«Poderemos designar este período como Os Anos Pavlov da Europa.É um belíssimo nome.Ou talvez melhor A DÉCADA PAVLOV da EUROPA.A questão é esta: em vez de colocares um único cão a salivar sem alimento à sua frente, só por causa do toque da campainha… condicionamento clássico…colocas milhões com medo também só com o toque da campainha.- Mas pode um continente comportar-se como um cão?- Pode.»Gonçalo M. Tavares, de um texto editado na imprensa grega«Clístenes, um aristocrata da época, liderou várias reformas em Atenas, e ao invés de ficar ao lado dos tiranos, preferiu ficar ao lado do “povo” e se tornou soberano, precisamente no ano 507 a.C., sendo sensível com a pressão social que reivindicava participação nas decisões públicas e no poder. Não foi fácil Clístenes tomar o poder, a população teve que o tomar pela força...»Luciano Baptista, in "A Democracia Ateniense Clássica"
Soalheira, a manhã trouxera à esplanada uma frequência rara. Do outro lado, as professoras mantinham uma conversa agitada, sem que conseguisse perceber o tema da desavença. "Estão assim há tempo", dizia-me o velho engenheiro desfiando o bolo que ia dando ao rafeiro, que pela gulodice abanava a cauda e passeava a língua pelo focinho inteiro. "Com que então voltou a editar o Gonçalo, pensava que o tinha arrumado!" disse para me picar e iniciar a tertúlia. "Quem o arrumou foi o jornal, meu velho. Foi o jornal. Não sei se reparou, mas um redator batido ocupou-lhe o espaço. Veja..." e estendi-lhe o Noticias Magazine.
- Não posso crer... mas voltando ao que hoje escreveu, acho que nunca falou da Grécia!
- Até me assumi grego. Já fui Clístenes. Já fui Sólon... a eles se deve a Democracia. Hoje seriam militantes do KKE...
- KKE?
- É um partido. Se não o sabe localizar, deite-se lá a adivinhar: Clístenes, instituiu que o poder deve pertencer a um colectivo e que quem ameaça a Democracia deve ser condenado ao ostracismo, Sólon produziu lei que além de perdoar dívidas e as hipotecas que pesavam
sobre os pequenos agricultores, aboliu a escravatura por motivos de
dívida. Que tipo de partido defende hoje mais ou menos isso?
- Pois, entendi!, o Syriza tem a vitória assegurada? irá coligar-se com o Partido Comunista?, se for maioria absoluta, não precisa!
- Se o Syriza começa com essa aritmética... quem prescinde hoje de um Clístenes, de um Sólon?
- E ficam milhões com medo!
- Pode ser, vamos ver... a década de Pavlov na Europa está posta à prova.
- Basta uma pequena campainha, e a Europa ensaliva!
- Baba-se, não sei se de medo se de raiva!
Esperemos que não nos desiludam. Que nos sirvam de exemplo, os Gregos!
ResponderEliminar(gosto muito do novo header)
Beijinhos, Rogério! :)
Que pelo menos seja um pauzinho na engrenagem
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ResponderEliminarDeveria ter comentado ontem. Hoje não sei, não sei...
Lídia
Vamos ver se os raivosos não os vão tramar....A Bardamerka não gosta de perder...
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