29 março, 2024

SEXTA-FEIRA SANTA E OS TANTOS, TANTOS QUE ESTÃO CONDENADOS A SEREM CRISTO


É incrível e mais que crime o que se passa hoje na Palestina onde, desde há meses, há muitos meses, milhões, depois da última ceia, nada têm que comer. Não estão condenados à cruz, mas ao sádico destino da metralha, das bombas... e já se vão ouvindo as últimas palavras de cristo, agora ecoadas em coro por todo um povo...

"ELI, ELI, LAMA AZAVTTANI?"

(Meu Deus, Meu Deus, Porque Me Abandonaste?)
A toada deste "Yesterday" é bela e conhecida mas a letra foi adaptada ao que hoje se passa.




 

28 março, 2024

QUINTA-FEIRA SANTA (Serviço é serviço e beijos são beijos... a propósito de trinta dinheiros)

(repescado de post há muito publicado)
 

Ao longo da nossa existência racional, que como sabemos é inferior à nossa idade biológica, sempre me interroguei sobre o porquê de uma traição ser apresentada sobre a forma e a expressão de um afecto. Judas beija Jesus, como sinal de que o traiu e de que traiu um colectivo. Nem mais, nem menos: um beijo. Nada de mais afectuoso.

Tivesse a história (e as escrituras) colocado o focos do odioso na transacção, nos trinta dinheiros e talvez o Mundo fosse diferente...
“Atrás de Judas estavam os que lhe deram dinheiro, para que Jesus fosse preso e atrás deste gesto estão os que fabricam e traficam armas, que querem o sangue e não a paz, querem a guerra e não a fraternidade”
“Aquele que comanda, para ser um bom chefe, esteja onde estiver, deve servir.”
Papa Francisco, durante durante outra quinta-feira santa

27 março, 2024

EM DIA MUNDIAL DO TEATRO FUI... FAZER AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO


Fui ao teatro, ver uma peça engraçada encenada por quem encenará a por mim escrita. O elenco não sei se será o mesmo mas este passou na minha avaliação do desempenho... e de quem falo? Procurem aqui, pois vale a pena conhecerem...
Se aplaudi? Claro, como não!?

26 março, 2024

ENQUANTO ELE SE SENTE ROGÉRIO, EU SINTO-ME CHARRAZ


"O mundo muda sempre quando os homens sonham com a liberdade" 

Com letra de José Fialho Gouveia e música de Rogério Charraz, que junta a sua voz às de Joana Alegre e João Afonso, esta canção conta a história de Francisco Sousa Mendes.
 
Neto do cônsul Aristides Sousa Mendes, fez parte da coluna de Salgueiro Maia que partiu de Santarém para libertar o país do jugo de um regime que o seu avô afrontara trinta anos antes.

25 março, 2024

E É ENTÃO QUE A INOCÊNCIA É SALVA PELO ANJO DE DEUS


"O primeiro espetáculo do Cirque Du Soleil, depois da recuperação financeira. Quase faliram por culpa da pandemia. Vejam a Dança do Pecado Original assim que a Eva e Adão comem a maçã do pecado, dada pela  serpente, o mal é despertado. No final a Inocência é salva pelo  Anjo de Deus. Um verdadeiro  espetáculo"

Esta a mensagem que Domingos Lobo me enviou a acompanhar este extraordinário video.
 

24 março, 2024

QUE MULHER É AQUELA?


Vivi anos, dezenas deles (mais de 50) rodeado de mulheres. A minha companheira, a mãe dela e três crianças. Crianças, depois jovens e, por fim, mulheres. 
Ao ouvir esta canção não pude deixar de a trazer para aqui...

22 março, 2024

GUERRA! MAS PARA O QUE É QUE ISSO SERVE?


Bruce foi bem intencionado ao compor a canção,
e canta que a guerra não serve para nada
mas... de boas intenções está o inferno cheio...
Se a guerra não servisse a industria de armamento

o mundo viveria em paz!

21 março, 2024

EM DIA MUNDIAL DA POESIA, A HOMENAGEM QUE FALTAVA


 POEMA INTRODUTÓRIO

O poema tem o travo
De um raminho de hortelã
Sobre o vermelho do cravo
Dos poetas de amanhã
Ele há portas, muitas portas
Por detrás de cada muro
E os poemas do futuro
Tombam como folhas mortas,
Ou fervilham nas retortas
De um poeta ainda obscuro
Cujo percurso foi duro,
Cujas mãos pendem absortas
Porque se fecham comportas
Onde deve abrir-se um furo...
Há, porém, o travo fresco
De um pé de manjericão
A dominar o grotesco
E a passar de mão em mão
Abram alas, abram alas
Que o poema quer passar;
Cansou-se de se curvar
Pr`a desviar-se das balas
Que vão fuzilando as falas
Dos versos que quer cantar,
Mas que não volta a calar
Porque há-de ressuscitá-las
Assim que todas as salas
Se abram pr`ó futuro entrar...
Tem o gosto das amoras,
Traz o sabor do que é novo,
Troca as voltas às demoras
E vem dar mais voz ao povo!
Maria João de Sousa
in "A CEIA DO POETA"

20 março, 2024

DIA MUNDIAL DA POESIA - CHEGOU-ME UM LIVRO BEM ENQUADRADO COM A CELEBRADA QUADRA


Ligou-me um número desconhecido e falou-me uma voz nunca ouvida perguntando se era eu. Afirmando ser, perguntou-me então se não recebera um livro dela. Percebendo que ela o enviara para a morada onde já não morava, depois de explicar a situação e muito lhe agradecer prometi-lhe fazer o que devia ser feito. 

 Hoje liguei-lhe eu... e li-lhe um poema seu:

O MAIS DIFÍCIL

O mais difícil 
hoje
não é sonhar
ainda que
o sonho
seja pérola negra
aprisionada
na ostra
do quotidiano

O mais difícil
hoje
é inventar a Vida
no espaço agónico
da sobrevivência 

Elvira Carvalho
       in A Cor dos Poemas, pag. 26

18 março, 2024

"O PÃO QUE SOBRA À RIQUEZA, DISTRIBUÍDO PELA RAZÃO, MATAVA A FOME À POBREZA E AINDA SOBRAVA PÃO"

O que a banca lucra, em cada minuto, é um susto!

O que o lucro da SONAE cresceu, até me estarreceu! E o do CONTINENTE até me deixou dormente!

E a moral disto tudo é que são taxados porque comem do mesmo tacho... 18,9%? É obra!

Vamos ver o que acontece, a partir de agora!



17 março, 2024

GOLPE DE ESTADO

Hà 45 anos, assalto à sede do PCP, em Famalicão (ver artigo)
 

Se o leitor não fez as contas saiba que a IL, o salazarismo snob, cresceu oito vezes, de um para oito deputados, em 2022, mantendo agora esse grupo: o salazarismo caceteiro, tão acarinhado pelos meios de intoxicação social levando em triunfo o trauliteiro da bola reconfigurado em picareta falante sob os sorrisos babados de oligarcas e especuladores domésticos e estrangeiros, cresceu doze vezes em 2022 e quadruplicou a sua representação no passado domingo, atingindo 48 deputados. 

 Entre eles vêem-se operacionais e herdeiros do banditismo de 1974 e 1975 que assassinaram democratas e destruíram bens e instalações de partidos democratas, principalmente do Partido Comunista Português, alvo principal da sua sanha e também inimigo a abater pela cáfila de comentadores e analistas, deuses infalíveis da opinião única que chocam com desvelo os ovos da besta fascista. Caceteiros, admiradores, amigos e seguidores dos envolvidos na vaga terrorista de 1974 e 1975 são agora respeitáveis «eleitos», «senhores deputados» que, por muito que haja juras de serem mantidos à margem dos círculos governamentais – diz o povo que quem mais jura mais mente – são figuras que nunca deixarão de se fazer convidadas em cada recanto por onde se move a renovada classe política. Além de integrarem a miríade de cenários políticos que a comunidade informativa, opinativa e censória vai obrar com fartura durante uma cegada que parecerá interminável.

(...)

Os exemplos recentes deste ramo essencial da estratégia golpista de inspiração fascista é o tratamento factualmente mentiroso e omisso das posições do PCP em relação ao problema ucraniano. A intoxicação mediática conseguiu o milagre de fazer crer que os comunistas portugueses estão ao lado do capitalismo oligárquico russo que, com a ajuda ocidental, arrasou a herança económica e social da União Soviética. Alcançar a quadratura do círculo é um feito só ao alcance dos que fazem da mentira, da censura, da liquidação do pluralismo e da liberdade de opinião o seu modo de vida. A defesa da paz na Ucrânia e em todo o mundo pelo PCP é interpretada como um apoio a Putin. Fazer do absurdo verdade é, desde sempre, uma trama do nazifascismo.

(...)

O PS, parte essencial do 25 de Novembro e da estratégia para apagar o país do mapa e de manter a maioria do povo em níveis de desenvolvimento muitas vezes indignos, vítima da política insultuosa e totalitária de Bruxelas, está prestes a tomar conhecimento de que a direita em bloco, falando já em revisão constitucional à sua revelia, não tenciona agradecer-lhe os serviços prestados.

Na comunicação social corporativa, entretanto, os socialistas começaram a perceber logo na noite eleitoral que a música vai tocar de maneira diferente daqui em diante. A agressividade de comentadores contra representantes do PS é um sinal que não deve ser negligenciado.

(...)

O cenário mudou completamente no domingo e o fascismo não é representado apenas pelos chegas e il’s; no interior do PSD, sem falar no CDS agora por ele engolido, acoitam-se um sem número de salazaristas que não hesitarão em dar a cara se o momento se proporcionar.

É preferível prevenir que remediar. O golpe foi dado, porém está longe de consolidado. Abril está aí e não é apenas uma efeméride, uma memória: é um instrumento. Nunca é cedo demais para resistir e para demonstrar ao fascismo, insuflado por ventos que sopram de feição, que a democracia, para o ser verdadeiramente, terá de ser antifascista.

É para restaurar essa realidade que os antifascistas devem estar disponíveis e prontos. Ainda vamos a tempo. Tornemos o próximo 25 de Abril inesquecível."

Ler tudo no AbrilAbril


16 março, 2024

BALANÇO QUE DÁ ESTÍMULO


 Recentemente fui inquietado por uma suposição, a do meu CONVERSA AVINAGRADA não servir para nada... Cheguei a pensar que a sua utilidade estava limitada às tertúlias tidas e havidas com quem me comentava. 72 já não seria pouco. Contudo, e fazendo o que nunca faço, consultei as estatísticas e... em média sou visto por 200 mirones... e, por vezes, quase chego aos 400!

Nada mau!

O CHEGA, O VOTO DE PROTESTO E... O RESTO - III (Fim, desta etapa)



Não posso encerrar esta etapa, onde procuro reflectir porque o Chega cresce à brava, sem falar do Alentejo pondo em evidência que as condições de desespero de quem trabalha no campo estará na base desse voto desesperado e de protesto. Oram pensem:

"A população ativa no setor primário no Alentejo sofreu uma diminuição evidente de década para década, nos anos 80 ainda 36,6% da população trabalhava no setor, passadas mais de 30 anos, o dados relativos aoprimeiro semestre de 2016 contabilizam no Alentejo apenas 7,7% de população ativa. O trabalho agrícola aparece nas estatísticas como predominantemente familiar e a tempo parcial, no entanto, o crescimento das empresas no setor e o aumento da sua produtividade, conduzem-nos a acreditar que o os números reais relativamente aos trabalhadores se encontram por descortinar. Principalmente no que se refere aos trabalho sazonal protagonizados por população imigrante, estima-se que o Alentejo recebe milhares de imigrantes em épocas sazonais, mas as estatísticas disponíveis são insuficientes para aprofundar esta questão."
in "Cidades e Campos [AT] Alentejo e Trabalho Agrícola ..."

"Sendo o Alentejo uma Região em processo rápido de desertificação, nomeadamente, desertificação humana, há que tentar travar esse processo, através de estratégias de fixação das suas populações. Para tal, e porque se trata de uma região essencialmente rural, é preciso, não só, desenvolver a sua agricultura, mas também, criar condições de vida ás populações agrícolas, para que uma parte significativa do seu rendimento possa ter origem em outras actividades ligadas, directa ou indirectamente, à agricultura e/ou em actividades fora do sector, desde que praticadas em meio rural. Mais concretamente, há que, se necessário, recorrer à pluriactividade."

 in Famílias agrícolas e desenvolvimento

“Eu acho isto muito natural porque, em 50 anos de democracia, há muita coisa com as quais as pessoas não estão contentes, com os governos, e querem mudar. Aconteceu que agora foi o Chega e as pessoas se calhar foram mais [votar] por uma demonstração de revolta. Depois também há muita gente nova, já não está associada a uma aldeia que é comunista. As coisas evoluem, umas vezes para bem, outras vezes para menos bem. Isto foi a vontade dos votantes e nós temos de respeitar, não há que ver de outra maneira”

14 março, 2024

O CHEGA, O VOTO DE PROTESTO E... O RESTO - II (continuação)

 O texto de ontem explicava (ou tentava explicar) que o Chega, chegou até onde chegou, porque nele votaram os desesperados, os desatinados e os descrentes de uma qualquer solução dentro do sistema. 

Este meu texto, sem se afastar de tal tese, trata do resto. Trata de uma questão que vai à memória do tempo e, quanto à profunda da alteração da composição social da classe trabalhadora, relembra a frase "Um País, sem siderurgia, é uma horta". É que se associava à produção do ferro e do aço a "responsabilidade de desempenhar funções de motor de um crescimento industrial que permitiria recuperar atrasos e construir um País industrializado e economicamente desenvolvido".

Caiu a Siderurgia, ruiu (quase) toda a industria e a economia é o que todos sentimos que está sendo. O País, não sendo uma horta (pois até perdemos os hortelãos) assemelha-se mais a um condomínio fechado onde o turismo se vai progressivamente instalando, bem servido pela precariedade de quem nesse sector trabalha.

Hoje a classe trabalhadora luta, e luta, e luta, mas a adversidade e a exploração radicam não só na própria estrutura da economia como também nos poderes instalados e nos comportamentos marginais que tendem a isolar a luta e a dissolver a solidariedade por parte de quem deixou de ser solidário.

Mas tudo isto não é novidade. Não sendo a cidade de Flint (EUA) um Seixal. Nem a SN uma General Motors. Nem Ventura um Trump. Reduzindo a escala, temos as mesmas causas produzindo os mesmos efeitos. Está tudo no filme "Roger and me". Ora veja-o:


13 março, 2024

O CHEGA, O VOTO DE PROTESTO E... O RESTO


 Os gráficos acima (constam de um estudo, cuja leitura recomendo) mostram várias coisas, nomeadamente: as variações da distribuição do emprego; de como  pesa a tercearização da economia com a deslocação do sector secundário (indústria) para o terciário (serviços); de como isso, sendo patente na Península de Setúbal, é dramático no Município do Seixal.

De facto, no Seixal, o emprego na industria é transferido em mais de 52% para os serviços. Não sou especialista em medicina no trabalho nem em sociologia para poder avaliar dos traumas e/ou os efeitos sociais de tão radical mudança operada nos operários da Siderurgia Nacional, na corticeira Mundet para só apenas citar as duas maiores empregadoras das tantas outras industrias encerradas...

Como referi, os gráficos dão as transferências entre sectores mas não mostram o que, entre os anos em análise, se passou com o desemprego. A imprensa, dá uma ideia ao referir que a pobreza ou exclusão social ameaça agora 2,1 milhões de portugueses e mais uma vez é oportuno voltar a referir a minha incapacidade para poder avaliar traumas e efeitos sociais de tão elevada ameaça...

Mas tal incapacidade não me impede de poder afirmar que é difícil, senão mesmo impossível, manter consciência de classe por parte de quem, afinal, a perdeu... 

Vem tudo isto a propósito da percepção (e explicação) sobre a "bombástica" votação no Chega se dever ao desespero, ao protesto, ao desatino...

E sobre o que se diz por aí de a votação no Chega se dever à transferência de votos do PCP veja-se, a não perder, o artigo publicado no Diário de Notícias de hoje, cito:
"No Distrito de Setúbal, o Chega ganhou quase 63 mil votos. A CDU perdeu cerca de 4700. De onde vieram os 58 mil votos a mais do Chega?
No Distrito de Évora, o Chega ganha 10 mil e 600 votos e a CDU perdeu 1723. Os quase nove mil votos de diferença também vieram do PCP? Como?!...
Em Beja o Chega ganhou 9663 votos e a CDU perdeu 872 e em Portalegre o Chega ganhou 8779 e a CDU perdeu 454. Houve pelo menos 17 116 votos que vieram de algum lado para o Chega e não foram do PCP."

continua aqui 

 

 

12 março, 2024

REDACÇÕES DO ROGÉRITO - 57 (COMO SERIA UM PAÍS FELÍZ)

Tema da redacção: descrever um País onde gostasse de viver

Hoje julgava eu que esta minha redacção me iria dar um trabalhão pois como sou pequenino e não conheço o mundo e nem iria ter imaginação para descrever um País como deve ser onde todos trabalhassem com gosto e com um sorriso estampado no rosto e que nem precisassem de ganhar muito dinheiro para poderem comprar o que lhes faz falta e que a escola não ficasse longe e o médico ficasse perto e que também que o divertimento e a cultura estivessem ao fim de cada rua ou na Praceta vizinha e ainda que os artistas pintores e cantores e poetas assim como os todos os autores e escritores tinham sempre a plateia cheia e que para o desporto e para a ginástica havia campos à brava...
Os trabalhos diversos e dispersos eram assegurados por trabalhadores esmerados que percorriam o país todo do Minho ao Algarve num bem decorado e alegre comboio de buzina bem timbrada que também transportava famílias inteiras e muita criançada.
Ficou afinal bem fácil descrever um País onde gostaria de viver pena é que só exista em formato de demonstração e vai ser necessário investir na luta diária para afinal passar de protótipo a formato real. 
Onde é? Quinta da Atalaia, lá no Seixal!

Rogérito


NOTA DO AUTOR: Pelo ocorrido no passado domingo, estamos cada vez mais longe de um País assim.



11 março, 2024

QUEM DETERMINOU OS RESULTADOS DE DEZ DE MARÇO? (AS INGENUIDADES DO PCP) - II

Ler artigo anterior


Se deixei dito que terão sido os comentadores de serviço a determinar os resultados, também não deixei de dizer que não terá sido o único factor. Os que aqui vou referir não são de somenos. Chamar-lhes ou qualifica--los de "ingenuidades" até pode ser desajustado... chame-se o que se quiser ao que a seguir vou dizer:
  • Sobre como vai o Mundo, com guerras por tudo o que é sítio, foi ingenuidade falar de Paz quando se pronunciou sobre a invasão da Ucrânia enquanto "todos" falavam em reforçar a Ucrânia com armamento*;
  • Sobre a composição social a que dirigiu as suas propostas, foi ingenuidade ignorar que, com a desindustrialização, a classe operária está reduzida a quase nada se comparando ao tempo da Siderurgia Nacional, da Mague, da Sorefame, da Equimetal, da Construtora Moderna, da Portucel, da Cimpor (entre outras da industria pesada) e, ainda, de todo o sector de construção e reparação naval onde de cerca de 26 mil trabalhadores hoje apenas por lá estão menos de 900. 
  • Sobre o aumento da pobreza, foi ingenuidade não se dirigir a mais 81 mil pessoas a viverem com menos de 591 euros mensais. E seria importante tê-lo feito pois a pobreza ou exclusão social ameaça agora 2,1 milhões de portugueses. E é desse universo que releva o que Marx identificava como lumpemproletariado o qual, por não ter consciência de classe, tende a assumir comportamentos de contestação pela contestação... 
* Se o Papa Francisco tivesse na altura dito o que hoje disse tinha-se o meu Partido livrado de tanta chatice 


QUEM DETERMINOU OS RESULTADOS DE DEZ DE MARÇO? (ESTA MINHA REFLEXÃO ATÉ METE IMPRESSÃO) - I


 Esta é uma primeira aproximação a uma profunda reflexão. Reflexão que vos proponho. Nesta (e haverão as que se lhe seguem) ponho em evidência uma linha de orientação já antiga e que tem provas dadas. Tais provas já eu antecipara quando, há uma semana atrás, citava texto assim:
"Nos últimos anos, a contabilização dos minutos televisivos dedicados aos principais dirigentes políticos feita pela Marktest mostra que o líder do partido da extrema-direita figurou quase sempre entre os mais favorecidos. Não explica tudo, nem todo o crescimento da extrema-direita em Portugal. Mas a verdade é que essa mediatização se vem somar aos de bots criados nas redes sociais e aos vídeos no Youtube da eficiente máquina de propaganda do Chega, paga pelos seus financiadores. O destaque dado a Ventura nas televisões não é o culpado disto tudo, mas certamente não é irrelevante."

Como já referi, a coisa já tem barbas, como pode ver pelas figuras, desses figurantes que por aí cassei e como neste outro texto se prova:

"As direcções de informação das televisões, no final de cada debate realizado no âmbito da campanha eleitoral para a Presidência da República, fazem o favor, sem custos adicionais, de servir aos telespectadores um outro debate, já sem espinhas e pronto a comer, qual take-away informativo.

Um trabalho feito, por norma, através de comentadores encartados, quais «independentes» que, por regra, se posicionam politicamente à direita ou, no melhor dos casos, no chamado centro-direita."

Ler post seguinte "As ingenuidades do PCP"

09 março, 2024

TALVEZ AMANHÃ ME SINTA RENASCIDO... QUEM SABE?


Fala do Homem Nascido
Venho da terra assombrada,
do ventre de minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.

Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.

Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.

Com licença! Com licença!
Que a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.

António Gedeão, in 'Teatro do Mundo'

08 março, 2024

NO DIA DEDICADO A ELAS*, NÃO OFERECI... GÉRBERAS

Hoje levantei-me ainda de madrugada
Fui distribuindo cravos vermelhos
panfletos e mil beijos

a cada mulher que passava

Tinha em troca afáveis sorrisos 

  *Dia da Mulher, criado em 1910 por proposta da comunista alemã Clara Zetkin (daqui)



 

07 março, 2024

SAMPAIO DA NÓVOA: ESTAR COM A CDU FOI "UM PRAZER E UMA OBRIGAÇÃO CÍVICA"

 


(...)«dantes não era me­lhor, bem pelo con­trário: dantes era muito pior», disse, à sua vez, o ca­te­drá­tico An­tónio Sam­paio da Nóvoa, para quem estar ali na sessão da CDU foi «um prazer e uma obri­gação cí­vica». Tanto mais re­al­çadas quanto, na «en­cru­zi­lhada em que nos en­con­tramos», é ne­ces­sário con­cre­tizar «ve­lhos di­reitos», como «a paz, o pão, a ha­bi­tação, a saúde, a edu­cação», e ou­tros que os tempos re­clamam, bem como de «uma cul­tura e de uma po­lí­tica que sejam mais do que li­vres, que sejam li­ber­ta­doras», in­sistiu Sam­paio da Nóvoa.(...)

in Jornal AVANTE! em 7/03/24

 No fim, ele agradeceu o convite para estar ali, com um "obrigado" que me fez recordar uma lição sua.



06 março, 2024

MIA COUTO: "HÁ QUEM TENHA MEDO QUE O MEDO ACABE"

Um camarada meu (Domingos Lobo) mandou-me este recado "Imagina que uma campanha eleitoral era usada para esclarecer as pessoas e que hoje era o dia de Mia Couto intervir..." 

Eu, que até já escrevi sobre o medo, fiquei deslumbrado por quem sobre o medo assim falou..



05 março, 2024

NESTA CAMPANHA ABUNDA A POEIRA PARA OS OLHOS...


 Claro que se o Nicolau Santos viesse a expor este tema em contexto de campanha seria acusado de estar ao lado do Paulo Raimundo...

04 março, 2024

E SE OS QUE QUEREM DETERMINAR OS RESULTADOS DE 10 DE MARÇO SE ESPALHAREM AO COMPRIDO?

Depois do que se passou, ontem, no Rossio (e no desfile até lá) e nada disso poder ser visto porque nenhuma televisão o mostra, a resposta sobre o que poderá acontecer no dia 10 está praticamente dada.

Mas porque aquilo que não se mostrou tem peso, talvez haja uma surpresa surpreendente... ora vejam:

03 março, 2024

QUEM VAI DETERMINAR OS RESULTADOS DE 10 DE MARÇO?


O que não se mostra, não existe. Já me tenho referido bastas vezes a esta frase batida e estava quase a desistir dela quando veio a lume um texto, que não falando da omissão da campanha da CDU, faz todo o sentido relembrar isso mesmo.  Ora leiam:
«Nos últimos anos, a contabilização dos minutos televisivos dedicados aos principais dirigentes políticos feita pela Marktest mostra que o líder do partido da extrema-direita figurou quase sempre entre os mais favorecidos. Não explica tudo, nem todo o crescimento da extrema-direita em Portugal. Mas a verdade é que essa mediatização se vem somar aos de bots criados nas redes sociais e aos vídeos no Youtube da eficiente máquina de propaganda do Chega, paga pelos seus financiadores. O destaque dado a Ventura nas televisões não é o culpado disto tudo, mas certamente não é irrelevante.
Já no contexto pré-eleitoral, somaram-se painéis de análise política que tendem a ser compostos por comentadores, jornalistas e editores maioritariamente alinhados à direita, e onde figura depois um solitário jornalista/comentador mais ou menos à esquerda, que assegura o “pluralismo”. Na SIC, continuamos a ter preleções semanais e sem contraditório de um advogado com um passado na extrema-direita nacionalista e salazarista (José Miguel Júdice) e de um ex-líder do PSD (Marques Mendes). Na TVI é um ex-líder do CDS (Paulo Portas)."

Perante isto, ocorre a pergunta:

QUEM VAI DETERMINAR OS RESULTADOS DE 10 DE MARÇO? QUEM? 


 

02 março, 2024

HOJE SINTO-ME EXISTENCIALISTA


Parafraseando o pensador, direi o que já disse lá no outro lado
"As pessoas estão fazendo intensivo uso da liberdade de expressão como compensação pela liberdade de pensamento que raramente aproveitam e usam." ​ 
Rogério V. Kierkegaard