Soubesse eu desenhar um só som que fosse
Soubesse eu escrever entre claves de várias partituras
Palavras e quadras (1) alegres, graves, suaves ou duras
Que sob a forma de canção
Te desse deste dia toda a sua dimensão
De arco, balão, vestes antigas e com antigas lembranças
Desceram a avenida com marcação e sorrisos
Da Liberdade de que desceram esquecidos
de antes sonhadas e ansiadas esperanças
Soubesse eu desenhar um só som, que nos fosse querido
E escreveria, à memória dos meus mortos (2) um hino
Que lembrasse, também, um sermão esquecido (3)
Desse, que trás ao colo um menino
Povo tão afastado de si, bem levado se leva
Quem de alegria mascara a treva
(1) desgarrada (2) meus mortos (3) sermão esquecidoRogério Pereira
Gosto especialmente da ultima estrofe! Faz lembrar Camões - muito bonito.
ResponderEliminarBeijinhos antoninos...
Acabei de lhe responder ao seu comentário lá no meu sítio.
ResponderEliminarGosto do seu poema. Desenha muito bem o som, não um, mas todos.
E concordo com a Graça, fez-me lembrar, no último dístico, Camões.
Beijo
Laura
Obrigada, Santo António,
ResponderEliminarmas pelo sim e pelo não,
também pedi a victória
ao meu querido São João!!!
excelente - temos poeta!
ResponderEliminarabraço
gostei muito deste trabalho em poesia e fui ler os postes relacionados.
ResponderEliminardeixo um beij
:)
Meu amigo, pode não saber desenhar, mas escrever, SABE!
ResponderEliminarO povo anda tão esquecido!
Parabéns por este excelente post.
beijinhos
Tanto sabes que o fizeste lindamente.
ResponderEliminarQuanto mais pobre mais dança, mais se afasta da realidade porque nada mais o apoquenta do que o seu Clube e Fanfarra :(
A pedido mas sem jeito, aqui fica a "quadra"
Neste país de todos- os - Santos
Dança um Povo que por mais pobre
Pretende esconder os seus prantos
Seus anseios mais justos e nobres.
Beijiho
Eu fico-me com o sermão esperando sempre que o grande acabe por explodir com o fel que vive nele. Beijinhos
ResponderEliminarSe eu soubesse escrever música
ResponderEliminarFar-te-ia um acalanto
Entoaria as notas com ternura
Sempre para aplacar o teu pranto.
Depois de dormires na calma
Bejar-te-ia os cabelos
Sussurraria "bons sonhos,querido amigo"
E afastaria os pesadelos.
Um grande bj e bons sonhos.
Rogério boa noite!
ResponderEliminarMuito bom mesmo, o que seria então se soubesse escrever.
Beijinho,
Ana Martins
Excelente e lindo poema, quadras perfeitas que dão gosto reler.
ResponderEliminarOs meus parabens.
Manuel Aldeias
"Povo tão afastado de si, bem levado se leva
ResponderEliminarQuem de alegria mascara a treva"
Não sei! Esta parece-me uma alegria genuína, a que todo o "louco" tem direito.
E "de médico e de louco todos temos um pouco", não é assim?
Por outro lado, no verbo "mascarar" porque de máscara se trata, está implícita uma consciencia profunda da realidade que se vive. Quanto aos "sermões", nem sempre são acessíveis aos "peixes".
L.B.
Falta complementar:
ResponderEliminarPor outro lado, no verbo "mascarar" porque de máscara se trata, está implícita uma consciencia profunda da realidade que se vive.
SERÁ QUE ELA EXISTE?
Lídia
Sobre aquilo de ontem, já consegui transformar a minha sombra em côr... não sei bem como o fiz... mas está feito lol
ResponderEliminarBjos