27 novembro, 2016

Fidel, Havana, outras cidades sitiadas e as tais liberdades tão badaladas

Hoje, chamaram-me a atenção para o facto de Fidel de Castro não ter uma única estátua onde apareça isolado. "Sabes?, ele apenas integra, em colectivo, um monumento à revolução e ao socialismo!"
Entendendo tal reparo como aviso para que não entre eu num culto de personalidade que ele enjeitaria, falo da sua obra e de como como resistiu Cuba enquanto outras cidades administradas pela potência sitiante vão definhando...

Deixemos de parte as cidades burras pois em matéria  de Educação sabemos que o ranking não é relevante já que a burrice ianque é paradigmática e seria ofensivo comparar o quer que seja, neste domínio, à escolaridade do povo cubano. Deixemos então de parte isso e concentre-mo-nos nas cidades-gueto, aquelas por onde paira a tal liberdade de que tanto se fala. 
Não, não estou a comparar capitalismo com socialismo. Só estou a apontar que Cuba foi resistindo e o Michigan não. 

O Michigan e não só...

14 comentários:

  1. A história o absolverá?
    Poderia, de início, ter tido uma ideologia magnânime – passo a expressão , mas tornou-se num ditador que, tal como todos os ditadores, foi responsável pelo abuso aos direitos humanos, que suprimiu a liberdade de imprensa e de expressão e que mandou matar milhares de opositores. Quem consegue visitar a periferia dos resorts, vê pobreza. Milhões de cubanos conseguiram sair de Cuba. E fico por aqui...

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    1. Catarina, a história não absolve ninguém e não há ideologia magnânimes...
      sobre os abusos aos direitos humanos e sobre a supressão das liberdades não comento, são questões que brigam com as agências noticiosas...

      Apenas duas notas:

      - A UNICEF elogia e destaca a posição de Cuba por registar que não há, nesse país, crianças subnutridas, nem sem escolaridade ("a seguir ao pão a educação", lembra-se?)

      - Cuba tem, a "pegada ecológica" certa. Numa altura em que o Mundo se inquieta... é obra!

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    2. ...é curioso, não lhe falei dos milhões de americanos expulsos de dezenas e dezenas de cidades que são referidas nos vídeos...

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  2. Não comentei sobre os americanos nem sobre as cidades americanas. Nem quis fazer comparações. Preferi focar apenas em Fidel de Castro.
    Para se dar prioridade à educação e à saúde, não é necessário ser-se opressor.
    Quando Obama enviou os seus sentimentos à família Castro, deveria tb ter mencionado as famílias daqueles que foram mortos pelo seu regime. Mas compreendo o factor diplomacia...
    Apesar desta minha opinião sobre Fidel de Castro, não aprovo a celebração que os cubanos estão a fazer em “Little Havana” em Miami.

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    1. Pronto, entendo
      A Catarina, personaliza
      e eu comento a obra

      E, já agora
      faltou-me uma terceira nota
      - que tal o Serviço Nacional de Saúde cubano?

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    2. Duas das minhas amigas que já foram a Cuba (eu ainda não fui porque membros da minha família me disseram que os buffets não são tão bons nem variados como na República Dominicana ... e eu vou pela praia e pelo buffet!! : ) ... tiveram experiências diferentes quando tiveram problemas de saúde enquanto estavam lá a passar férias: uma foi muito bem atendida e gostou dos serviços hospitalares a outra nem por isso. Estas duas experiências não representam os serviços de saúde; pelo que entendo também praticam a medicina preventiva com a qual concordo em absoluto. Acredito que muito tenha sido feito nesta área; não discuto. Uma amiga minha em Portugal, médica, já trabalhou com médicos cubanos e segundo me disse – se a memória não me falha – estavam muito bem preparados. O sistema de saúde no Canadá também serve de exemplo a muitos países, mas nunca tivemos um ditador; sempre gozamos de liberdade de ação e de expressão.

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    3. Transcrevo, da wikipédia (e depois imagine se em vez de Cuba fosse o Canadá)

      «O embargo dos Estados Unidos a Cuba (descrito em Cuba como el bloqueo, termo em castelhano que, conforme as traduções oficiais em português, significa "embargo") é um embargo econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos que se iniciou em Outubro de 1960, como resposta do governo americano às expropriações das propriedades de cidadãos e companhias americanas na ilha, levadas a cabo pelo ainda incipiente governo revolucionário cubano.»

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    4. Sei que escrevi um comentário relativamente a este seu último, mas não aparece; provavelmente, pensei que o enviei e não o fiz.
      : )

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  3. Ontem entrei li, vi os links, e saí sem comentar. Deve entender porquê. Quando não se conhece, nem se está dentro do assunto apresentado, o melhor é ficar calado para não dizer asneiras. Não gosto de ditaduras. Venham da esquerda ou da direita. Penso que já disse isto no post anterior. Nos anos sessenta, apaixonei-me (ideologicamente falando) por Fidel, Cuba, Che. Eles representavam um sonho revolucionário, um sacudir a pata do opressor.
    Bom, nunca fui a Cuba, nunca soube mais de Cuba do que aquilo que a imprensa, ou algum amigo que visitava me dizia. E embora divergissem em algumas coisas, a realidade é que Fidel se transformara num ditador.
    Porém, apesar de tudo, uma coisa diferencia este de outros ditadores. Ele nunca pôs de lado, duas coisas essenciais para o povo. A saúde e a educação. Ontem, estive a ouvir um jovem, que há anos se tornou famoso, porque fugia com a mãe para a América num barco que naufragou e foi o único sobrevivente. O pai em Cuba queria-o de volta, os tios na América não o deixavam ir. Acabou ganhando o pai e o menino então com seis anos regressou a Cuba. E foi interessante, ouvir este jovem. O carinho com que ele falou de Fidel. O que ele disse sobre Fidel, nas escolas, não se encaixa no perfil de um ditador. Fiquei a pensar, quem transformou o Fidel revolucionário dos anos sessenta, no Fidel ditador futuro. E pela primeira vez, pensei se Cuba teria resistido de outra forma.

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    1. Conheço essa história... quanto ao que transformou Fidel num ditador, tenho cá três palpites:
      - primeiro, imagino que só à força de uma ditadura, se tiram crianças da rua
      - segundo, imagino que só à força de uma ditadura se conseguem hospitais gratuitos, consultas de borla, medicamentos sem pagamentos e exames sem serem pagos... (tudo isso, aqui, é tendencialmente...pago)
      - terceiro, só à força de uma ditadura se consegue que o ensino obrigatório sem livro único e sem ser pago seja um sucesso reconhecido.

      Cuba teria resistido de outra forma, mas nunca desta!

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  4. Cuba foi e é um exemplo para o mundo, sobretudo dentro das circunstâncias adversas que sempre lhe foram impostas.

    Abraço!

    Maria João

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    1. Mandela disse isso quase da mesma forma...

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    2. Muito orgulhosa fico por, inconscientemente, ter citado Mandela!

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    3. Cuba. É e será sempre um grande exemplo para o Mundo....EU CONHEÇO CUBA.

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