusiástica convicção – são tão servis que os seus textos, comentários, intervenções em painéis sortidos, não só se empobrecem intelectualmente como se tornam desinteressantes e pouco úteis aos que pensam fazer o favor.  A sua pouca adesão à verdade e aos factos torna-os inúteis. Mas eles perseveram e continua a haver quem, apesar do acentuada decadência dos jornais com pretensões de “referência” – e sucesso dos tabloides – parece valer-lhes a pena. Com prejuízos e tudo.

A situação convoca uma premissa incontornável: a maioria dos leitores de jornais a sério tem o defeito de ser exigente. Logo, perante a perda de qualidade – e de decência, sejamos claros – de que padece a maioria, se não a totalidade, dos jornais portugueses, os leitores afastam-se deles. 

Depois, ouvimos as queixas e as perguntas como que dirigidas à divindade: “porquê, leitores, porque nos abandonastes”? Eu respondo: cada vez há menos razões para se comprar jornais – de papel ou online. E agora, com a exclusão – gostaram do eufemismo? – de Carmo Afonso, menos razões há, no caso do Público.

Todos nós conhecemos a experiência de, ao longo dos anos – estou a falar, sobretudo, a gente de uma “certa idade” – estimar especialmente esta ou aquela página, coluna, colaborador dos jornais que comprava. Tal chegava a determinar o modo como geríamos a sua leitura. Ora lendo imediatamente os nossos preferidos, ora deixando-os para o fim como uma apetecida sobremesa. Por mim, não mais. A indigência do que enche as páginas dos jornais, a compreensão das meias verdades -que são sempre uma mentira completa -, a manipulação e os truques subliminares mais básicos, deixam-nos a sensação de que nos desrespeitam, que nos ofendem a inteligência sem pudor e sem consciência - penduraram a consciência.

6 comentários:

  1. Teresa Palmira Hoffbauer30 de junho de 2024 às 23:08

    “Sim, a purga está em andamento. Já nem sequer se preocupam em manter as aparências. Como sabem aqueles que seguem este blog, quer Carmo Afonso quer Bernardino Soares tiveram os seus textos variadas vezes publicados na Estátua. Mas a censura está aí e agora foram os dois “abatidos”, a primeira do Público e o segundo da CNN. O horizonte é negro. Mas enquanto tivermos voz, a Estátua sempre pugnará pela Liberdade.”

    Estátua de Sal, 30/06/2024)


    O horizonte francês é muitíssimo mais negro, digo eu‼️

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    1. Rogério V. Pereira1 de julho de 2024 às 16:43

      Se fosse apenas o francês...

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  2. A França faz-nos tremer!
    Como só leio as capas dos jornais não tenho dado pela purga!
    Tenho que ficar mais atenta.

    Abraço

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    1. Rogério V. Pereira1 de julho de 2024 às 16:45

      Basta que fiques atenta às consequências, ao que eu escrevo e ao que a Estátua vais escrevendo...

      Jornais?
      Nunca mais!

      Abraço esperançoso

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  3. Vou comentar de novo dado que o meu comentário desapareceu.

    Já estamos na resistência.

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  4. É só jornalixo.
    Já só vejo as noticias para saber que mentiras andam a dizer.
    É vergonhoso.

    Abraço

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