OS "CONTOS PARA SEREM CONTADOS" CHEGARAM AOS FADOS...
A convite da ASSOCIAÇÃO CULTURAL "PATRIARCA DO FADO" - ALFREDO MARCENEIRO a nossa Associação esteve presente. Entre, canções, fados e guitarradas houve um espaço para que um continho fosse contado e oferecido um livrinho aos muitos avós presentes.
Ao neto do Patriarca, o Vitor Duarte Marceneiro e à sua simpática companheira Piedade deixamos aqui o nosso abraço e agradecimento.
Quando, não há muito, dava conta do surgimento de nova humanidade ir mudar o Mundo baseando tal notícia num facto, por mim contado, e em milhões repetido, sustentava-a num Estudo realizado que dava a evidência científica, podendo-se ler no
relatório distribuído à imprensa: «Das duas pupilas dos novos seres, a
mais pequenina, apresenta uma espécie de nervo óptico que liga o olho
ao coração. Assim, é provável que estejamos em presença de uma nova
humanidade, e esta possa estar mais apetrechada para lidar com
adversidade ou até a anular. Só nos resta esperar».
(A PROPÓSITO DOS COMENTÁRIOS QUE ONTEM ME DEIXARAM, REEDITO)
Surge agora o desmentido: o Mundo não só perdeu tal capacidade de passar a ver com o coração, como cegou. Hoje todos podem continuar a olhar, mas perderam a faculdade de poder ver.
A errata
Onde se lia "Mudar o Mundo não custa muito, leva é tempo", deve passar-se a ler "Mudar o Mundo custa muito e é imensurável o tempo que pode levar"
Onde se lia "O futebol é tão só e apenas a coisa mais importante de entre as coisas pouco importantes com que nos devemos preocupar", deve passar-se a ler "O futebol é mesmo a coisa mais importante com que nos devemos preocupar"
Onde se lia "Não precisamos apenas de palavras dirigidas à alma, que nos arrepiem a pele, que nos emocionem. Precisamos de palavras-adubo, palavras-semente e sobretudo de ideias", deve passar-se a ler, "Precisamos apenas de palavras dirigidas à alma, as dirigidas à razão não contam para nada"
PS: Se disserem que este post é pessimista, eu nego! É só mais um apelo à reflexão e não um deitar a toalha ao chão...
Ao ver o trabalho do Fernando Campos, ocorreu-me aquela minha frase batida "O futebol é, tão só e apenas, a coisa mais importante de entre todas aquelas que não têm importância nenhuma"
A verdadeira solidão não deve ser confundida pelos curtos momentos que por vezes nos atormentam e que de pronto ultrapassamos... a verdadeira solidão é uma opção, que resulta da desistência da luta. É um estado de espírito de um vencido. É um refugio... a que muitos pregam culto.
Quando vi, foto tão plena de ternura, disse de mim para mim: "É agora". E foi. Mandei pelo Messenger uma mensagem à Odete (que frequentemente me comenta) a pedir o contacto do Nuno. Liguei-lhe a marcar encontro e ele sugeriu um almoço. Um almoço. Um almoço na Associação 25 de Abril.
À hora aprazada lá se deu o encontro, com um prolongado e apertado abraço Ao nos separar-mos olha-mo-nos e, certamente, cada um terá pensado, "passados tantos anos, temos a mesma jovial expressão" e sentámo-nos um frente ao outro. E a conversa começou por aí "há quantas dezenas de anos que não nos vemos?" e continuámos a conversa tentando situar a ocasião e concluímos ser à cerca de sessenta. Sim, 60, teríamos ambos 17 ou 18 anos...
O jantar foi servido e fomos em busca da memória. Ele, militar de Abril, reportou a evolução da família, e eu a evolução da minha e falámos um pouco de tudo o que fizemos na vida até chegar a altura de lhe falar das prendas, dois livros de que sou autor.
Uma, dedicada ao capitão de Abril, sobre as minhas memórias de angústias, afetos e medos, da minha passagem pela guerra colonial e que teve a sua apresentação numa sala apinhada;
A outra, dedicada aos avós, Odete e Nuno, numa sessão em Braga, que conta com a minha virtual presença.
«Aconteceu hoje, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga.
Foi uma “Hora do Conto” muito especial. E tudo porque o público era muito especial. Imaginem: os maiores e os menores, que bem podiam ser avós e netos, todos à descoberta de um mesmo livro – “Contos Para Serem Contados” de Rogério V Pereira, com ilustrações de Sílvia Mota Lopes. Tal como o autor definiu, no final da sessão, todos puderam levar o livro para ler e contar as histórias aos mais velhos ou aos mais novos, lá em casa. Foi um momento muito enriquecedor e gratificante para mim que, hoje, fui a “contadora”.»
Lídia Borges
Ao ler isto na página do Facebook nem
imaginam o misto que me vai na alma. Misto de satisfação e tristeza.
Satisfação por a Olívia Marques assumir a tarefa e ter contado um conto a
uma sala cheia. Tristeza, por não poder ter estado presente, a não ser em modo virtual, assim:
Prometi à
Sílvia Mota Lopes propor a "quem sabe da poda", não só porque é escritor consagrado, mas também crítico literário, que fizesse uma apreciação a este livro, "Túnica Íntima". Falei agora mesmo com ele (Domingos Lobo) e obtive a confirmação de o ir fazer numa das revistas literárias para onde colabora regularmente, mas onde só terá espaço em janeiro... Resolvi, então, não esperar tanto tempo e aproveitar os comentários da Olívia Marques para avançar com os seu comentários, que subscrevo. Escreveu ela:
«A meio caminho, entre a cabeça e o coração, há um lugar de liberdade privilegiada onde foram agrupados os poemas em pequeno formato (2 ou 3 versos, na sua maioria). Nesse espaço de sombra onde as «palavras pernoitam em avolumadas hastes sonâmbulas» (pag. 14) é dada ao leitor autonomia bastante para fazer significar as palavras, segundo o seu modo próprio de ler/ver. A interferência da voz textual é mínima já que esta dá primazia à sugestão em detrimento da afirmação.
Depois há o coração (uma pintura da autora) onde a fisiologia, veias e artérias, a mágoa, a fantasia, a inquietação, se entrelaçam para dar existência aos afetos que são, no meu entender, a “alma” deste conjunto de poemas. Temos a comprová-lo, não só a dedicatória: «Ao meu pai» como também diversas referências à família - à mãe à avó, etc...
No extremo oposto, fica o pensamento representado, nas imagens, pela cabeça – rostos, olhos, expressões, cabelos em simbiose com elementos da Natureza dialogam, à primeira vista, de forma harmoniosa. Destes diálogos despontam fragmentos de memórias, reminiscência quase sempre a partir dos verbos “lembrar/recordar”, cf. se pode ver nestas e noutras passagens, ao longo do livro:
“Lembro-me do frio miudinho / da sombra e do silêncio […] / a minha mãe aquecia-me os pés[…]”
“Lembro-me do colchão, do berço, do cubículo/e ali dormia/para não sentir o seu tamanho.”
“Lembro-me das árvores carregadas de pássaros /que rebentavam em cânticos.”
“Lembro-me da sala em festa, da fotografia da família num álbum/que não abro há algum tempo.”
“Recordo as árvores e vou inventando outras…”
[…]
Tudo isto, e não só, podemos encontrar no livro – “Túnica Íntima” – de Sílvia Mota Lopes, onde a linguagem parece revolver-se constantemente na tentativa de abarcar a convulsão de sentires, emoções, medos e contradições a que todo o ser humano, com maior ou menor intensidade, está exposto.
Se recomendo?! Claro que sim!»
Lídia Borges
Tenho dito, ao longo do tempo, que me sinto saraguiano, até ao tutano. Desde fazer referência a meras circunstância da vida, até à promoção militante da sua obra.
Quanto às circunstâncias de vida, já referi termos ambos sido criados em casa de hóspedes (ambas as nossa famílias vivemos num quarto), termos morado na mesma rua (Rua Carrilho Videira), termos frequentado a mesma escola (Escola Industrial Afonso Domingues) e termos ambos tirado o mesmo curso (Serralheiro Mecânico).
Conta outra lenda (que agora mesmo inventei)
que foi neste dia feita rica oferenda, a Baco, Deus verdadeiro. (como verdadeiros são todos os deuses)
A oferenda reunia um vinho divinal e um cesto de bela, doce e fresca fruta.
Tomou o gosto ao vinho e procurou, procurou, procurou...
Não encontrou, no meio de tanta,
que desgraça tamanha,
nem um única castanha!
Ia morrendo de raiva, de ira, de susto!
E por ter tão fraco magusto decretou que ninguém mais nesta data bebesse vinho, nem bom nem mau, nem sequer surrapa.
Seus súbditos e outros seguidores da fé
tementes a Baco, inventaram bebida estranha que dá pelo nome: "Água-pé"
Tema da redacção: O OGE agora explicado por um convidado
A stora reconhecendo que a aula dada tinha sido toda uma grande baralhada e que a explicação dada tendo a única coisa a ficar clara tinha sido o facto do dinheiro todo a ir para o mesmo lado mas que para entender isso a aula nem teria sido necessária bastando olhar para a cara das pessoas à saída do supermercado e medir o tamanho da fila para fazer a raspadinha na esperança de lhes sair qualquer coisinha que lhes permita compor o pouco que levam no saco.
Foi então esta aula dada por um convidado um senhor bem-apessoado que com voz monocórdica levou o tempo todo a dizer o que a stora já tinha dito e a explicar tim-por-tim aquilo que não tem explicação e que em vez de bata usava gravata e quando tocou para o intervalo calou-se então pois de pronto a turma se levantou e deixou o perito a falar sozinho.
Quando for crescido e vier a ser eu o convidado antes de falar do tema falarei do sistema que em termos de impedimento da justa distribuição da riqueza este orçamento é um excelente instrumento.
Minha Ansiedade (com tremura na voz) - É curioso que quando o urologista, na consulta da semana passada lhe disse que o cancro tinha ido à vida e era passado, pensava que ele me despedira com justa causa..
Minha Angústia (com convicção) - Sabes bem que porque tu e eu nos aliámos e, por causa mais profunda lhe de-mos cabo do juízo. Perder a companheira não algo que passe logo à primeira! O estado do Mundo e o contexto político, também não ajudam nada...
Minha Ansiedade (lembrando Jerónimo) - Essas coisas, a um militante como ele, pesa menos do que pensas... aliás, o Partido dispensou-o do Secretariado, do Executivo e também da coordenação da Freguesia...
Meu Ânimo (entrando em cena) - Que raio vem a ser essa conversa? Vou dar cabo de vocês em menos de um fósforo.
(não está a ser assim tão rápido, mas não há dúvida, estou mesmo saindo da depressão)
Há três dias atrás, Mia Couto, que tem vindo a ocupar com frequência o meu espaço, fez publicar um texto no Expresso, depressa replicado por tudo o que é lado. Ia eu trazê-lo aqui, mas limito-me a chamar a vossa atenção para a sua leitura. É que me veio à memória um impressionante discurso que pelo seu conteúdo e atualidade passei a dar-lhe prioridade.
Sobre a substituição de Jerónimo de Sousa como Secretário-Geral do PCP
5 Novembro 2022
Jerónimo
de Sousa, Secretário-Geral do PCP, no prosseguimento de uma avaliação
própria, reflectindo sobre a sua situação de saúde e as exigências
correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da
sua substituição nas funções que desempenha, mantendo-se como membro do
Comité Central do PCP. Destaca-se, neste momento, a grande dedicação e
empenho com que assumiu estas elevadas responsabilidades, por um longo
período, exemplo de compromisso com o ideal e projecto do PCP, ao
serviço dos trabalhadores, do povo e do País, da paz, da amizade e
solidariedade entre os povos, bem como a disposição de prosseguir a sua
acção militante.
No
seguimento da questão colocada, que se compreende face à situação
concreta, e concluída a devida auscultação, o Comité Central do PCP terá
uma reunião no próximo sábado, 12 de Novembro, após o primeiro dia dos
trabalhos da Conferência
Nacional
«Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas
exigências», em que será feita a proposta da eleição de Paulo Raimundo
para Secretário-Geral do PCP.
Paulo
Raimundo é de uma geração mais jovem, com um percurso de vida marcado
por uma experiência diversificada, com capacidade, inserção no
colectivo, preparado para uma responsabilidade que associa a dimensão
pública à ligação, contacto e identificação com os trabalhadores e as
massas populares e com o Partido, as suas organizações e militantes.
O
PCP, no quadro do seu funcionamento colectivo, com as responsabilidades
individuais que lhe são inerentes, dotado das conclusões da Conferência
Nacional, prosseguirá e intensificará a sua acção, afirmando a sua
identidade e o seu
compromisso com os trabalhadores, o povo e o País.
Relacionado
Paulo Raimundo – Biografia Sobre a substituição de Jerónimo de Sousa como Secretário-Geral
E foi assim, num auditório pejado de avós e netos. Atuações cumprido o programa aqui anunciado e no fim, Olívia Matos, a Presidente da "Desenhando Sonhos" a entregar livrinhos a toda a gente.
Não houve recolha de som, mas o conto foi contado tal qual como fora ensaiado pela Patrocínio Costa.
No ano passado e eu dizendo que em puto, fazia o que faziam os outros. "Pão, por.. Deus", pedia eu. E não pedia muito. Bastavam uns tantos doces e um rebuçado no fundo do saco e aí me detinha, sentado num qualquer degrau, com outros, a fazer partilha.
Depois de puto, ainda não muito crescidote, ficava a uma qualquer esquina, mãos nos bolsos, a roer-me de inveja observando os que, então, se entregavam à tradição. Foi assim, até deixar de ser assim. Palavra que não dei pela chegada do Halloween, primeiro em filmes e desenhos animados, depois em campanhas dos supermercados e, por fim, nas salas de aula, onde apenas alguns professores salvam a tradição e relembram cantilena chilreada pela catraiada:
“Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós.
Para dar aos finados
Qu’estão mortos, enterrados.
À porta da bela cruz
Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho.
Faz favor de s’alevantar
P’ra vir dar um tostãozinho”
E pronto, aqui chegado, saúdo o reposto feriado ao mesmo tempo que deploro e lamento quanto é injusta a memória quando é curta. É que este feriado foi-nos roubado e só nos foi devolvido por acção daquele tal partido... Não se lembra qual?