Da esquerda para a direita: Eu, o Meu Contrário e a Minha Alma
Eu (virado para o Meu Contrário): Esta Mesa Redonda foi convocada por ti, meu juízo. Diz lá, por por que ajuízas ser o meu conto escusado?
Meu Contrário (muito sério e calmo): Tudo o que serve para pouco, podendo servir para muito, é um desperdício! (após um pequeno silêncio, prosseguiu). A ideia do conto é interessante, mas, mesmo tratando-se de ficção cientifica, não me parece que prenda alguém à leitura…
Eu (pensativo): És capaz de ter razão. Muitos foram os que vieram ler a sinopse e não voltaram. Houve quem voltasse para dizer ser um texto previsível...
Meu Contrário (como que encorajado): Pois! A narrativa das partes iniciais parece ter sido criada para justificar o final. Usas e abusas dos links obrigando a ir ver a outro lado o que devia ser integrado no que está a ser lido...
Minha Alma (interrompendo nesse preciso momento): De facto, se tivesses caracterizado logo que a classe dos "deprimidos" resulta da evolução da actual precarização do trabalho, tudo seria mais claro... e a passagem escondida é forte, vejam bem: «61,5% dos jovens trabalhadores têm vínculos precários. Este nível de precariedade, instabilidade e insegurança pressiona os salários para baixo.130 mil dos jovens desempregados inscritos nos centros de emprego não têm acesso a nenhuma prestação de desemprego, sendo os mais afectados pelos cortes nestas prestações. 2/3 dos jovens dos 18 aos 34 anos vivem em casa dos pais, consequência visível da perda de direitos, dos contratos a prazo, salários de miséria e desemprego».
Meu Contrário: Falas em "Oficio" sem explicar o que é isso...
Meu Contrário (muito sério e calmo): Tudo o que serve para pouco, podendo servir para muito, é um desperdício! (após um pequeno silêncio, prosseguiu). A ideia do conto é interessante, mas, mesmo tratando-se de ficção cientifica, não me parece que prenda alguém à leitura…
Eu (pensativo): És capaz de ter razão. Muitos foram os que vieram ler a sinopse e não voltaram. Houve quem voltasse para dizer ser um texto previsível...
Meu Contrário (como que encorajado): Pois! A narrativa das partes iniciais parece ter sido criada para justificar o final. Usas e abusas dos links obrigando a ir ver a outro lado o que devia ser integrado no que está a ser lido...
Minha Alma (interrompendo nesse preciso momento): De facto, se tivesses caracterizado logo que a classe dos "deprimidos" resulta da evolução da actual precarização do trabalho, tudo seria mais claro... e a passagem escondida é forte, vejam bem: «61,5% dos jovens trabalhadores têm vínculos precários. Este nível de precariedade, instabilidade e insegurança pressiona os salários para baixo.130 mil dos jovens desempregados inscritos nos centros de emprego não têm acesso a nenhuma prestação de desemprego, sendo os mais afectados pelos cortes nestas prestações. 2/3 dos jovens dos 18 aos 34 anos vivem em casa dos pais, consequência visível da perda de direitos, dos contratos a prazo, salários de miséria e desemprego».
Meu Contrário: Falas em "Oficio" sem explicar o que é isso...
Minha Alma: ...e naquela parte em que o jovem Rogério descobre ser neto dos teus netos deverias explicitar que essa era uma referência velada a Rómulo de Carvalho. E até devias ter citado: «Vivemos numa sociedade que se deixou envolver por um individualismo atroz que a si próprio se engana e que serve para enganar (ou distrair) os outros. E esses outros a outros ainda. Será por isso que um meu poeta dedicou aos "netos dos meus netos" as suas memórias? Talvez, pois não vejo nem nestas nem nas próximas gerações qualquer apetência ou mesmo aptidão para outras procuras que não seja essa vã tentativa de chegar à felicidade individual...»
Eu: Mas se escrevesse sobre tudo isso, escrevia um livro. Minha Alma e Meu Contrário (em coro): Então escreve!
Então escreva. Eu quero ler.
ResponderEliminarTal como a tua Alma, o teu Contrário e a Elvira Carvalho, digo;
ResponderEliminarEntão escreve!
Maria João
PS- Desde início compreendi a génese da tua classe dos "deprimidos". Ou muito me engano, ou deixaste isso bem definido...
Já sabe que pode contar comigo para ler o seu conto, portanto mãos-à-obra ! :)
ResponderEliminarUm beijinho
Qual dos três é a sua Alma? Eu inclino-me para o da direita...Tem ar de ser uma pessoa assertiva e escorreita...
ResponderEliminarVá, escreva lá.
Um livro apenas para uma vida tão cheia, é pouca coisa.
"As Almas Que Não Foram Fardadas" Vão-se fardar...e ao próximo, que nome lhe vai dar?
Fico à espera.
:)
Valeu o conto-alegoria, Rogério.
ResponderEliminarAté poderia ter edição em papel.
"O que faz falta..."
BFS.
...e já teria leitores
ResponderEliminarexactamente cinco
se chegar à meia-dúzia
escrevo e publico
Venham mais cinco
ResponderEliminarAbraço amigo